Dá o que falar… LANCE! traz opiniões sobre expansão da Copa

Colunistas do LANCE! e jornalistas espalhados pelo mundo apontam impacto do Mundial com 48 seleções a partir de 2026, apontando aspecto financeiro e Eliminatórias. Confira!

Gianni Infantino - Fifa
Mudança drástica gera divergência entre jornalistas (Foto: Christophe Archambault / AFP)

Escrito por

A Copa do Mundo passará por mais uma mudança drástica em sua história. Em reunião na sede da Fifa, em Zurique (SUI), a entidade sacramentou que a competição ampliará o número de participantes de 32 para 48 seleções.

O LANCE! procurou especialistas para debater o impacto desta medida, que vigorará a partir da Copa de 2026. Confira as opiniões!

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO - Colunista do LANCE!

É totalmente errado o novo inchaço da COpa do Mundo. A ideia de aumentar o número de seleções de 32 para 48 tem como principal objetivo ampliar as receitas da Fifa, que só pensa em dinheiro e nos seus próprios interesses, e fazer politicagem. Aumenta, em tese, a base de apoio do atual presidente, atende aos interesses as confederações, que querem mais países no Mundial...

Com isto, certamente, o nível técnico tende a cair. Dizem que não há mais bobo no futebol, mas há sim. Inclusive, quem acredita que a Fifa é uma instituição democrática e que represente o esporte. É um colegiado que desde os anos 60, antes mesmo de João Havelange, só olha para o próprio umbigo.

EDUARDO TIRONI - Colunista do LANCE!

Uma decisão muito ruim. A Fifa prioriza o aspecto financeiro, em detrimento do aspecto técnico. Há outras formas de se incluir os mais frágeis.

Esta decisão de ampliar a Copa do Mundo para 48 seleções se assemelha às de federações estaduais: incluem os muito fracos na Primeira Divisão, em troca de apoio político. E o nível técnico despenca.

FERNANDO KALLÁS - Editor-chefe das edições americanas do AS (Espanha)

A decisão passa bem longe de um objetivo de democratização da Copa do Mundo. Ao aumentar para 48 seleções, a Fifa tenta estender seu mercado e seu poder de influência pelo mundo afora.

Não há dúvidas de que esta medida da Fifa banaliza um torneio que era para ser seleto, que tinha como objetivo original ter os principais jogadores do mundo. Por mais que haja regulamentos para tornar a Copa do Mundo competitiva, não há dúvida que o inchaço será prejudicial.

A decisão ainda esvazia as Eliminatórias, que perderão muito de suas emoções. Vai ficar mais previsível a lista de classificados.

BERTRAND BLAIS - Repórter do L'Equipe (França)

A Copa do Mundo perderá muito do seu brilho com este novo inchaço. A Fifa ainda terá de se preocupar com outra coisa: remanejar as datas do calendário de vários países, para evitar que a Copa do Mundo fique com baixo nível aos olhos do público.

Afinal, os jogadores de 48 seleções precisam estar em boas físicas para chegar à reta final em um bom nível. Ninguém quer assistir a uma reta final de Copa do Mundo de péssima qualidade.

VON KAI SCHILLER - Repórter do Hamburger Abendblatt (Alemanha)

A "nova Fifa" comete os mesmos erros de vários anos atrás. Foi uma vergonha a decisão de aumentar a Copa do Mundo para 48 seleções.

Não há dúvidas de que a entidade tomou esta medida meramente por interesses lucrativos. Quem perde com isto é o Mundial: mais equipes sempre significa perda de qualidade técnica.

NUNO FARINHA - Editor do Record (Portugal)

Um disparate! A Copa do Mundo com 48 seleções deixará de ser uma prova de elite para ser uma competição onde os interesses se sobrepõem ao mérito. 

A democratização do futebol é uma ideia que pode e deve ser acarinhada, mas o excesso de boa vontade trará consequências no brilho, no glamour e na qualidade do jogo apresentado. Será sempre um bom negócio (para a Fifa) do ponto de vista financeiro, mas será o fim da Copa do Mundo, enquanto espaço de privilégio, mérito e excelência.

MASSIMO BASILE - Repórter do Corriere dello Sport (Itália)

É inevitável que a decisão da Fifa foi movida pelo marketing. Porém, com o aumento de jogos, a Copa do Mundo tende a ter um espetáculo impressionante.

Outro lado bom é que a América do Sul pode ter até sete vagas no Mundial. Isto tornaria a competição mais equilibrada.


JORGE SEÑORANS - Repórter do El Observador (Uruguai)

É uma decisão válida aumentar a festa, mas a Fifa precisa ajustar algumas questões em relação a esta "nova" Copa do Mundo. Como ficará o calendário diante do torneio com 48 seleções? Os clubes aceitarão ceder tantos jogadores?

Além disto, a entidade tem de levar em conta a forma como acontecerão as Eliminatórias da América. Há rumores de que as Eliminatórias da Conmebol e Concacaf sejam unidas, o que seria muito ruim.

Uma coisa é a potência que os sul-americnaos têm no futebol, com Brasil, Argentina e Uruguai, e outra é o ponto de vista financeiro dos Estados Unidos, México e da América Central. Haverá uma disparidade técnica, e o deslocamento para viagens ficará muito maior.

DANIEL CUEVAS - Repórter de El Periodico Deportivo (Colômbia)

Não há dúvida de que esta novidade tornará a Copa do Mundo mais competitiva. Porém, é bom avaliar esta proposta com relação à unificação para as Eliminatórias no continente americano.

É preciso ver quais vão ser os critérios para unir a Conmebol e a Concacaf. A efetividade tem de prevalecer na definição da classificação das 48 seleções.

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter