Verdão volta ao Couto em outra realidade e fortalecido
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Dia 5 de maio de 2011, o Palmeiras foi massacrado por 6 a 0 pelo Coritiba, no Couto Pereira.
É inevitável para palmeirenses lembrar da derrota, maior tragédia dos últimos anos, antes da volta ao estádio, marcada para quarta.
O retorno, porém, será com mudanças técnicas, psicológicas e com Felipão vendo o time, a três pontos do líder, na briga pela taça.
Mas superar o trauma será preciso. As diferenças com relação ao Verdão daquela semana, há três meses, começam na equipe. O Palmeiras pode ter em campo apenas três jogadores titulares da goleada: Márcio Araújo, Marcos Assunção e Kleber. Marcos e Luan, os outros, ainda são dúvidas.
Os demais jogadores não irão começar a partida. A zaga, por exemplo, com Cicinho, Maurício Ramos, Thiago Heleno e Gerley, é 100% diferente (ver análise completa abaixo). Henrique ainda pode ter condições de estrear na próxima quarta-feira.
A cabeça também mudou. O Palmeiras, no G4 do Brasileirão, vem embalado por duas vitórias. Em maio, viajou em baixa após eliminação nos pênaltis para o arquirrival Corinthians, na semi do Paulistão.
Luiz Felipe Scolari, que considerou na ocasião o resultado sem explicação, atípico, mantém o discurso para seus jogadores, ciente de que algo igual não se repetirá tão cedo.
- Falo agora daquela partida da mesma forma como expliquei naquela ocasião. Foi um desastre, uma situação anormal em futebol. Agora, provavelmente não vai acontecer a mesma coisa. Podemos até perder, mas daquela forma não. Foi um desastre, uma vez na vida acontece. Não tem nada de dar troco. É jogar pelos três pontos. O 6 a 0 já foi, deixou de existir - afirmou.
Os números na temporada compravam a tese do técnico. Para levar seis gols no Brasileirão, por exemplo, o Verdão precisou de nove rodadas.
O sexto gol a vazar a defesa só aconteceu contra o América-MG, no empate em 1 a 1, em Sete Lagoas.
Hoje, com nove gols sofridos em 13 rodadas, o Verdão tem a segunda melhor defesa do Brasileirão.
A equipe de Felipão, antes da tragédia, tinha 18 vitórias, quatro empates e duas derrotas em 2011: aproveitamento de 76,9% dos pontos.
Depois do baque, apesar das cobranças da torcida, o Verdão se recuperou: aproveitamento de 64,1%.
– Com nosso rendimento, temos grandes chances de estar em primeiro, segundo, no fim. Para mim, com 75 pontos é campeão. Temos de continuar esse trabalho, ver até onde vai. Nós temos boa condição, um bom grupo, podemos sonhar com título se trabalharmos assim. Mas reconheço que tem equipes com grupo melhor, mais qualificado. O que pode fazer a diferença é essa vontade, espírito, essa dedicação – disse Felipão, pronto para espantar o trauma.
Fase mudou, mas o tabu continua
Se o Palmeiras viajará amanhã para Curitiba em momento positivo, o retrospecto recente da equipe no Couto Pereira continua negativo. Na luta para superar o trauma dos 6 a 0, o Verdão tentará quebrar um tabu de 14 anos sem vencer o Coritiba no estádio. A última vitória, por 1 a 0, pela Copa do Brasil, aconteceu em 1997.
Desde então, foram oito partidas no Couto, com dois empates e seis derrotas. Nos últimos quatro jogos, o Palmeiras não chegou nem a fazer um gol no adversário. A última vez que o Verdão balançou a rede foi em 2001, em goleada sofrida por 4 a 1.
5/5: Coritiba 6 x 0 Palmeiras, pela Copa do Brasil: 6 gols sofridos
No Brasileirão (tempo que levou para sofrer 6 gols)
29/5 - Cruzeiro 1 x 1 Palmeiras - terceiro rodada - 1 gol
12/6 - Internacional 2 x 2 Palmeiras - quinta rodada - 2 gols
26/6 - Ceará 2 x 0 Palmeiras - sétima rodada - 2 gols
7/7 - América-MG 1 x 1 Palmeiras - nona rodada -1 gol
Na cabeça
Pós-eliminação
Verdão viajou para Curitiba, em maio, eliminado do Paulistão, após jogo polêmico contra o Corinthians. Com um a menos na semi do Paulistão (expulsão contestada) desde o primeiro tempo, Verdão saiu na frente, mas levou empate e perdeu nos pênaltis. Árbitro Paulo César de Oliveira foi visto como vilão por Felipão. Jogo foi no domingo e, na quarta, Palmeiras encarou o Coxa pelas quartas da Copa do Brasil. Time afundou de vez no Couto Pereira.
Embalado
Na próxima quarta, Verdão joga embalado pela boa campanha e derrotas dos concorrentes e rivais São Paulo e Corinthians na briga pelo título. Palmeiras vem de duas vitórias seguidas e espantou o trauma de não vencer fora no último jogo longe de casa. Na quarta-feira passada, equipe bateu o Figueirense, por 1 a 0, em Florianópolis. Time de Santa Catarina não havia perdido ainda em seu estádio. Felipão quer melhorar o desempenho fora no Brasileirão.
No campo
Goleiro
Após 19 jogos fora, em recuperação física, Marcos voltou ao gol contra o Coxa, em maio. Detonou a postura do time, depois. Para quarta, a previsão é de que ele volte, após duas partidas. Goleiro faz um ótimo Brasileirão.
Defesa
Cicinho estava machucado e Thiago Heleno, suspenso, no jogo do Couto. Maurício Ramos não era titular e Gerley, recém-contratado, nem sonhava em jogar pelo Palmeiras.
Meio de campo
Valdivia tinha acabado de se machucar, contra o Corinthians, na partida anterior ao duelo no Couto, e iniciava longe período afastado. Araújo e Assunção foram titulares.
Ataque
Maikon Leite estava no Santos no primeiro semestre. Luan e Kleber foram titulares na tragédia do Couto Pereira, mas Verdão foi escalado com um esquema diferente naquela ocasião (ler mais ao lado).
Time no dia da tragédia: Marcos, João Vitor, Leandro Amaro, Danilo e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik e Lincoln; Luan e Kleber.
Time provável na quarta: Marcos, Cicinho, Maurício Ramos, Thiago Heleno e Gerley; Márcio Araújo, Marcos Assunção e Valdivia; Luan, Maikon Leite e Kleber.
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