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De sonho à realidade: Criado pelos tios, Fred fugia da aula para jogar bola

Especial Fred (Foto: Agência Lance!)
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Dia 27/10/2015
23:56

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Teófilo Otoni, interior de Minas Gerais. Aqui é o berço do maior ídolo atual do Fluminense. Foi na pequena cidade, com cerca de 135 mil habitantes, que o jovem Frederico Chaves Guedes, mais conhecido como Fred, deu seus primeiros passos. O lugar é apelidado carinhosamente pelo atacante de "Tchó-Tchó". As lembranças de um passado recente ainda estão na cabeça de amigos, familiares e de quem ajudou o garoto a se formar como homem e como um dos maiores astros do futebol brasileiro.

A infância não difere muito da maioria dos jogadores. O jovem Fred só pensava em uma coisa quando garoto: jogar bola. De origem humilde, perdeu sua mãe, Giselda, cedo. O pai, Juarez, seguiu para Belo Horizonte em busca de trabalho e o menino ficou sob os cuidados dos tios, em uma casa na região central. Foi lá, na Avenida Getúlio Vargas, que surgiu o interesse pelo futebol. Ali, trocou os cadernos pela bola e chuteiras. Até os 13 anos, frequentou a Escola Estadual Alfredo de Sá. No fim do 7º ano, chegou ao América de Teófilo Otoni e largou definitivamente os estudos pelo sonho de brilhar nos gramados.

O garoto das notas baixas no colégio aprendeu na escola da vida a ser o ídolo que é atualmente. Apesar do pouco estudo, o camisa 9 tricolor se destaca pela inteligência dentro e fora dos gramados e por articular bem as palavras. O antes menino se tornou o filho ilustre de "Tchó-Tchó".

O tio Geraldo, responsável por cuidar dele durante boa parte da infância, destacou algumas características de quando Fred era criança. Lembrou, inclusive, que ele era muito 'desligado':

– O negócio do Fred sempre foi jogar bola. Não gostava de estudar e nem tirava boas notas, mas sempre foi um excelente garoto – afirmou.

Já adolescente, fez de tudo um pouco para ganhar dinheiro até chegar ao apogeu na carreira. Colocou Teófilo Otoni de vez no mapa. Foi na cidade das Pedras Preciosas que a maior joia do Flu foi lapidada. O futebol, o Fluminense e os brasileiros abraçam o ídolo e a pequena cidade.

L! TV visita Teófilo Otoni, a cidade de Fred


DE SEGURANÇA A PASTELEIRO EM TCHÓ-TCHÓ

Ainda garoto, Fred tinha de se virar para arranjar uns trocados no fim de semana. E nos finais de ano, o ainda jovem ficava na porta da loja de departamento de seu tio Geraldo, tomando conta, como segurança. Apesar da pouca idade, Fred já tinha um porte físico avantajado e por isso foi escolhido para ajudar nas tarefas:

– Se ele gostava? Não sei. Eu sei que ele torcia para acabar logo o Natal e poder ir jogar bola – afirmou Geraldo, dono do local.

Fred também trabalhou como pasteleiro no Centro de Teófilo Otoni, também nas férias do colégio e quando não estava em período de treinamentos.

Com a palavra, Bruno Barros, amigo de infância de Fred e jogador do Nacional-MG

'Tenho orgulho de ter ajudado um irmão'

"Começamos juntos pelo América de Teófilo Otoni. Éramos muito amigos, treinávamos com o pai dele, desde o começo. No juvenil era pouco treino e depois o pai dele colocava a gente para treinar. Em 2001, arrumei o teste no América-MG e fui buscá-lo na rodoviária. É uma história bonita. Tenho orgulho de ter ajudado um irmão. Ele me apresentou à minha esposa atual e ela o apresentou a mãe da filha do Fred. Quando estamos na cidade, ele fica na minha casa. Nossas filhas são muito amigas. Até ficou bravo porque não o coloquei como padrinho da minha filha. Facilitava para ele nos treinos no América (risos). Garotos, íamos sozinhos de ônibus para as festas e o Juarez dava dura sempre (risos). Apesar da correria, sempre que dá, nos divertimos juntos"

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