Abatido e calado, Neymar é protegido pela Seleção; técnico vê imaturidade

Capitão não concedeu entrevistas depois da partida contra o Iraque. Nesta terça, quem falou foi o jogador mais velho do grupo, Renato Augusto, que revelou suporte ao camisa 10

Neymar vem sendo questionado por conta de seu desempenho apagado nos primeiros jogos
(Foto: Evaristo Sa/ AFP)

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Capitão da Seleção, Neymar tem a missão de comandar o jovem elenco brasileiro ao ouro olímpico, mas no momento tem sido mais protegido do que protetor. Abatido depois dos empates contra África do Sul e Iraque, ele foi preservado das entrevistas e vem recebendo o apoio dos companheiros.

Nesta terça-feira, véspera do duelo decisivo contra a Dinamarca, coube a Renato Augusto, o atleta mais velho do elenco, com 28 anos, a tarefa de falar com a imprensa ao lado do técnico Rogério Micale. O camisa 5 reconheceu que Neymar sentiu os tropeços no início da Rio-2016 e revelou uma conversa que teve com o atacante:

- Após o jogo fiquei preocupado com a equipe toda, pois teríamos mais um jogo e não há tempo para lamentar. Eu fui até o quarto do Neymar, ele estava chateado com o resultado do jogo, mas está confiante, se sentindo bem. Ele não está feliz com o que está acontecendo, mas se sentindo bem, sabe da responsabilidade dele, da importância para o grupo. O Neymar tem o apoio do elenco e da comissão técnica. Nesse momento é importante fechar o grupo - afirmou o jogador do Beijing Guoan, da China.

Para o técnico Rogério Micale, há uma pressão excessiva sobre o camisa 10, que ainda não está totalmente maduro para suportar isso. Ele ainda destacou o fato de Neymar, apesar da pouca idade, ser a principal referência técnica da Seleção e não contar com atletas experientes e consagrados a seu lado para dividir a responsabilidade.

- Estamos falando de um jovem de 24 anos, que não atingiu toda a sua maturidade. Um jogador costuma chegar ao ápice físico, técnico e mental aos 28 anos. E o Neymar tem que lidar com a pressão de ser um jogador expoente desde os 17 anos. A geração que iria dar o suporte para ele se desenvolver não se firmou. Estamos falando de gerações que dariam suporte ao Neymar, como foi feito com o Ronaldo, que foi para uma Copa apenas para assistir e depois ele veio se tornar um grande jogador mundial. Se não analisarmos friamente, não tivermos uma transição e respeitarmos nosso craques, ele não vão querer estar com a gente - comentou, revelando até um temor de os jogadores desistirem da Seleção.

O Brasil se classificará para as quartas de final da Olimpíada se vencer a Dinamarca nesta quarta-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Em caso de empate, a vaga na próxima fase pode ser decidida até por sorteio com o Iraque.

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