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Voz da experiência: Ramon dá dicas a camisa 10 do Vasco para final sub-20

Perto de voltar aos gramados, lateral aproveitou 'tempo livre' para acompanhar campanha dos juniores no Carioca. Meia Dudu absorve experiência para buscar título contra o Fla

Ramon e Dudu - Vasco
imagem cameraPaulo Fernandes/ VASCO
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 19/05/2018
01:09
Atualizado em 19/05/2018
10:10

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'Ouça a voz da experiência, respeite os mais velhos'. Conselhos válidos para diversos segmentos - principalmente no futebol. Nesta tarde, às 16h, o Vasco enfrenta o rival Flamengo na final do Campeonato Carioca sub-20, em pleno Maracanã, horas antes da bola rolar para o mesmo clássico nos profissionais. E as dicas de quem já jogou no estádio com casa cheia podem servir bastante para os meninos que pela primeira vez disputam um jogo deste porte. 

Por isso, o LANCE! juntou a experiência e a juventude em São Januário às vésperas do confronto decisivo. O lateral Ramon, xodó da torcida vascaína, contou a Dudu, camisa 10 da base, o que já viveu no histórico palco do futebol mundial e principalmente no Clássico dos Milhões. O garoto não vê a hora de entrar em campo nesta tarde.

Sonho de criança mesmo, expectativa melhor possível. Todos estão ansiosos para jogar lá. Jogo grande, difícil, preliminar de um clássico e não podemos fazer feio. Treinamos bem, estamos focados, concentrados para sair com o título - afirma Dudu ao LANCE!.

Ramon relembra do primeiro clássico no Maracanã e, apesar das boas recordações da vitória, levou cartão vermelho que não sai da cabeça. Muito por conta do nervosismo de ver a torcida inflamada no estádio.

- Lembro, claro. Meu primeiro clássico no Vasco foi contra o Flamengo no Maracanã, em 2009. Fui até expulso, junto com Carlos Alberto e Titi. Ganhamos de 2x0 com gols de Jefferson e Elton. Joguei na base com Titi, era nosso primeiro clássico. Quando entrei, lembro que olhei para o Maracanã, para torcida e falei: 'Que p* é essa'. Eram 82 mil pessoas, muita fumaça, não enxergava nada. Foi inesquecível, meu primeiro clássico no Maracanã - relembra o lateral, que orienta Dudu.

Pela idade, 20 anos, fica pilhado. Jogar no Maraca é diferente. Joguei no antigo, agora mudou, mas mesmo que não seja o mesmo Maraca, é diferente. Ainda mais com a torcida deles em maioria. É preciso ter a cabeça no lugar, que em certos momentos é normal ficar pilhado. Só não pode perder a cabeça.

Mesmo ainda no sub-20, Dudu sabe que os clássicos cariocas pegam fogo em campo. Nos dois jogos anteriores à primeira final, confusões e invasão da torcida contra o Fluminense em São Januário e Laranjeiras. Ele mantém o foco.

- Clássico é diferente, realmente. Não tem jeito, às vezes fica pilhado como Ramon falou. Como se fosse o último jogo, a gente sempre dá a vida. Tem que manter a cabeça no lugar, não se deixar levar pela emoção e pela torcida. A gente treina para isso, quando chegar a oportunidade agarrar. Espero fazer um grande jogo.

A última partida profissional de Ramon foi em outubro do ano passado, justamente contra o Flamengo no Maracanã. Ele rompeu o ligamento cruzado do joelho e, desde então, se recupera em São Januário. Nas próximas semanas já estará à disposição de Zé Ricardo. Mas enquanto esteve parado, aproveitou para acompanhar a campanha da base na competição. Ele não vê a hora de participar de um jogo oficial novamente.

- Uma lesão séria dessa é muito ruim. Esse jogo, daria tudo para estar no banco. Até esperava estar na relação, mas é complicada. Demos uma diminuída, um passo atrás para dar dois pra frente. Sinto as partidas, gosto de estar presente, jogando. A gente vem oscilando, então é um jogo chave, como foi ano passado. Depois que saiu o Milton Mendes, ganhamos um clássico que nos embalou.

Contra o Fluminense, em Laranjeiras, a boa atuação e a vitória no fim deixou o grupo mais fortalecido. Ainda mais da forma que foi. Concorda?

Dudu: '
Quando vem uma vitória boa, um placar bom, dá um gás, uma motivada. Teve a confusão e a descontração no vestiário foi bem legal, todos comemoraram muito. A gente chega bem motivado para essa final.

Jogar com a camisa 10, final, Maracanã lotado... Está preparado?

