Sampaoli crê que comando dividido com atletas pode ser arma argentina

Técnico ouviu opinião dos jogadores antes da partida contra a Nigéria e foi flagrado conversando com Messi sobre a entrada de Aguero. Ele acha que isso pode ser positivo

Sampaoli
Sampaoli e Lionel Messi durante treino em Bronnitsy: comando compartilhado - FOTO: AFP

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Jorge Sampaoli tem sido criticado nos últimos dias por supostamente permitir que os jogadores interfiram na escalação da seleção argentina. Um vídeo divulgado após a vitória por 2 a 1 sobre a Nigéria sugere que ele consultou Lionel Messi sobre a entrada de Sergio Aguero nos minutos finais, o que fez os boatos ganharem força, mas o técnico diz que não se preocupa com o que dizem e acha positivo compartilhar o comando com os atletas, desde que tome a decisão final.

- Muitas vezes o ego do treinador não permite que ele entenda o que realmente está acontecendo com os jogadores - declarou, já com a vaga nas oitavas de final assegurada.

Os jogadores negam que tenham imposto mudanças ao treinador, mas não é segredo que houve uma reunião entre as partes após a vexatória derrota por 3 a 0 para a Croácia. Depois de ver a equipe fracassar com seu esquema preferido, o 3-4-3, Sampaoli pediu a ajuda do grupo para resgatar a seleção. Seriam cinco finais a partir dali e era hora de deixar as diferenças de lado.

Javier Mascherano, um dos líderes do elenco, admitiu que os atletas expuseram o que achavam que deveria ser corrigido no funcionamento da equipe. Imagens do último treino antes do decisivo duelo contra a Nigéria mostram o técnico conversando com o volante sobre o time, com um papel às mãos. A troca de ideias com seus comandados tornou-se ponto central do trabalho de Sampaoli. E ele garante que não é de agora:

- O olhar do jogador dentro do campo é muito importante. Antes do amistoso contra a Itália (vitória por 2 a 0 em março) tive uma conversa com os jogadores. Normalmente mostro aspectos individuais de cada rival, mas naquele dia estabeleci que cada um deles me contasse como eram seus companheiros que jogavam na Itália. Compartilhei a condução, embora as decisões finais tenham sido minhas. Não sou um treinador rigoroso, afastado. Gosto de estar próximo deles.

Sem a linha de três zagueiros, a Argentina bateu a Nigéria variando do 4-4-2 para o 4-3-3, dependendo do posicionamento de Lionel Messi. A boa atuação do camisa 10, que pouco havia participado do jogo contra a Croácia, foi uma das boas novidades em São Petersburgo. A atuação não encheu os olhos de ninguém e a vitória por 2 a 1 só veio com um gol aos 40 minutos do segundo, mas Sampaoli acredita que o time pode ter dado o primeiro passo para arrancar. Agora vem a França, às 11h de sábado, em Kazan.

- O primeiro tempo contra a Nigéria foi muito bom, dominamos o jogo. A regularidade e a consistência que a equipe manteve é que vão fazer com que a Argentina consiga avançar. Eu disse que faltavam cinco finais, agora faltam quatro. Vamos jogar contra uma equipe que é extremamente candidata ao título, com grandes jogadores. Vai ser uma partida muito exigente, vamos ter que ser regulares.

O fato de Sampaoli não ter recebido um só abraço logo após o gol de Marcos Rojo - embora Messi o tenha feito após o jogo - pode indicar que a sintonia entre atletas e treinador não é tão fina assim. A imprensa argentina continua dizendo que sua permanência no cargo após a Copa do Mundo é muito improvável e alguns veículos garantem que os jogadores queriam a saída já depois da derrota para a Croácia. O fato é que os hermanos seguem vivos, e com Sampaoli...

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