Contra solidão e pelo ouro, Cielo une família e trabalho
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Nadar, nadar, nadar, nadar...
Não há verbo mais conjugado na vida de Cesar Cielo do que esse. Por isso, suas vidas pessoal e profissional se misturam facilmente.
A mãe é sua agente. O sócio era nadador, assim como o rapaz que cuida de suas aplicações na bolsa.
Cielo respira natação e jura que se trata de um esporte solitário. Por isso, criou um seleto ciclo de pessoas em torno de si e o considera fundamental para conquistar o bicampeonato olímpico dos 50m e o ouro nos 100m livre na Olimpíada de Londres (ING), em 2012.
Enquanto a maioria dos seres normais curtia o carnaval em blocos e avenidas, Cesar Cielo aproveitou a festa pagã para estreitar relações com os colegas do Projeto Rumo ao Ouro 2016 (PRO 16). Nadadores e staff foram a Santa Bárbara d'Oeste e, abastecidos pelo tradicional churrasco, trocaram ideias e se conheceram melhor.
André Schultz, Leonardo de Deus, Nicholas dos Santos, Henrique Rodrigues, Tales Cerdeira e Vinícius Waked foram pinçados a dedo pelo "líder". Mais até do que o desempenho nas piscinas, pesou muito o comportamento fora delas.
– Falei que não havia substitutos, não havia plano B. Ou eles aceitavam ou teríamos nadadores a menos – disse o campeão ao LANCE!.
Confiança é um aspecto levado muito em conta. Depois do ouro em Pequim, dezenas de agentes se ofereceram para gerenciar sua carreira. Ele entregou o lado profissional nas mãos da mãe, apesar da inexperiência. Flávia Cielo, professora, fará cursos para lidar melhor com contratos, patrocínios e afins.
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– A gente percebia que todos tinham segundas intenções. Ficamos com o pé atrás, eu quero deixá-lo confortável, sem preocupações para poder nadar o melhor que puder – justificou a "mãe-empresária".
Em seus negócios, Cesão também prioriza o mundo da natação. Recentemente passou a investir na bolsa de valores graças à consultoria de Marcelo Popoff, ex-companheiro de piscina do Pinheiros.
– Não entendo nada, só pergunto a ele como estão as coisas (risos).
O sócio no restaurante, Roberto Martinez, morou e treinou com ele em Auburn por um ano antes de se aposentar. É esse mundo que vai cercar o campeão até a Olimpíada.
– É muita braçada, muito esforço, mas nosso grupo é excelente e vamos ajudar uns aos outro
Minha vida na água
Sob as asas
Agentes do filho e administradores do Instituto, Flávia e Cesar Augusto farão cursos para se especializarem e atenderem outros atletas.
Investimento
Cielo admite não entender nada de bolsa de valores, mas consulta Marcelo Popoff, ex-colega de natação do Pinheiros, agora um especialista.
Sociedade
Roberto Martinez, ex-nadador aposentado em 2008, é sócio de Cielo no Original da Granja, restaurante na capital paulista.
Marchinhas
O carnaval de Cielo foi ao lado dos parceiros do PRO 16 em Santa Bárbara d’Oeste. O assunto principal? Natação, é claro.
Bate-Bola com Cesar Cielo - Em entrevista ao LANCENET!
Você aparenta ser um cara perfeito. Qual o maior defeito?
Sou chato pra caramba! Um chato de galocha. Ainda bem que minha mãe me agencia, senão eu seria pobre. Ninguém me aguentaria. Busco a perfeição o tempo todo, transferi isso do esporte para minha vida.
Que critérios usou para convidar os nadadores do PRO 16?
Currículo, personalidade, princípios e ideais de cada um. Um precisa aguentar o outro, ter vontade de se ver. A relação é muito próxima, se você não gosta da pessoa é a morte. Um tem de ajudar, querer que o outro nade bem. A natação é um esporte solitário, não adianta só pensar que vai dar certo ou ter o técnico na beira da piscina. É preciso ajuda. E nosso grupo de treino, se não for o melhor, é um dos melhores do mundo.
Vocês podem ir à balada?
Temos uma conduta rígida, mas não pode ser piração. Se o cara quer ir no sábado e voltar às seis da manhã, tudo bem. O que não pode é se massacrar depois, achar que não deveria ter feito. Perder treino por isso. Se vai, então tem de voltar feliz.
Apesar de nadar em alto nível, você nunca teve lesões. A que você credencia esse fato?
Meu pai é pediatra e acompanhou meu crescimento. Só passei a fazer dois treinos por dia aos 16 anos. Comecei a malhar de verdade aos 19. Sempre tentei ouvir meu corpo e respeitar meus limites, embora não seja muito bom nisso (risos). O controle do pai foi importante.
Sua vida fora da água está toda ligada à natação, certo?
Fora da água é diversão porque estou desligado. Na natação estudo tudo direitinho, ela já me garantiu uma boa situação financeira. Então, fora, estou tentando ajudar os outros.
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