Galo consegue extinguir ação de Bolt contra o clube na Justiça do Trabalho, mas jogador irá recorrer

O processo vem se arrastando desde o início do ano e agora a CNRD terá a incumbência de decidir se o clube mineiro irá ou não pagar os valores pedidos pelo atacante

Bolt e o Galo estão em luta judicial desde o início do ano após a rescisão de contrato do atacante
Bolt e o Galo estão em luta judicial desde o início do ano após a rescisão de contrato do atacante-(Bruno Cantini/Agência Galo)

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O Atlético-MG teve mais um êxito na ação trabalhista movida pelo atacante Maicon Bolt contra o clube. O processo foi extinto pela Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais. Os recursos impetrados pelas partes foram julgados nesta terça-feira, 24 de novembro. Bolt inclusive foi condenado a pagar 15% do valor da causa a título pelos "honorários de sucumbência" ao Galo, no valor de R$ 3 milhões, além dos custos do processo.

A vitória do Atlético foi em segunda instância, após o jogador conseguir liminar favorável. O Galo recorrer e em nova decisão dos juízes, por dois votos a um, o clube mineiro teve uma vitória definitiva. O juiz Mauro Cézar Silva, relator do caso, acolheu os argumentos atleticanos de sobre Bolt e o clube terem um acordo no contrato de que qualquer litígio deveria ir para a Câmara Nacional de Resoluções de Disputas, a CNRD, ligada à CBF e não na Justiça comum.

Sendo assim, o Galo não terá de pagar, por enquanto, os valores pedidos por Bolt, que estavam em R$ 22 milhões.

O vice-presidente do Atlético-MG, Lásaro Cândido, celebrou a decisão no Twitter:

- Vitória espetacular do Atlético. Tribunal Regional do Trabalho decidiu há alguns minutos dar ganho de causa ao Atlético para extinguir a ação que o ex-jogador do clube cobrava mais de 22 milhões do clube. O jogador foi condenado a pagar 15% de honorários - postou.

O advogado de Maicon Bolt, Filipe Rino, entrou com a ação contra o alvinegro na CNRD. A defesa também prepara um recurso no Tribunal Superior do Trabalho.

- A sentença determinou que o Atlético deve pagar R$ 14 milhões. A segunda instância não discutiu se ele deve pagar os R$ 14 milhões ou não. Apenas teve o entendimento de que ele tem que entrar com ação na CNRD. Então, o Clube Atlético Mineiro tem que pagar ao Maicon. Se vai pagar por uma decisão da CNRD ou da Justiça do Trabalho, isso não nos importa. Vamos apresentar o recurso de revista (no TST) na próxima semana e já entramos com ação na CNRD cobrando os R$ 21 milhões (valor total pleiteado). Seja na CNDR ou na Justiça do Trabalho, a ordem virá. O processo não encerrou hoje. Cabe recurso ao TST-disse o advogado de Bolt, ao GE.

O que o jogador cobra do Galo

Ao saber que foi dispensado pelo Atlético-MG, no início do ano, Bolt resolveu acionar o Galo na Justiça do Trabalho. O jogador solicitou a rescisão indireta com o clube e cobrou valores que teria direito do contrato que iria até o fim de 2021.

A pedida inicial, de R$ 12 milhões, subiu para R$ 22 milhões e foi sentenciada em cerca de R$ 14 milhões.

Bolt cobra do alvinegro salários atrasados, luvas na assinatura do contrato, direitos de imagem e trabalhistas, pois alega que o clube seria obrigado a cumprir o vínculo. O Galo, porém diz que o acordo entre jogador e clube se encerraria em 2020.

Maicon Bolt, revelado pelo Fluminense, foi contratado pelo Atlético em janeiro de 2019. Ele estava livre, com passagens pelo Lokomotiv-RUS e Antalyaspor-TUR. Em 28 jogos, marcou dois gols e deu cinco assistências, mas sem desempenhos regulares, ficou de fora dos planos dos treinadores que chegavam ao clube, incluíndo Jorge Sampaoli, em 2020. Ele recebia cerca de 100 mil euros(R$ 476 mil) e não correspondeu a expectativa criada sobre seu futebol.

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