Torcedores que cometeram injúria racial vão à polícia e se defendem: ‘há negros que cortam o meu cabelo’

Adrierre Siqueira da Silva, de 37 anos, e seu irmão, Natan Siqueira Silva, de 28 anos, se apresentaram à polícia para prestarem depoimento e pediram desculpas a segurança

O ato racista foi registrado no meio da confusão depóis do jogo contra o Cruzeiro, pelo Brasileiro
Adrierre Siqueira da Silva, de 37 anos, e seu irmão, Natan Siqueira Silva protagonizaram um caso de polícia no Mineirão (Reprodução/Twitter)

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Os dois homens que aparecem em um vídeo atacando verbalmente o segurança Fábio Coutinho, no Mineirão, após o clássico do último domingo, entre Cruzeiro e Atlético-MG, pelo Brasileiro, se apresentaram à Polícia Civil de Minas Gerais para prestarem depoimento.

Os irmãos Adrierre Siqueira da Silva, de 37 anos, e Natan Siqueira Silva, acusados de cometer injúria racial contra o segurança, deram uma declaração à imprensa e disseram que querem encontrar a vítima para pedir desculpas.
Adrierre e Natan Siqueira Silva foram ouvidos no Departamento de Operações Especiais (Deoesp), na Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Natan negou que tenha chamado o segurança de macaco como teria sido alegado por Fábio e tentou se defender, falando que tem convivência pacífica com negros.

- De forma alguma, tanto é que eu tenho irmão negro, tenho pessoas que cortam o meu cabelo que são negros, amigos que são negros. Isso não foi da minha índole, pelo contrário. A forma que está circulando nas redes sociais, na imprensa, que eu dirigi a palavra a ele de "macaco", de forma alguma eu falei aquilo. A palavra direcionada foi "palhaço" e não "macaco" - disse.

Adrierre, que cuspiu no segurança e em seguida gritou: “Olha sua cor!”, disse estar arrependido e afirmou que estava exaltado na hora do ato impensado.

- Estava com os ânimos exaltados na hora do jogo e quero pedir perdão a ele, por todos os insultos que eu fiz, pelo cuspe que eu proferi. Aquilo não é da minha índole - disse.

Lamento do segurança

O segurança Fábio Coutinho, de 42 anos, há três como funcionário do estádio, lamentou o ocorrido como o mais complicado de sua carreira. Ele explicou como aconteceu a agressão verbal.

- A nossa intenção era barrar a ida dos atleticanos para uma área restrita, a área da imprensa, mas os atleticanos queriam passar de qualquer jeito. Foi triste, foi pesado demais. "Olha sua cor, não põe a mão em mim". Então, pela minha cor, eu sou inferior a outro ser humano? - contou.

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