Dudu: 'Responsabilidade é bem grande, mas tem que ter tranquilidade, se não nem joga. Tem que ter calma'

Que conselhos você passaria para Dudu, diante do jogo mais importante da curta carreira?

Ramon: 'É ter calma. Vão ter 40 mil no nosso jogo e 20 mil no deles. A pressão vai ser grande. Com a 10 no Maraca, tem tudo para fazer história. É assim que começa, desde cedo. Jogadores cada vez mais jovens subindo, sendo vendidos. Clássico não se joga, se ganha. Principalmente valendo título. Eles sabem, são experientes já. Treinei com eles, vejo jogos, acompanho pela internet. Gosto de futebol, vejo de tudo. Fecha o ouvido, joga o que sabe que tem totais condições de comemorar esse título'

Você se enxerga nesses garotos, começando a carreira? Quais são as diferenças deles para o tempo em que você estava nas categorias de base?

Ramon: 'Hoje eles tem muito mais preparo de estrutura, de força e psicológica. O futebol evoluiu muito. Meu time da base evoluiu muito, joguei no Inter com Taison, Pato, Titi, jogadores com muito potencial. Era uma época diferente, hoje eles tem toda uma projeção. Quando eu ia jogar no sub-20, ngm me conhecia, hoje eles já se tornaram personagens sem nem ter subido. A gente evoluiu a cada ano. Eles são bons agora, se continuarem empenhandos vão estar voando com 28. Tomara que ganhando muito dinheiro (risos)'

Você já fez treinos com o profissional, então? Como é a sensação, dá para aprender alguma coisa em pouco tempo?

Dudu: 'É diferente treinar na base e profissional. Uma semana lá e outra aqui. Vê na televisão e depois está do lado do cara. Pega um toque com ele, faz isso, faz aquilo. Dá certo. É sempre bom treinar com eles, pegar essa experiência'

Nesses treinos, o pessoal do profissional pega muito no pé dos garotos? Tem aquela zoação com quem está chegando agora no elenco? Alguma bronca?

Ramon: 'Muito pelo contrário, não parto do princípio que a briga vai melhorar alguma coisa. tem que orientar, falar. Claro, futebol não é 'por favor' e 'com licença'. Mas a melhor maneira é ensinar. Não sou dono da razão, mas dou toques em campo. Eu não peguei essa fase de 'juvenil, pega café pra mim'. Passei por isso com Fernandão, Yarilei, Clemer, só casca grorssa. Time campeão do mundo. Mas o Abel gostava demais de garoto. 'Oh meu garoto, vem cá'. Ele é um paizão. A gente é mais suave, eu não faço o que fizeram comigo. A gente recepciona bem, eles não sobem a cabeça. Não são pernas, não (risos)'

Você fez um jogo-treino no CT das Vargens com os reservas e alguns garotos da base completaram a atividade. Como foi, já se sente bem?

Ramon: 'É um medo. Eu já to perdendo esse medo, dividindo bola normal, quase pronto pra jogar 90. O futebol deles é mais corrido, mais carga. Eu sempre vou no meu máximo. Ficou um jogo mais corrido, pra treinar estilo de jogo foi muito bom pra treinar'

Dudu: 'Nosso Jogo é muito mais corrido. Profissional não é mais lento, mas é mais qualidade, cadencia, toque de bola.

Ramon: 'Semana passada, o time estava na Bahia e eu fiquei. Os garotos chegaram para treinar 8h30. Eu fui pro campo 10h15, acabou meu treino e eles ainda estavam treinando. É muita correria, estão mais acostumados'

Dudu: 'Esse dia a gente saiu morto (risos)

Ramon: 'Eles jogam 11h da manhã em Moça Bonita, é covardia'

Você já chegou a conversar com Zé Ricardo em uma dessas atividades? Sabe que uma boa partida nesta tarde pode mudar sua trajetória na carreira...

Dudu: 'Depois da Copinha, treinamos uma semana com os profissionais. Zé conversou com a gente, para treinar bem que poderiam ter oportunidade. Mas peguei uma virose, perdi seis kg na semana. Individual ainda não conversei não. Sei que pode mudar. Estávamos conversando nessa semana, são momentos decisivos que podem mudar nossas vidas. Esperamos confirmar esse trabalho com Marquinho, mt bem feito, a gente abraçou legal. Vai ser uma coroação esse titulo'

Para fechar, o último recado:

Ramon: 'Todo mundo vai estar vendo, isso muda. A base é o que sustenta o clube, tanto financeiramente quanto esportivamente. Ser campeão na base conta. Me ajudou muito quando subi ao profissional. Maracanã, clássico, tem tudo para dar certo. Eles vão ser campeões. Meu último gol foi lá, não precisa fazer igual, se só botar a bola na rede já está bom (risos)'

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