Após acesso, Jorginho deixa o Vasco: ‘Não podemos deixar passar em branco tudo que foi feito’

Treinador se reuniu nesta segunda com o presidente Eurico Miranda e acertou saída do clube após quase um ano e quatro meses de trabalho

Jorginho ao lado de Eurico na coletiva que sacramentou a saída do treinador do Vasco
Divulgação

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A passagem de Jorginho como técnico do Vasco chegou ao fim nesta segunda-feira. Após reunião na parte da manhã com o presidente Eurico Miranda, o treinador, que chegou ao clube em agosto de 2015, não ficará para a próxima temporada.

A saída foi sacramentada na tarde desta segunda-feira por Eurico, em uma coletiva de imprensa em São Januário:

- A primeira comunicação é que vou fazer uma reformulação no departamento de futebol, que começa com a saída do treinador. A reformulação não seria feita se eu não tivesse conversado antes com o Jorginho. Chegamos a uma conclusão consensual. Se não fosse assim, não faria. Foi consensual.

Em seguida, o dirigente destacou o trabalho de Jorginho e a conquista do Campeonato Carioca:

- Quero deixar registrado que tive o reconhecimento ao trabalho desenvolvido. Tentam minimizar, mas o Vasco foi campeão estadual invicto, passou 30 e tantos jogos invicto na direção dele como treinador. Talvez daqui a 10 anos isso terá reconhecimento. Eu não faço reconhecimento no futuro, faço no presente, falo o que sinto. Essa reformulação que vamos fazer no Vasco é em função de que o que vale é o resultado final. Apesar de toda campanha feita, a torcida não ficou satisfeita, e eu mais do que ninguém também não fiquei satisfeito.


Em pronunciamento, Jorginho agradeceu ao mandatário do Cruz-Maltino, e pediu desculpa por não levar a equipe ao título da Série B: 

- Tivemos início de ano incrível, fomos campeões carioca invictos, tivemos bom início de Série B e depois tivemos uma queda. Nosso maior objetivo era levar o Vasco à Primeira Divisão. Queríamos muito que fosse diferente e fica aqui minha desculpa. Poderia ter sido diferente, melhor, mas não aconteceu. Mas não podemos deixar passar em branco tudo que foi feito.

Jorginho chegou ao Vasco em agosto do ano passado, com o clube na lanterna do Campeonato Brasileiro. Após um início tímido, o técnico conseguiu arrumar a equipe. Prova disso foi a arrancada do meio para o final do segundo turno, que quase salvou o Cruz-Maltino do rebaixamento.

Neste ano, o trabalho de Jorginho e comissão técnica chegaram ao seu ápice quando o Vasco levantou o bicampeonato carioca. A equipe ainda entrou para a história do Gigante da Colina, ao estabelecer a marca de 34 jogos sem derrotas entre 2015 e 2016, maior série invicta da história do clube. O primeiro revés em 2016 aconteceu só em junho, durante a disputa da Série B.

Após a parada para a Olimpíada, contudo, os primeiros sinais de desgaste começaram a aparecer. O Vasco, que fazia campanha segura na Série B, começou a derrapar. Veio a eliminação na Copa do Brasil em setembro, mas ainda existia confiança no trabalho de Jorginho.

Em outubro e novembro, porém, a equipe seguiu rendendo abaixo do esperado. Como resultado, perdeu a liderança da Série B que ostentou por 29 rodadas e colocou em risco, inclusive, o acesso à Série A. A crise interna se intensificou e Jorginho passou a ser questionado. No entanto, a permanência do treinador foi bancada por Eurico Miranda, que só cogitou qualquer mudança após a definição do destino do Vasco para 2017.

Com o acesso garantido, o mandatário se reuniu nesta segunda-feira com comandante e selou a saída do profissional. Com ele, deixam também o clube o auxiliar Zinho, o preparador físico Joelton Urtiga e o analista de desempenho Cleber dos Santos. No total, Jorginho dirigiu o Vasco por 87 jogos, conseguindo 44 vitórias, 25 empates e 18 derrotas, um aproveitamento de pouco mais de 60%.

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