Em nota, Mussa rebate Campello sobre lista de sócios aptos a votar no Vasco: ‘Quer enganar os torcedores’

Dirigentes vascaínos trocam acusações mútuas sobre supostas irregularidades no rol de sócios liberados para participar do pleito para a presidência do clube, em novembro

Faues Mussa, mandatário da Assembleia Geral de forma interina, falou sobre a nova eleição do Vasco. Veja galeria L!
Mussa divulgou nota para rebater Campello (Foto: David Nascimento)

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O bastidores da envolvendo as eleições do Vasco seguem quentes. Em nota emitida nesta terça-feira, Faues Cherene Jassus, o Mussa, presidente da Assembleia Geral do Vasco, rebateu as declarações do presidente Alexandre Campello, feitas em entrevista ao site ge.  Mussa acusa Campello de "faltar com a verdade" sobre a lista de sócios aptos a voto no pleito presidencial, previsto para novembro. 

Na entrevista publicada na última segunda, o mandatário acusa Mussa de se omitir na conferência de irregularidades na a lista e disse haver uma tentativa de fraude por parte de Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo do clube. Campello afirma que nomes de sócios em dia com as obrigações foram retirados sem justificativa e outros, irregulares, foram incluídos.

O presidente da Assembleia Geral rebateu e disse que Campello quer confundir e enganar os sócios e os torcedores. 

Veja a íntegra da nota de Mussa:

"Honrando o compromisso assumido com a transparência e a lisura do processo eleitoral, a Presidência da Assembleia Geral volta a público, uma vez mais, para prestar esclarecimentos e informações corretas sobre as recentes declarações do Sr. Presidente da Diretoria Administrativa, Alexandre Campello, que, claramente, têm a intenção de confundir/enganar os sócios e os torcedores. Parece evidente o intuito de criar problemas, transtornos e embaraços ao processo eleitoral, dificultando, cada vez mais, o trabalho desta Presidência.

Em entrevista recente, o Sr. Presidente da Diretoria Administrativa fez uma série de acusações sobre a regularidade da lista de sócios, distorceu fatos e faltou com a verdade em diversas oportunidades. Tudo o que ele disse, porém, apenas confirma as razões pelas quais me recusei a assinar a ata da reunião da Junta Deliberativa do último dia 03 de setembro - que, por maioria de 04 votos contra 01 (o meu voto vencido), aprovou a lista de sócio eleitores/elegíveis para a AGO.

Peço a todos que leiam, com a atenção necessária, o que esta Presidência da Assembleia Geral afirmou em nota anterior, no sentido de que a ata elaborada pelo Presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Roberto Monteiro, não refletia o que fora discutido e deliberado na citada reunião, inserindo, inclusive, fatos que não foram sequer discutidos e deliberados, também alterando a verdade dos fatos.

Por isso, me recusei a assinar a ata. Justifiquei, de próprio punho, no verso da mesma, os meus motivos. Apesar disso, todos os demais integrantes da JD a assinaram e não fizeram qualquer ressalva. O que dirão, agora Assinaram sem ler? Leram e estavam de acordo com o que estava escrito? Leram, discordaram, mas assinaram mesmo assim, para depois alegar alguma nulidade e prejudicar, conscientemente, o processo eleitoral? Cada sócio e torcedor que faça o seu julgamento. Vamos aos fatos.

O Presidente da Diretoria Administrativa se disse favorável à lisura e à transparência do processo eleitoral. Todavia, não colabora com esta Presidência da Assembleia Geral. Fala uma coisa e faz outra. Não atendeu aos requerimentos que fizemos para termos acesso à lista de sócios do CRVG. Inúmeros foram os ofícios encaminhados ao Sr. Presidente da Diretora Administrativa nesse sentido, sem merecer deste qualquer colaboração. Ao contrário. Somente após determinação judicial, as listas requeridas foram entregues. De imediato, várias inconsistências foram verificadas, razão pela qual foram solicitados esclarecimentos, inúmeras vezes, ao Sr. Alexandre Campello, jamais prestados.

À toque de caixa, a Junta Deliberativa, formada pelos Presidentes dos Poderes do CRVG, sem os cuidados necessários, por maioria de 04 contra 01 (o meu voto vencido), aprovou a lista de sócios eleitores para a AGE de 30.8.20. Quando do julgamento dos recursos, todos os embaraços foram criados para impedir e/ou retardar os trabalhos da Junta Recursal, em prejuízo dos prazos legais.

