Comunidade esportiva discute Bolsa Atleta na Câmara dos Deputados

Audiência pública debateu nesta terça-feira orçamento do Ministério do Esporte e ajustes no programa de incentivo direto a atletas brasileiros

Representes das principais entidades esportivas no Brasil debateram os rumos do Bolsa Pódio
Representes das principais entidades esportivas no Brasil debateram os rumos do Bolsa Pódio (Crédito: Divulgação: Ministério do Esporte)

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Um grupo de atletas, ex-atletas e dirigentes esportivos esteve reunido nesta terça-feira (17), em audiência pública na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados. A principal pauta do encontro foi defender uma mobilização no congresso nacional para assegurar recursos para o esporte brasileiro em 2018. E um dos pontos discutidos foi o aprimoramento do programa Bolsa Atleta.

Durante o debate, o secretário de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Rogério Sampaio, informou que o governo federal vai criar um grupo de trabalho para estudar o aprimoramento do Bolsa Atleta e que o ministro Leonardo Picciani trabalha junto ao Congresso para assegurar que o orçamento da pasta para o próximo ano seja ao menos igual ao de 2017.

- A portaria que cria o grupo de trabalho do programa Bolsa Atleta deve ser publicada nos próximos dias.  O objetivo é fazer com que o programa, tão importante para o esporte brasileiro, seja aprimorado e continue atingindo seus objetivos na formação de atletas e na obtenção de resultados internacionais - afirmou Rogério Sampaio.

Proposta pelo deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), a audiência contou também com a presença do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, do diretor Executivo de Esportes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Agberto Guimarães, da medalhista olímpica (Londres 2012) de pentatlo moderno Yane Marques, do atleta paralímpico de goalball Alexsander Celente e do coordenador-geral do programa Bolsa Atleta, Mosiah Rodrigues.

Yane Marques, que também é vice-presidente da Comissão de Atletas do COB, disse que o programa foi um divisor de águas na carreira de muitos atletas.

- O esportista tem uma vida profissional curta. Ele precisa investir na carreira, ajudar a família e ainda juntar dinheiro para a transição quando se aposentar. A redução dos recursos seria um retrocesso - explicou Yane, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 no pentatlo moderno. Ela vê um risco grande para a comunidade esportiva caso o programa seja extinto.

- É quase voltar ao tempo em que o atleta tinha que trabalhar e treinar. Você tira o caráter profissional. Agradeço por ter recebido a Bolsa Atleta e espero que outros competidores continuem recebendo esse investimento - afirmou.

O Bolsa Atleta se consolidou como o principal instrumento de incentivo direto aos atletas brasileiros. Desde a criação do programa, em 2005, cerca de 23 mil esportistas foram contemplados. Em 2016, foram atendidos 7.297 nas diferentes categorias. No edital lançado neste ano, são 6.995 inscritos. A lista definitiva deve ser divulgada na primeira quinzena de novembro. 

O programa abrange seis categorias: Estudantil (R$ 370), Atleta de Base (370), Nacional (R$ 925), Internacional (R$ 1.850), Olímpica/Paralímpica (R$ 3.100) e Pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil). Neste ano, o Ministério do Esporte publicou três listas de Atletas Pódio, que somam 291 pessoas.

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