Mecenas do Galo se diz tranquilo com dívida bilionária e não teme que o clube irá “Cruzeirar”

Rubens Menin explicou como tem funcionado a sua atuação no alvinegro ao lado dos outros empresários apoiadores e defende período de Sampaoli no clube

Rubens Menin crê que o Galo será sustentável somente com um aumento de receitas
Menin disse que Sampaoli mudou a mentalidade no Galo-(Divulgação/MRV)

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Apesar da dívida de R$ 1,3 bilhão, divulgada na última sexta-feira, 10 de setembro, pelo Atlético-MG, a diretoria e os apoiadores do clube, como o empresário Rubens Menin, demonstram tranquilidade com o balancete semestral apresentado com a situação financeira do clube.

Parte da dívida, cerca de 20%, são débitos de curto prazo. Os mecenas alvinegros injetaram no clube até o momento mais de R$ 400 milhões ao Atlético, que segundo Menin, é um dinheiro com zero de juros.
Menin disse, em entrevista ao programa Papo de Setoristas, do canal Breno Galante, sobre a dívida bilionária do Galo, a chance de “cruzeirar”, chegando à calamitosa situação financeira do rival e que Jorge Sampaoli “plantou” a semente para que o clube se fortalecesse atualmente. Menin também afirmou que nenhum dos “4 R´s ( Rafael e Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães) querem se aproveitar do Atlético de forma pessoal.

- Ninguém está querendo aproveitar do Atlético, ninguém está querendo tirar vantagem. É para ajudar. Quem pode ajudar, ajuda do jeito que puder. A hora que um sócio torcedor compra uma camisa ou faz o GNV (Galo na Veia, programa de sócios), ele está ajudando. Cada um ajuda com o que pode. Isso é mecenato. A união faz a força-disse o empresário, para em seguida comentar sobre o temor de se ficar como o maior rival, com problemas financeiros graves.


-Quando a gente chegou ao Atlético, a visão financeira era de uma semana. Não sabia o que ia acontecer depois de uma semana, se o dinheiro ia dar para pagar a comida, a energia. Era assim. Aliás, a maioria dos clubes de futebol no Brasil infelizmente é gerenciada dessa forma. Clube de futebol é uma empresa grande, que fatura R$ 200 milhões, R$ 300 milhões, R$ 400 milhões ou até mais por ano. A maioria tem uma gestão ruim, principalmente na parte financeira. Por isso se fala - e eu não gosto nem de usar esse termo, porque fica chato - em 'cruzeirar'. É por isso que os times 'cruzeiraram'. Hoje, no Atlético, tem-se um planejamento para cinco anos. A gente sabe o que vai acontecer este ano. É lógico que tem imprevisibilidades. Se ganha um campeonato, tem mais prêmio, você vende um jogador mais caro... Mas nós temos previsão. É normal as pessoas desconfiarem que o Atlético vai ‘cruzeirar’, mas estou muito tranquilo-disse.

Menin admite que pode haver algum erro no planejamento financeiro do Atlético, porém, está confiante no que é o momento para seguir com o que tem sido feito no Galo.

-A gente está fazendo a coisa com muita consciência. Podemos errar alguma coisa? É lógico que podemos. Erra quem não faz. Mas o que eu posso falar é que tudo está sendo feito com muita consciência. O Atlético sabia que tinha muitos compromissos para pagar este ano, foram todos pagos. Não temos salários atrasados, isso é muito importante. Estamos pagando todos os débitos antigos, todos estão equacionados. Então acho está organizado-comentou, ressaltando que é um trabalho de médio a longo prazo.

-Agora, é um trabalho que não vai acabar amanhã. Nosso plano é que a reconstituição do Atlético vai demorar ainda quatro anos. É um trabalho de 5 anos. Isso foi mostrado naquele Galo Business Day. Mas estamos animados, as coisas têm dado certo. O apoio da torcida, do conselho de administração é fundamental, e da diretoria, acho que está fazendo um super trabalho. Então o ambiente está bom para fazermos isso, né?-disse Menin, para em seguida defender Jorge Sampaoli, que saiu do clube este ano e foi criticado por deixar o Galo no meio do projeto que foi construído em torno da sua visão.


-Eu não falo mal do Sampaoli. Ele é um técnico muito diferente, não deixou o Atlético 'zerado', porque foi muito importante nas contratações que o clube fez no ano passado. Quando o Sampaoli veio para o Atlético, a verdade precisa ser dita, ninguém queria jogar aqui. Não conseguia contratar um diretor de futebol, um técnico. O Atlético estava com uma fama muito ruim no mercado. O Hulk não teria vindo no ano passado, o Diego Costa não teria vindo. O Sampaoli foi importante para essa mudança. Ele fez indicações de jogadores que estão aqui hoje, se destacando, que foram dele-disse o empresário, que o argentino mudou a mentalidade no alvinegro.

-Talvez tenha sido o técnico ideal, que mudou a visão do Atlético. A partir da vinda dele, o Atlético passou a ser enxergado de forma diferente. Houve alguns imprevistos, o Sampaoli não é um cara fácil, mas fez o trabalho dele. O que o Cuca fez, e com muita competência, é pegar a base do Sampaoli e dar o jeito. O time está mais redondo, organizado, talvez tenha plantel melhor, mas o Cuca recuperou alguns jogadores que não vinham atuando muito.


E como tem funcionado os empréstimos para pagamento de salários do caro elenco atleticano. Menin respondeu:

-Os salários são pagos pelo Atlético. É o Atlético quem contrata os jogadores. A gente quando fez um empréstimo para o Atlético, foi para a contratação de jogadores. Todos sabem disso. E a gente tem muita coisa para equacionar no Atlético antes de voltar o dinheiro para a gente. A gente sabia disso, não estamos fazendo a coisa de forma leviana. Tem obrigações novas. O Atlético precisou vender o Marrony, precisou abrir espaço. Passamos um muro enorme de jogadores, aliviamos a folha. A gente pegou jogador que ganhava determinado valor e colocou um de melhor nível que ganha metade. E não é o que o que ganha metade ganha pouco, mas o outro que ganha muito e não entregava nada. Pior coisa que tem para um time de futebol é você contratar um jogador muito caro e ele não entregar. Graças a Deus hoje, no Atlético, não acontece isso. Temos três jogadores na Seleção principal. É um time muito bom, e com plantel grande-explicou Menin, que se diz favorável a venda do restante da parte que o Galo possui no Shopping Diamond Mall, que fica em uma das regiões mais caras de BH.


-O Diamond deu muito dinheiro ao Atlético, mas agora não vai dar mais, achamos que não será mais tão valorizado. O conselho é que resolve, mas se um dia o conselho achar que é bom vender o Diamond para aumentar o patrimônio e fazer um bom negócio para o clube, eu acho importante. Temos que deixar uma coisa pronta. A gente tinha o Diamond, depois passamos a ter o CT (Cidade do Galo), vem um prédio em Lourdes e um supermercado. Depois teremos a Arena MRV e aí podemos nos desfazer de um patrimônio, mas que seja por um bom negócio-concluiu.

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