O Sr. Presidente da Diretoria Administrativa, Sr. Alexandre Campello, único com o controle sobre a elaboração da lista de sócios, que já passou por várias mudanças, desde a sua posse, agora reclama de irregularidades que sabe ou deveria saber existirem, já que a secretaria do clube é subordinada à Diretoria Administrativa e que age, ou se supõe agir, conforme as orientações recebidas de seu Presidente. Ano após ano, as eleições no CRVG têm sofrido com a manipulação das “listas de sócios”. Nunca foi novidade para ninguém; daí, o compromisso que assumi ao tomar posse nesta Presidência da Assembleia Geral, com a transparência e a lisura do processo eleitoral.

Ainda está viva na memória de todos os sócios e torcedores a “famosa URNA 7” – aquela que seria “toda nossa”, nas palavras de um então simpatizante da chapa da situação e que, hoje, também integra a Junta Deliberativa. Esta Presidência da Assembleia Geral, desde antes de iniciado o processo eleitoral, vem se indispondo com os demais Poderes e alertando para as irregularidades, enfrentando, isoladamente, toda espécie de obstáculos à transparência, à lisura e a segurança do processo eleitoral. A “ética”, a “transparência”, a “lisura”, o “respeito à vontade dos sócios”, até agora, só existem nos discursos “éticos” do Presidente da Diretoria Administrativa, Sr. Alexandre Campello, e do Presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Roberto Monteiro, e dos demais. A prática, ao contrário, mostra que atrapalhar e tumultuar o processo eleitoral parece ser o objetivo de todos. Nada de eleições diretas. Nada de eleições limpas. Nada de respeito aos sócios. Tudo como antes.Pois bem. Vamos, então, à verdade dos fatos, esclarecendo, uma a uma, as declarações do Sr. Presidente da Diretoria Administrativa:

1) Sobre as denúncias de irregularidades ora apresentadas pelo Sr. Presidente da Diretoria Administrativa – Não sei onde está a surpresa. Ao contrário, são notórias. Estamos tentando combatê-las com todas as nossas forças, contra tudo e contra todos. É mais do que necessária e urgente uma apuração rigorosa - preferencialmente por uma auditoria externa e independente. Não apenas sobre as acusações endereçadas ao Sr. Presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Roberto Monteiro, senão, também, sobre todas as inconsistências encontradas na lista entregue à Junta Deliberativa, sob a responsabilidade da Diretoria Administrativa. Sobre isso, inclusive, esta Presidência da Assembleia Geral solicitou, na última reunião da JD (03.09.2020), prazo maior para analisar as listas e suas discrepâncias, o que NOS FORA NEGADO pelos demais Poderes. Assim, falta com a verdade o Presidente da Diretoria Administrativa, Sr. Alexandre Campello, quando afirma que esta Presidência teria se omitido de fazer a conferência da lista. A realidade, muito ao contrário, é bem diferente. Tanto ele, Sr. Alexandre Campello, quanto o Sr. Roberto Monteiro e os demais integrantes da Junta Deliberativa, votaram CONTRA o meu pedido de prorrogação do prazo para análise da lista de sócios apresentada.

2) Sobre a “delegação” da lavratura da ata ao Sr. Roberto Monteiro - O Sr. Presidente da Diretoria Administrativa reclama da feitura da ata da reunião pelo Sr. Roberto Monteiro. Memória ruim. Esqueceu de mencionar que tal incumbência – que é da Presidência da Assembleia Geral (que é o Presidente da Junta Deliberativa) - fora CASSADA, pelo voto de todos os demais integrantes da JD. Todos os demais Presidentes impediram que a ata fosse lavrada por mim. Vencido, indiquei, então, o Sr. Alexandre Campello para lavrá-la. No entanto, o mesmo NÃO ACEITOU a minha indicação e votou para que a ata fosse lavrada pelo Presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Roberto Monteiro. Novamente, falta com a verdade o Sr. Alexandre Campello, já que não houve qualquer “delegação” ao Sr. Presidente do Conselho Deliberativo, mas “cassação” desta atribuição da Presidência da Assembleia Geral, pelo voto de todos os demais integrantes da JD.

