São Paulo trabalha para a Copinha e técnico dá sermão pós-título

André Jardine aplica treino de mais de duas horas no CFA Laudo Natel, em Cotia, e repreende atletas por falta de entrega e até dá bronca em atacante que chegou atrasado

André Jardine - São Paulo
Jardine se mostrou elétrico no treino em Cotia, postura com a qual os garotos já se acostumaram (Foto: Bruno Grossi)

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O time sub-20 do São Paulo viveu uma temporada de glórias com as conquistas da Copa Ouro, da Copa do Brasil e da Copa Ipiranga. Mas isso não garantiu aos garotos, porém, um fim de ano sossegado em Cotia. Nesta terça-feira, o clube resolveu abrir um dos treinos preparatórios para a Copa São Paulo de Juniores à imprensa e fortes cobranças do técnico André Jardine puderam ser vistas.

- Às vezes eles relaxam, se largam um pouquinho no trabalho e nosso dever aqui é estar sempre puxando a corda. As coisas não brotam do nada, então a gente coloca uma energia diária para que eles possam encarar situações que vão ter de encarar na hora do jogo, contra equipes tão boas quanto o próprio São Paulo. E aí vai ganhar quem se empenhar mais. Por isso a gente vem treinando o esforço deles diariamente - explicou o comandante.

Aos 35 anos, o gaúcho mostrou vitalidade para reclamar, orientar e participar diretamente do treinamento iniciado por volta das 9h30 no CFA Laudo Natel. Na primeira parte da atividade, um exercício de troca de passes rápida e marcação pressão foi organizado e Jardine não poupou palavrões para externar a insatisfação com aqueles chegavam à intensidade pedida.

Um dos mais cobrados pelo treinador foi o zagueiro Iago Maidana, cuja polêmica contratação colaborou para a renúncia de Carlos Miguel Aidar à presidência tricolor em outubro. O beque insistia em passes por elevação, dificultava o domínio dos companheiros e foi repreendido seguidas vezes até corrigir o problema. O centroavante Joanderson, artilheiro do time no ano, e o goleiro Lucas Perri, outro destaque da equipe, foram outras "vítimas".


O momento mais curioso, no entanto, ficou guardado para roda de conversa entre o trabalho técnico e outro de caráter mais tático. Jardine, ao lado do auxiliar Marcos Vizolii, reclamou da postura de alguns que teriam se acomodado com os títulos recentes, lembrou da importância da Copinha e avisou que sacaria os titulares que estivessem acomodados. Ele pediu que os próprios atletas fizessem cobranças entre si e fez alertas contra os perigos da vaidade: "O diabo mora no ego de cada um!".

A parte mais delicada foi a bronca reservada para o atacante Everton, que, pelo discurso de Jardine, tem chegado atrasado com frequência aos treinos: "Pô, negão, você vai jogar sua carreira fora. E será que nenhum de vocês vai conversar com ele?". Em seguida, um coletivo em campo reduzido foi feito para que três equipes de dez atletas se enfrentassem em partidas de dez minutos. Nessa atividade, o técnico testou duas formações mistas para tentar dar oportunidades a todos na Copinha, que começa domingo, às 14h, para o São Paulo na Arena Barueri. O adversário será o Paulista de Jundiaí.

O time branco tinha Lucas Perri; Foguete, Kau, Rony e Gabriel; Jeferson e Artur; David Neres, Lucas Fernandes e Joanderson. Já os vermelhos jogaram com Lucas Paes; Araruna, Tormena, Maidana e Inácio; Matheus Queiroz, Paulo Henrique e Shaylon; Luiz Araújo e Bortoluzzo. Por fim, o azul treinou com Lucas Anselmo; Foguete, Truyts, Militão e Caíque; Banguelê e Vini; Éverton, Marlon e Murilo. Dos 29 jogadores utilizados, apenas 25 serão inscritos na Copinha.

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