‘Intrometidos’ na elite, Irã e Austrália estreiam na fase final da Liga Mundial

Carlinhos, lateral-esquerdo do Fluminense (Foto: Reprodução)
Carlinhos, lateral-esquerdo do Fluminense (Foto: Reprodução)

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O novo formato da Liga Mundial colocado em prática pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) este ano favoreceu o surgimento de algumas zebras na fase final do torneio. Dos 28 times que começaram a disputa, seis brigarão pelo título a partir desta quarta-feira, em Florença (ITA). Destes, dois chegam à briga pela primeira vez e são encarados como “intrusos” devido à pouca tradição no esporte.

Irã e Austrália têm outros pontos em comum. Além de deixarem para trás seleções consideradas mais fortes, como Polônia e França, as duas equipes ascenderam graças ao comando de técnicos estrangeiros com currículos de respeito construídos já nos seus tempos de atleta.

Desde o início deste ano, o Irã é treinado pelo sérvio Slobodan Kovac, campeão olímpico em Sydney-2000. Apostando em nomes que jogam juntos desde as categorias de base, ele conduziu os asiáticos a duas vitórias sobre o Brasil na primeira fase. A equipe se classificou na segunda colocação do Grupo A. Antes, a melhor campanha do país havia sido o nono lugar no ano passado.

Mas o trabalho começou antes. Considerado um dos melhores treinadores do mundo, o argentino Julio Velasco assumiu a seleção do Irã em 2011 e, no ano seguinte, levou o país pela primeira vez à Liga Mundial.

– Quando começamos o torneio, com duas derrotas, ninguém acreditou na equipe. Mas provamos que temos qualidade – vibrou Kovac.

Comandada pelo argentino Jon Uriarte, a Austrália disputa o torneio pela segunda vez. A primeira foi em 1999, quando amargou a lanterna. Vice-campeão brasileiro em 2005 pelo Minas, ele vive sua segunda passagem pelo país, após ocupar o posto entre 2001 e 2004. A equipe chegou à fase final após vencer um quadrangular com seleções intermediárias.

– Foi um processo difícil até chegarmos aqui. Agora, precisamos aprender rápido o que é uma fase final de Liga Mundial. É um momento emocionante para nós – afirmou Uriarte.

Nesta quarta, o Irã encara a Rússia, às 12h30 (de Brasília), em Florença (ITA). A Austrália entra em quadra na quinta, contra os Estados Unidos.

Com a palavra

Marco Freitas
Comentarista do SPORTV

A Austrália é a maior zebra. O Irã, nem tanto

O Irã está entre os cinco melhores times do mundo nas categorias de base. Essa ascensão estava para acontecer há algum tempo. Para mim, o que falta é rodagem. O país tem uma questão religiosa que restringe um pouco os atletas. Depois que o Slobodan Kovac chegou, mudou bastante.

Os jogadores passaram a confiar mais no potencial deles, fazendo com que quebrassem a transição do juvenil para o adulto. Já vinham fazendo jogos duros, principalmente em casa, onde a torcida apoia.

Já a Austrália é a maior zebra da Liga Mundial. O país não tem um campeonato forte, e os atletas acabam indo para os grandes centros. Mas o Uriarte tem bastante conhecimento e foi esperto.

Como ele já estava classificado ao quadrangular, por ser o país-sede, mesclou a equipe no início e entrou com um time bem diferente na reta final.

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