Decorativo!? Entenda melhor o cargo de chefe de delegação da Seleção

Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, ocupará a função na disputa da Copa América. Posto já teve papel importante dentro da CBF

Dunga e Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Lucas Figueiredo/MowaPress)
Eduardo Bandeira de Mello chefiará a delegação da Seleção nos Estados Unidos (Foto: Lucas Figueiredo/MowaPress)

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Toda convocação é o mesmo ritual. Antes de Dunga anunciar o nome dos convocados para os compromissos da Seleção Brasileira, o coordenador Gilmar Rinaldi faz alguns anúncios, entre eles o chefe de delegação. A indicação de Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, causou certo alvoroço devido a postura anterior do mandatário contra a CBF. E isso fez com que o cargo, que já teve papel histórico importante, gerasse interesse.

Atualmente o chefe de delegação é mais uma figura "decorativa" do que propriamente um representante com peso em decisões de bastidores em competições. A CBF geralmente indica dirigentes ou políticos ligados ao mundo da bola e estes acompanham a Seleção em seus respectivos compromissos.

- Não gosto e não acho que chefe da delegação deva aparecer. Aqui é um conjunto. O que eu procuro fazer é o meu trabalho, com competência, mas sem alarde - afirmou Gustavo Feijó, vice-presidente da CBF, quando chefiou a delegação no ano passado em amistosos nos Estados Unidos.


O cunho político nas escolhas representa bem como o cargo é utilizado para estreitar relações. Pegando apenas as últimas Copas do Mundo como exemplo, nomes como Vilson Ribeiro de Andrade (2014), ex-presidente do Coritiba, Andrés Sanches (2010), ex-presidente do Corinthians, Marco Polo Del Nero (2006), atual presidente da CBF e na época presidente da Federação Paulista de Futebol, e Éber Magalhães (2002), presidente da Federação Brasiliense de Futebol no período, assumiram o posto. Empresários também já foram convidados, como João Doria Jr.

Contudo, o cargo "decorativo" já teve papel importante dentro da delegação. Paulo Machado de Carvalho foi quem melhor representou o tamanho da representatividade do posto. Por conta de seu papel decisivo nos bastidores das Copas de 1958 e 1962 (como no episódio da escalação de Garrincha na final do Mundial do Chile), ele ficou conhecido como "Marechal da Vitória". 

Como se pode ver, o chefe de delegação já teve um papel mais efetivo dentro da vida da Seleção Brasileira. Será que a vinda de Eduardo Bandeira de Mello mudará este panorama na disputa da Copa América do mês que vem?

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