Nuzman vai para 6º mandato seguido no COB e não descarta nova reeleição

Dirigente foi declarado vencedor por ampla maioria de votos em assembleia no Rio de Janeiro para seguir à frente da entidade até 2020, quando completará 25 anos no poder

carlos arthur nuzman
Carlos Arthur Nuzman garantiu mais quatro anos à frente do Comitê Olímpico Brasileiro (Foto: Divulgação)

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O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, foi reeleito nesta terça-feira para o sexto mandato consecutivo na presidência da entidade. Ele estará à frente no quadriênio 2017-2020, e completará 25 anos no poder se for até o fim. O cartola teve 24 votos a favor, um contra, um nulo e três abstenções. Houve quatro ausências.

Tiveram direito a voz os 30 presidentes de confederações (ou seus representantes) e três membros honorários permanentes: o próprio Nuzman, seu vice atual, André Richer, e o ex-jogador de vôlei e membro do COI Bernard Rajzman.

O ex-jogador de vôlei de praia Emanuel, que preside a Comissão de Atletas da entidade, também poderia participar, mas não conseguiu comparecer por uma questão de agenda. Ele deixou uma carta em que declarou apoio ao atual mandatário, o que não é contabilizado como voto. 

Não é certo que este será o último mandato do cartola em sua passagem pelo Comitê, apesar de a atual legislação não permitir mais de uma reeleição em entidades esportivas que recebem recursos públicos. A lei é de 2013, e portanto, pode valer só a partir do mandato seguinte à aprovação. O dirigente despistou.

– Está muito longe (o ano de 2020) para falar agora. Mas você perguntou acertando – disse Nuzman ao ser questionado pelo LANCE! se a lei não dá brechas para que ele tente uma reeleição.

O carioca, de 74 anos, é o segundo mandatário mais duradouro na história do COB, atrás apenas do major Sylvio de Magalhães Padilha, que administrou a entidade por 27 anos, entre 1963 e 1990.

– Assumi o COB com oito funcionários, com meio expediente. As luzes tinham de ser apagadas por economia. Assumi com o vôlei campeão olímpico. O legado dos Jogos do Rio nos estimula a construir uma nova etapa na vida do esporte olímpico brasileiro, com enorme confiança nas confederações – disse Nuzman, após o anúncio do resultado.

A Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) foi uma das ausentes, já que o presidente Carlos Fernandes está afastado por decisão judicial, devido a uma investigação da Polícia Federal sobre suspeitas de desvio de recursos públicos. As confederações de desportos no gelo (CBDG) e desportos na neve (CBDN) também faltaram. A de tiro com arco (CBTArco) ficou fora devido ao atraso no voo de seu presidente, Vicente Blumenschein.

Nuzman não teve nenhum concorrente ao pleito. Seu principal opositor é Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), que não conseguiu inscrever uma chapa a tempo.

O prazo foi encerrado em abril. Para entrar na briga, era necessário o suporte de ao menos 10 das 30 confederações. Uma guerra de liminares ameaçou prolongar a data, mas o atual gestor do COB obteve vitória nos tribunais em agosto, quando o rival acabou impossibilitado de concorrer.

Nuzman, que também preside o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, iniciou sua trajetória no COB em 1995, após comandar a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) por duas décadas. Ele terá como vice Paulo Wanderley Teixeira, de 66 anos, mandatário da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Por causa de suas responsabilidades no fechamento das contas do Rio-2016 até o ano que vem, Nuzman terá de se dividir entre as duas entidades. Isto pode abrir espaço para uma atuação maior de Wanderley, que é apontado como seu sucessor. O atual comandante do COB também tem a intenção de presidir a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa).

Novidade na direção anunciada

O presidente do COB aproveitou a assembleia para confirmar que o ex-atleta Agberto Guimarães, que trabalhou no Comitê Rio-2016 como diretor de esportes e integração paralímpica, assume a direção executiva de esportes olímpicos do COB.

Ele substitui Marcus Vinícius Freire, que deixou a entidade após os Jogos do Rio. Na ocasião, o Brasil ficou em 13º lugar no quadro de medalhas, abaixo da meta de ser top 10 em total de pódios.

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