‘Amor’, cautela e expectativas: o retorno de Alberto Bial ao Vasco

Treinador estará à frente do basquete cruz-maltino para a temporada 2018/2019; durante apresentação do elenco, ele falou sobre ciclo pessoal no Vasco, cortes no orçamento e NBB

Alberto Bial, técnico do basquete do Vasco
Alberto Bial está de volta à Colina após 20 anos (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco.com.br)

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Alberto Bial e o basquete do Vasco são velhos conhecidos. Há mais de 20 anos, em 1997, o treinador foi responsável por comandar o título cruz-maltino no Campeonato Carioca sobre o rival Flamengo. Em 1998, esteve à frente da maior glória do basquete vascaíno: a conquista do Sul-Americano (transformando o clube carioca no primeiro brasileiro a levantar a taça continental).

Tantas histórias para contar certamente foram um fator de peso na escolha de Alberto Bial em retornar à Colina. Ao LANCE!, durante a apresentação do elenco para 2018/2019, o comandante revelou ter aceitado a proposta do clube carioca quase que imediatamente.

No primeiro momento, na primeira frase, eu já disse 'sim'. Não me interessava saber quais condições. Queria voltar para o Rio de Janeiro, para o Vasco da Gama. O sentimento é de amor. Foi a volta para a minha cidade e pro Vasco, que era uma história que não estava completa. Saí, estou voltando e venho repleto de vontade. É isso que quero exalar para eles (os jogadores) - declarou.

Papo com jogadores e expectativa para a temporada 2018/2019
Passado o frenesi inicial do retorno à Colina, quais são as expectativas de Bial para a temporada 2018/2019? O treinador preferiu manter a cautela e não projetar quaisquer títulos de peso. O técnico do Vasco vê um projeto sendo desenvolvido aos poucos, conforme as demandas do elenco.

Elenco de basquete do Vasco para 2018/2019
Elenco de basquete do Vasco para 2018/2019 foi apresentado na quarta-feira (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco.com.br)

Passo a passo, acho que o time está predisposto a trabalhar. E um time que está predisposto a trabalhar a gente sabe que não tem fim. Não quero criar expectativas ou perspectivas. Quero deixar eles navegarem para que a gente, aos poucos, vá moldando a equipe e veja qual é o sentido, o propósito que teremos para com ela - completou Alberto Bial. 

Reduções no orçamento e formação do elenco do Vasco
Não é segredo que o Vasco passa longe de viver seu melhor momento financeiro - e isto reflete diretamente no orçamento dos esportes. Conforme revelado anteriormente pelo VP de quadra e salão Jorge Veríssimo, o atual elenco cruz-maltino custou cerca de 45% menos que o plantel anterior.

O custo total do basquete vascaíno gira em torno dos R$3 milhões, sendo que nenhum atleta ganha mais de R$28 mil por mês. Para Bial, entretanto, os obstáculos monetários não impediram a formação de um elenco que atendesse seus requisitos.

O time de basquete do Vasco foi montado da maneira que a gente gosta. A composição do elenco é completa, temos dois jogadores para cada posição. Na vida a gente sempre tem que trabalhar com aquilo que a gente tem nas mãos, temos que ter flexibilidade e versatilidade. O basquete ensina, o esporte desde cedo me ensinou a trabalhar com aquilo que a gente tem. É uma equipe muito versátil, para fazer um rodízio de jogadores durante as partidas que nos permita jogar competições tão duras quanto o Carioca e o NBB - analisou o treinador.

Alberto Bial, técnico do basquete do Vasco
Alberto Bial concedeu entrevista coletiva após apresentação do elenco (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco.com.br)

Outros tópicos da entrevista de Alberto Bial: 
Valorização da base - "Acho que o Vasco tem que olhar a base com muito carinho. Não adianta ter um time adulto e não dar valor aos jovens da base. Temos quatro meninos que já vão jogar entre os adultos: Araújo, Gabriel, Luiz Felipe e Caio. São quatro talentos que descobri aqui dentro de São Januário e vão ser inscritos no NBB. (...) Se puder, vamos dar uma olhada nisso sim, sem dúvida nenhuma. Depois dessa largada, é arregaçar as mangas e . Esse time tem que fazer resultado, tem que ser o time da virada, do amor!"

Expectativas para a temporada - "A gente sabe dos nossos limites. Não podemos criar expectativas falsas. Quando há uma ligação, é um sentimento que junta as pessoas, que se chama amor. (...) Acho que isso pode fazer que a gente tenha sucesso, aos poucos. Atira lá nas estrelas, pra acertarmos aqui na Lua, como Michael Jordan falava no livro dele. Mas tem que arremessar mil bolas por dia."

Sentimento pelo retorno ao Vasco - "Eu sabia que em algum momento eu ia concluir meu ciclo no Vasco da Gama, que não estava concluído naquele ano de 1999. Foi tão bonita a história naqueles dois anos! Fiz grandes amizades. (...) Eu sou meio sensível, tenho algo no meu espírito, que dizia que haveria essa volta. Eu vibrava demais! Torcia pelo sucesso do Vasco da gama porque me sentia pertencente àquele sucesso. Passo a passo, quem sabe, não conseguimos retornar aos grandes momentos de 20 anos atrás?"

Escolha dos nomes para o elenco - "Quando chegamos, já começamos a fazer as escolhas. E acho que acertamos. O perfil dos jogadores me agrada, são disciplinados, têm o basquete na veia, extremamente competitivos. (...) Estou muito satisfeito com o plantel e as escolhas que fizemos."

* Estagiária sob supervisão de Jonas Moura

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