Botafogo mostra limitações, Ancelotti assume culpa e time busca soluções para ‘salvar’ 2025
Treinador coloca em si a responsabilidade de não passar tranquilidade ao elenco, mas precisa ajustar detalhes táticos também

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A derrota do Botafogo para o São Paulo Brasileirão aumenta ainda mais a pressão em cima do técnico Davide Ancelotti e do elenco alvinegro. O revés por 1 a 0 no Morumbis vem logo depois da eliminação para o Vasco na Copa Do Brasil no meio de semana e deixa o último terço da temporada botafoguense com contornos mais tensos. Principalmente pelas limitações táticas e técnicas em campo.
Se no começo do ano a missão de 2025 era defender os históricos títulos da Libertadores e do Brasileirão, agora o elenco precisa se esforçar para ir direto para a fase de grupos da copa continental, o que demonstraria mais força nessa briga pelo G4. Além disso, é preciso garantir a vaga na Copa do Brasil do ano que vem, que também é conquistada caso fique na zona de classificação internacional.
Em entrevista após o duelo, Ancelotti assumiu a culpa pelo atual cenário da equipe, em destaque pela semana que terminou com uma eliminação para um rival e uma derrota nos pontos corridos com um desempenho bem abaixo do esperado.
- Tenho toda responsabilidade. Significa que não consigo transmitir nesse momento essa tranquilidade que precisamos. Psicologicamente, o time tem que estar mais tranquilo quando acontece algo negativo e eu tenho que transmitir essa tranquilidade também. O banco tem que transmitir isso também. Em geral, todos. Seguramente tenho toda a responsabilidade, eu nunca vou dar responsabilidade aos meus jogadores - exclamou o treinador após a derrota na capital paulista.
Botafogo mostrou limitações no Morumbis
Diante do São Paulo, Ancelotti fez sete trocas no onze inicial em comparação ao jogo contra o Vasco. Todos os setores ganharam peças novas - incluindo o gol, já que Neto saiu machucado ainda no primeiro tempo -, mas a equipe seguiu mostrando limitações similares nos dois confrontos.
O meio-campo com três homens de marcação e força, formado por Danilo, Newton e Allan, foi incapaz de dar dominância ao Botafogo no setor, e permitiu que o São Paulo criasse chances pelo meio. No aspecto ofensivo, também criou pouco e Chris Ramos (titular após a lesão de Arthur Cabral) foi pouco munido na área rival. E Savarino, que voltou à titularidade para tentar melhorar a efetividade ofensiva, também não rendeu o esperado.
Em entrevista após a partida, explicou que a ausência de um ponta na direita o obrigou a "improvisar" uma função para Danilo, de ponta por dentro. O resultado em campo não foi abaixo. Além disso, colocou Marlon Freitas no segundo tempo para tentar dar mais organização e vontade à equipe na reta final.
Do lado da defesa, o lance do gol sofrido contra o São Paulo também foi marcado por um momento de desatenção de toda a linha defensiva, assim como foi contra o Vasco. Em jogada que começou pelo meio, Enzo Díaz cruzou na diagonal e a dupla de zaga Kaio Pantaleão e David Ricardo não cortaram a bola e só observaram Dinenno colocar a bola nas redes. Danilo Barboza e Alex Telles foram poupados por desgaste físico.
A falta de criatividade ficou escancarada com a ausência de chutes no gol da equipe. O Botafogo terminou a partida com apenas duas finalizações na meta de Rafael sem levar perigo. O time ainda melhorou com algumas mudanças no segundo tempo, como a entrada de Matheus Martins e Joaquín Correa (que havia ido mal contra o Vasco), mas não a ponto de colocar em risco os três pontos do São Paulo. Mais uma vez, Ancelotti se viu cercado pelo esquema montado pelo rival e não ofereceu mudanças para reverter o cenário.

Soluções urgentes e caseiras
A janela do Botafogo em 2025 foi histórica em termos numéricos, tanto de chegadas quanto de saídas. Fez três das cinco contratações mais caras da sua história, além da venda de peças-chave para o elenco, como Igor Jesus e Jair Cunha nesta janela. Mas desde o retorno do Mundial de Clubes, com a saída de Renato Paiva e a chegada de Davide Ancelotti, a balança ainda parece pesar mais para os nomes que deixaram o clube.
E é dentro do seu elenco que o treinador precisará encontrar as soluções neste terço final. A não ser pelas lesões de Arhut Cabral e Artur, o ponta, o Botafogo não tem ausências de peso machucadas. Ancelotti precisa tirar dos jogadores suas melhores versões para se manter na briga pelo G4 sem risco de perder ainda mais força até a 38ª rodada.
A vitória do São Paulo igualou o número de jogos, mas o Tricolor tem dois jogos a menos, um alento ao torcedor botafoguense. A sequência também precisa ser tratada como decisão, um jogo fora de casa contra o consistente Mirassol, que ultrapassou o Botafogo na tabela e pode, inclusive, deixar para trás o Bahia e terminar a rodada consolidado entre os quatro melhores. O confronto é um dos atrasados dos dos calendários dos times.
O alvinegro ainda terá mais confrontos diretos, contra o próprio Bahia, além de Cruzeiro e o rival Flamengo. A briga pela vaga direta na Libertadores está longe de chegar ao fim, mas talvez só ela salve o 2025 do clube, que durou menos de 12 meses por escolha da gestão de Jhon Textor e agora mostra, parcelado, o preço que se paga pela falta de planejamento.
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