Campello explica chance de renúncia e vê vitória dupla no Deliberativo

Mandatário falou sobre os motivos que o levariam a deixar o cargo no Vasco e afirmou não ter previsões exatas para pagamentos de salários, mesmo com o empréstimo aprovado

Alexandre Campello
Alexandre Campello ficou aliviado após as duras vitórias na reunião do Conselho Deliberativo (Foto: Luiza Sá)

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Se a expectativa, antes do início da sessão do Conselho Deliberativo, era negativa sobre o presidente do Vasco, Alexandre Campello, após a votação o sentimento foi de alívio para o mandatário. Sem abertura de sindicância e com a aprovação do empréstimo de R$ 10 milhões em um primeiro momento, o dirigente Cruz-Maltino comemorou o que chamou de "vitória dupla".

- Prevaleceu o sentimento de preservação do Vasco, do que é importante para o clube. Mais uma vez deram um voto de confiança à nossa gestão. Foi uma vitória dupla, com a aprovação do empréstimo também. Isso nos dá tranquilidade para seguir nesse trabalho árduo. O caixa limitado não é um problema enfrentado só pelo Vasco. É uma questão da maioria dos clubes da Série A. Talvez um ou outro não tenha essa dificuldade porque têm contratos diferenciados. Dezoito ou 17 clubes foram impactados de alguma forma com a mudança na distribuição dos recursos e no fluxo estabelecido com ele. Clubes como São Paulo, Cruzeiro, Santos, entre outros, estão buscando antecipação da televisão para equilibrar as finanças. O que a televisão tinha para pagar durante esses meses não era suficiente para cobrir os compromissos. Era um valor pequeno - explicou.

Antes da reunião, a previsão era de que seria quase inevitável a abertura da sindicância para apuração da suposto prejuízo de R$ 4 milhões aos cofres do clube depois que Campello não honrou acordou judiciais com 200 funcionários demitidos. O presidente nega oneração às finanças do clube. Uma denúncia foi protocolada na secretaria do clube no fim do mês passado por 60 conselheiros. Caso fosse confirmada a investigação, Campello pediria renúncia ao cargo.

- Entendo que, na atual situação do clube, se instalar uma sindicância para algo estapafúrdio e descabido era uma medida política. Isso vem ocorrendo de maneira recorrente ao longo dos meses, na tentativa de dificultar a gestão atual, e inviabiliza o clube. O vascaíno precisa entender que temos que unir forças para sair dessa situação. Estamos fazendo um esforço para conseguir reestruturar as finanças do clube. Temos trabalhado muito em um projeto de reestruturação financeira e indo atrás de investidores para transformar uma dívida de impacta o clube em algo menor e diluído ao longo de cinco anos. Abrir a sindicância é colocar sob suspeita a gestão, que é séria, que tem mostrado transparência e eficiência. Desde que eu assumi, recebemos apenas R$ 7 milhões. É impossível manter um clube como o Vasco, com um custo mensal de R$ 12 milhões, em um ano e meio com apenas isso - declarou.

Campello não deu previsão para o acerto com jogadores e funcionários dos salários em aberto. O primeiro grupo tem um mês de CLT e dois de direitos de imagem em aberto, enquanto o segundo tem dois meses sem pagamento. A próxima folha salarial vence no dia 20. Os trâmites burocráticos, na explicação do dirigente, impedem que se especifique data para quitação total dos atrasos.

- A tomada de um empréstimo de R$ 10 milhões, R$ 20 milhões ou R$ 30 milhões não é como ir financiar um automóvel e pagar R$ 100 mil. Isso requer uma série de troca de documentos entre o clube, a garantidora dos pagamentos (TV) e a instituição bancária. Isso demanda um certo tempo. Esperamos o mais rápido possível resolver isso e já começar a normalizar o fluxo de pagamento de salários e outras obrigações do clube - afirmou.

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