3) Sobre as informações “equivocadas” constantes da ata e “tentativa de burlar o processo eleitoral” – É fato que o Sr. Roberto Monteiro, responsável pela lavratura da ata, elaborou um documento que não refletiu o que fora debatido e deliberado na reunião da JD. Exatamente por isto que esta Presidência da Assembleia Geral se recusou a assiná-lo. Confiram-se os motivos que, de próprio punho, escrevi no verso da ata. Indaga-se: onde estavam os Srs. Presidentes dos demais poderes, que não se insurgiram contra o texto elaborado pelo Sr. Roberto Monteiro, mas, ao contrário, o subscreveram SEM QUALQUER RESSALVA? Por que o fizeram? O Sr. Alexandre Campelo foi o último a assinar a lista. Por que assinou a ata, então? Para tentar alegar alguma nova nulidade e invalidar o processo eleitoral?

Como saltou o CRVG de 5.700 sócios ativos em janeiro de 2020, 5.836, em maio, para 8.878, em junho de 2020? Como surgiram tantos sócios remidos? A listagem aprovada pela Junta Deliberativa para a AGE totalizava 8.893 associados e a última reunião da JD, realizada no dia 03.09.2020, ocorreu menos de uma semana após a AGE de 30.08.2020. Entretanto, na lista para a AGO (cuja data de corte foi 31.08.2019), 894 sócios foram incluídos nesta lista e não estavam na listagem de eleitores para a AGE. Desses, 22 não têm data de nascimento e 02 não possuem CPFs cadastrados. Além disso, apenas 649 tem data de admissão posterior a 30.06.2019 (data de corte para a lista da AGE) e até 31.08.2019 (data de corte para a lista da AGO). De onde surgiram os outros 245 sócios incluídos na lista para a AGO, que não estavam na lista da AGE? Foram excluídos da lista aprovada para a AGE 1823 sócios, dos quais apenas 870 têm mais de 90 anos, independentemente de terem feito o recadastramento ou não. Desse modo, 947 sócios eleitores que estavam aptos a votar na AGE, realizada há menos de dez dias, foram excluídos da lista para a AGO.

Desses 947 temos: 1 Grande Benemérito, 1 Benemérito, 3 Eméritos, 384 remidos, 173 Benfeitores Remidos, 30 Campeões, 200 Proprietários Diamante, 8 Proprietários Ouro, 53 Proprietários Bronze, 37 Patrimoniais e 57 gerais. Também existem duplicidades na listagem de sócios eleitores. Em resumo, por que o açodamento para a aprovação da lista para a AGO? E os anistiados?

Por que afastaram da eleição os anistiados, que aderiram ao chamamento da própria Diretoria Administrativa para regularizarem as suas pendências com o clube? A quem interessa tumultuar o processo eleitoral, a 60 dias da eleição direta? Todos esses fatos exigem esclarecimentos daqueles que apresentaram as planilhas com os dados dos sócios (Srs. Alexandre Campello e Roberto Monteiro) e rigorosa apuração – como venho propondo, há tempos. O sócio precisa saber disso

. 4) Sobre a publicação da lista antes da checagem – disse o Presidente da Diretoria Administrativa ter agido de boa-fé. Tal afirmação é, no mínimo, suspeita, JA QUE FOI O ÚLTIMO A ASSINAR A ATA, após ter conhecimento da ressalva que fiz. O Sr. Presidente da Diretoria Administrativa fala em “ética”, mas, em tempo algum, colaborou com esta Presidência da Assembleia Geral. Só age em cumprimento de determinações judiciais. Dificulta o quanto pode. Disse em sua entrevista ter sido “voto vencido” e que era importante o clube prestar contas aos sócios. Falta com a verdade o Sr. Alexandre Campello, outra vez. Não foi “voto vencido”, mas “vencedor” no indeferimento pedido que formulei de prorrogação do prazo para análise da lista. Nunca teve interesse verdadeiro na apuração das irregularidades e, agora, menciona a existência delas?

