Têm futuro? Especialistas falam sobre “nova geração” de técnicos

Técnicos com pouca experiência mostram que também merecem uma chance. Veja na galeria L! os treinadores da "nova geração" que se destacam no cenário brasileiro

Jair terá pouco tempo para preparar sua equipe até a estreia na Libertadores
Jair Ventura (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

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Jovens e promissores são os técnicos escolhidos para o comando de grandes times como Botafogo, Palmeiras, Sport, São Paulo entre outros. Atualmente, os técnicos que não são muito conhecidos ou que cresceram nas categorias mais baixas dos clubes estão sendo promovidos e mostrando que esta geração merece destaque e pode ter a confiança da torcida.

Enumerando conquistas de técnicos que eram desacreditados e se tornaram o xodó da torcida, pode-se destacar o jovem Jair Ventura, que começou no Botafogo como preparador físico e passou por problemas com o ex-presidente do clube, mas ressurgiu ao comandar a equipe em 2016, tirando o time da zona de rebaixamento e conquistando a sonhada vaga na Libertadores.

No Flamengo, Zé Ricardo treinou seu segundo time profissional (já havia treinado o Audax) e teve o apoio dos jogadores e da torcida. Seu desempenho foi marcante e garantiu ao Rubro Negro o terceiro lugar do Brasileirão 2016. Eduardo Baptista tem registradas em seu currículo conquistas como o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste, pelo Sport. Rogério Ceni é o grande ídolo da torcida do tricolor paulista e tem recebido grande motivação da mesma para o seu primeiro trabalho como técnico.

Fábio Carille treina oficialmente o Corinthians pela primeira vez este ano, mas já está presente no clube desde 2009, participando de diversas conquistas. Daniel Paulista, além de ter tirado o Sport de uma fase ruim, conquistou a vaga na Sul-Americana com o time e teve 54% de aproveitamento após a saída de Oswaldo de Oliveira.

Especialistas disseram ao LANCE! o que pensam sobre essa onda de jovens técnicos e sobre a capacidade deles e parece que os treinadores estão agradando quem gosta do futebol de verdade.

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO

É muito legal o aparecimento de uma nova geração de treinadores do Brasil. Talvez o nome que mais represente seja o de Jair Ventura, revelado no ano passado pelo Botafogo. É uma geração que parece mais empenhada em adquirir novos conhecimentos. Mas isso no quer dizer que tenhamos de nos desfazer da geração de novos treinadores, caso de Vanderlei Luxemburgo, que conhece muito o esporte e sabe das quatro linhas, mas se atrapalha quando quer ser um manager.

Este ano será importante para vermos o que um Eduardo Baptista, Rogério Ceni, grande promessa, e Fábio Carille, podem fazer. As duas gerações podem conviver numa boa. Um exemplo disto, inclusive, é o Dorival Júnior, que convive muito bem com o filho no Santos.


ÁLVARO OLIVEIRA FILHO - Rádio CBN

Podem ser boas, embora ache que ainda há espaço para técnicos mais experientes e consagrados. O único problema para eles (exceto Rogério Ceni) é que o torcedor não tem muita paciência com novatos. Enquanto os resultados estiverem aparecendo, tudo estará bem. Mas duas ou três derrotas mudam esta realidade. O cara que é promissor passa a ser hostilizado e pode perder o cargo rapidamente. É assim que funciona o futebol brasileiro, com raríssimas exceções.


THIAGO FERRI - Setorista do Palmeiras no LANCE!

Hoje, um técnico precisa saber trabalhar muito bem as diversas áreas no clube. Departamento médico, fisiologia, análise de desempenho precisam apoiar as decisões do comandante, e considero que os técnicos mais novos sabem trabalhar bem assim. O Palmeiras tem uma estrutura bem avaliada, por isso ter alguém que saiba fazer bem esta integração, como foi Cuca, era necessário. E Eduardo Baptista é um técnico que gosta de estudar, mostra-se aberto ao diálogo e atualizado. Considero uma boa escolha"


HUGO MIRANDELA - Setorista do Flamengo no LANCE!

Da nova safra de treinadores, o Zé Ricardo surge com grande capacidade de se tornar um dos grandes nomes do país no futuro. É um profissional muito trabalhador e estudioso. Inclusive, nas férias fez um curso na CBF para se aperfeiçoar como treinador. Procura sempre saber tudo dos adversários que vai enfrentar e armar o time da maneira correta para sair com a vitória. Além disso, é uma pessoa muito humilde e educada, que trata todos os jogadores com igualdade. Isso conquista o grupo e faz com que os jogadores abracem suas ideias, como aconteceu no Flamengo em 2016. Em seu primeiro trabalho à frente de um time profissional, também mostrou capacidade para gerenciar um elenco com muitos jogadores de peso. Agora com mais tempo para trabalhar e com uma boa base na mão, pode levar o Flamengo a títulos nesta temporada.


BRUNO CASSUCCI - Setorista do Corinthians no LANCE!

Mostra mais uma dificuldade em encontrar nomes de consenso no mercado do que uma convicção no projeto. Mas também indica que os "medalhões" disponíveis já não satisfazem. A escolha foi mal conduzida, mas acertada. Carille conhece bem o elenco, é estudioso e pode dar certo casa tenha autonomia e estabilidade.


IGOR MOURA - Rádio Jornal (PE)

O Sport optou por Daniel Paulista por uma série de conjunturas no futebol brasileiro. Primeiro, foi dar chances aos novos treinadores, como o Corinthians fez com o Fábio Carille, o Flamengo fez o Zé Ricardo e o Botafogo com o Jair Ventura. Além disto, o aproveitamento do Daniel Paulista, que não só salvou o Sport como levou a equipe à Sul-Americana, foi de 54%, e o fato de ele ser identificado com o clube, chamaram a atenção da diretoria.


RAFAEL BULLARA - Editor do LANCE!


Rogério Ceni passou o último ano se especializando para ser treinador de futebol e assumir o São Paulo. A chance apareceu, ele pegará uma equipe jovem e uma diretoria sem recursos para contratações badaladas. A paciência da torcida é essencial para ele executar o seu trabalho.


FELIPPE ROCHA - Setorista do Botafogo no LANCE!


Jair Ventura era um ponto de interrogação, apesar de ser quem mais conhecia o elenco àquela altura. No meio do campeonato, Ricardo Gomes havia deixado o clube. O trabalho é inegavelmente bom. A equipe passou a criar mais, a finalizar mais e ter a defesa mais sólida. Mais incisiva, garantiu a permanência e arrancou para o G6. O êxito alvinegro tem muito da conquista aos jogadores e dos triunfos iniciais de Jair.

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