Terceiro uniforme do Fla: maldição ou acaso?

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Para alguns, foi uma verdadeira aula de futebol da Universidad de Chile. Para outros, uma demonstração incontestável de desinteresse dos jogadores do Flamengo. Seja qual for a explicação escolhida, até o menos supersticioso torcedor rubro-negro ganhou, após a acachapante derrota da noite da última quarta-feira, no Engenhão, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, uma pulga atrás da orelha: afinal, existe a maldição do terceiro uniforme rubro-negro?
Para tentar responder à pergunta, recorremos aos números. Utilizando algum modelo de terceiro uniforme, o Flamengo entrou em campo 20 vezes, vencendo três partidas, empatando sete e sendo derrotado em dez jogos. Em confrontos oficias, o Rubro-negro jamais venceu quando vestiu a terceira camisa. Foram 11 jogos, com três empates e oito derrotas.
HISTÓRICO:
1995 - PAPAGAIO DE VINTÉM:
Apesar de o Flamengo ter iniciado suas atividades no futebol apenas em 1912, o ano do centenário de fundação do clube trouxe a ideia de lançar uma camisa nos moldes do primeiro uniforme usado pelos futebolistas rubro-negros.
Mesmo estreando junto com o craque Romário, no empate em 1 a 1 contra a Seleção do Uruguai, o uniforme resgatava uma história de insucesso. Com resultados abaixo do esperado em sua primeira temporada na Liga Metropolitana de Esportes Atléticos, os rubro-negros resolveram aposentá-la e, na temporada seguinte, em 1913, substituíram-na pela camisa "cobra coral" com o argumento de que dava azar.
Se era azar não se sabe, mas o time de futebol do Flamengo era formado pela maioria dos jogadores campeões, em 1911, pelo Fluminense. Era uma equipe muito forte que, por essa razão, conseguiu iniciar sua participação já na primeira divisão da Liga.
Fato é que, vestindo o modelo, foram nove amistosos, com quatro empates e cinco derrotas.
1995 - CAMISA AZUL, AMARELA, PRETA E VERMELHA:
Com a proposta de resgatar suas cores originais, o clube lançou um modelo azul, amarelo, preto e vermelho. O resultado foi uma camisa que não parecia com os uniformes azuis e dourados, nem com a camisa rubro-negra. Não foi aprovada pelo Conselho Deliberativo e nunca foi usada. No entanto, teve boa vendagem e, ainda hoje, é possível vê-la vestindo alguns torcedores.
1999 - CAMISA PRETA:
Essa só venceu, mas foi usada em apenas dois jogos: vitória pelo placar mínimo em amistoso com o Grêmio, no Maracanã, e vitória por 5 a 3 sobre o Fluminense, válida pelo troféu São Sebastião. Não agradou e foi logo aposentada. Detalhe: O uniforme consistia na exótica combinação de camisa e meiões pretos com calções vermelhos.
2001 - CAMISA VERMELHA:
Primeiro entre os terceiros modelos a ser usado em jogos oficiais. Foram seis jogos no total: quatro derrotas pelo Torneio Rio-São Paulo, um empate sem gols com o Vasco, pelo Estadual, e uma vitória por 2 a 1 sobre o Racing Club, da Argentina, pelo Troféu 50 anos Petrobrás.
2008 - CAMISA MEIO VERMELHA, MEIO PRETA:
Usada uma única vez, no empate sem gols contra o Madureira pela Taça Rio. Essa camisa ajudou a encerrar a parceria entre Flamengo e Nike. As fotos promocionais do lançamento, tiradas contra o decrépito muro da Gávea, irritaram a direção do clube que, em pouco tempo, rompeu com a fornecedora de material esportivo.
2010 - CAMISA AZUL E AMARELA:
Com a mesma proposta do modelo de 1995, a Olympikus confeccionou um modelo nas cores azul e amarelo que fez grande sucesso e continua a vestir muitos torcedores flamenguistas pelas ruas e estádios do país. Seu uso foi permitido apenas em jogos fora do Rio de Janeiro. Foi usado no empate por um gol com o Vitória, em Salvador, e na derrota para o Corinthians, por 1 a 0, no Pacaembu; ambos válidos pelo Campeonato Brasileiro.
Se, de maneira geral, os terceiros uniformes nunca deram muita sorte ao Flamengo, o modelo de 1999, na cor preta, ganhou os 2 jogos em que foi utilizado. Os supersticiosos poderiam afirmar, até a noite da última quarta-feira, que, entre as camisas azaradas, a preta era um amuleto. Depois dos 4 a 0 impostos pela equipe chilena, na estreia da nova combinação, pode-se concluir que, se não há uma maldição da terceira camisa, usá-la nunca foi bom negócio.
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