5) Sobre o sócio anistiado – também falta com a verdade, mais uma vez, o Sr. Presidente da Diretoria Administrativa, ao dizer que “ratificou ser contra a exclusão dos anistiados”. Muito ao contrário, sequer permitiu a inclusão do tema em pauta, juntamente com os demais integrantes da Junta Deliberativa.
Somente após muita insistência desta Presidência da Assembleia Geral, o assunto fora, então, submetido à votação e, por 04 votos contra 01 (o meu voto vencido), os anistiados ficaram de fora da lista de eleitores. 6) Sobre as declarações de Roberto Monteiro ao GE – disse o Sr. Presidente do Conselho Deliberativo “estar mexendo com o interesse de muita gente na eleição”, “que defende a lisura desde o início”, “que há interesse em não legitimar a fraude eleitoral”. Contrariamente, durante a reunião da JD, no último dia 03.09.2020, fez acusações que reputou “muito graves”. Disse que não tinha dúvidas de que havia irregularidades, que tais irregularidades teriam ocorrido dentro da secretaria do clube, por pessoas que manuseavam o sistema. Afirmou que teriam “violentado o banco cadastral do Vasco”. Disse ter havido má-fé em quem estaria fazendo a manutenção dos cadastros do Vasco e disse, ainda, que não tinha dúvidas desses fatos. Fez, ainda, acusações nominais. Também disse que destruíram o cadastro do Vasco “por motivos vis”. Todas essas acusações foram ouvidas pelos demais Presidentes de Poderes que, além de nada fazerem, se recusaram a prorrogar o prazo para analisar detidamente as listas. Mesmo assim, desconsideraram tudo isso, como se não existissem irregularidades. Pior, decidiram que deveriam encerrá-las e publicá-las rapidamente, fazendo o Presidente do Conselho Deliberativo, Sr. Roberto Monteiro, um “apelo para que a gente feche isso o quanto antes”. Isso é tratar com lisura e transparência o processo eleitoral e respeito ao sócio?

Esses são os esclarecimentos que considerei devidos, já pedindo desculpas pelo tamanho da nota, mas que necessários para que todos entendam, principalmente, os sócios e torcedores, o que está ocorrendo com o processo eleitoral. A Comissão de Sindicância instaurada, visando ao meu afastamento da condução do processo eleitoral, não é obra do acaso.

Tenta-se, de todas as formas, tumultuar o processo eleitoral no CRVG. Os anos passam, mas os personagens se repetem. São sempre os mesmos. Mudam as formas, as estratégias, mas o objetivo não muda: fraudar a vontade dos sócios. São esses interesses que motivaram a instauração de comissão de sindicância para afastar esta Presidência da Assembleia Geral da condução do processo eleitoral. A quem isso interessa? Fala-se que esta Presidência serve a grupos políticos. Sou o único Presidente de Poder eleito diretamente pelos sócios. Defendo os sócios e a instituição CRVG.

Ao contrário, todos os que me apontam os dedos têm ligações com grupos conhecidos na política do CRVG. Tentam nos medir por suas próprias réguas. A estratégia é conhecida: “acuse os adversários do que você faz; chame-os do que você é”. É assim que agem. É o que querem que os sócios e torcedores acreditem. Mas o sócio e o torcedor não são bobos ou ingênuos, nem massa de manobra. Felizmente, todas as manifestações desta Presidência e dos Presidentes dos demais poderes, integrantes da JD, estão registradas em vídeo da última reunião, da qual se solicitou a lavratura de ata notarial, com fé pública.

A verdade sempre vem à tona.

Esta Presidência da Assembleia Geral insiste que defenderá, administrativa e judicialmente, se necessário for, a sua competência e prerrogativa para conduzir o processo eleitoral, respeitando e garantindo o respeito à vontade dos sócios, a transparência e a lisura do processo eleitoral. Compete aos sócios e torcedores, informados e conscientes do que está ocorrendo na política do clube, formar o seu juízo de valor sobre o que é joio e o que é trigo.

Nossa missão é garantir que a vontade dos sócios, efetivos e ativos, seja devidamente respeitada – seja ela qual for. Não em benefício da A, B ou C, mas em benefício da instituição, que é maior do que todos nós. Com mais de 80 anos de idade – dos quais mais de 60 servindo ao CRVG, não tenho ambições ou interesses pessoais. Não sou candidato a nada. Passarei por esta Presidência da Assembleia Geral sem máculas em minha história de vida e pretendo deixar um clube melhor para as gerações futuras.

Não é o nome deste Presidente que aparece sempre vinculado a notícias de fraudes ou irregularidades. Isso, sim, é o que incomoda a muitos. Isso, sim, é mexer com o interesse de muita gente. Por essas razões, esta Presidência foi isolada pelos demais Poderes do CRVG. Isolada, sim; sozinha, não. Enganam-se aqueles que acreditam que podem enganar os sócios, uma vez mais. Que a resposta dos sócios venha, soberana, nas urnas – sem fraudes. A luta continua!

Saudações Vascaínas,

Rio de Janeiro, 8 de setembro de 2020.

Faués Cherene Jassus
Presidente da Assembleia Geral do Club de Regatas Vasco da Gama"

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