menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Provável titular do Cruzeiro, jovem Lucas Silva não teme pressão: ‘entrei na hora certa’

Palmeiras no primeiro turno dos pontos corridos (Infográfico)
imagem cameraPalmeiras no primeiro turno dos pontos corridos (Infográfico)
Dia 27/10/2015
23:38

  • Matéria
  • Mais Notícias

Revelação cruzeirense no Brasileirão, o jovem Lucas Silva, de apenas 19 anos, assumiu a titularidade no meio-campo estrelado na vitória contra o Bahia e deverá ser mantido por Celso Roth na partida desta quarta-feira, contra o Fluminense. Em entrevista exclusiva, a promessa das categorias de base da Raposa recebeu a reportagem do LANCENET! em sua residência. Com a timidez típica dos jogadores que estão nos primeiros passos da carreira, contou sua trajetória dentro do clube e disse que não via melhor momento para entrar na equipe principal. Confira abaixo a entrevista.

L! Seu surgimento na equipe está sendo muito repentino e talvez a maior parte da torcida ainda não te conhece bem. Se apresente para o torcedor.
Sou de Bom Jesus de Goiás, no interior do estado. Comecei jogando em escolinhas de lá aos 8 anos de idade. Aos 12 anos, me transferi para Goiânia, onde fui jogar em um time chamado Ovel, que tem parceria com o Cruzeiro. Fui especificamente para jogar futebol, morando na casa dos meus tios. Depois de um ano e meio lá, vim para o Cruzeiro fazer teste, em 2007. Fiquei uma semana em avaliação, passei e estou aqui, há quase cinco anos no Cruzeiro.

L! Como foi sua trajetória nas categorias de base do Cruzeiro?
Me criei e me formei na base do Cruzeiro. Cheguei na categoria pré-infantil, aos 13 anos. Passei pelo infantil, juvenil e júnior, onde tive uma carga de trabalho e de jogos muito boa, fui muito bem recebido. Também muita experiência, rodagem de jogos nacionais e internacionais muito boa. Conquistei o Mineiro do ano passado, o Brasileiro Sub-20 de 2010. Já fui campeão em torneios nos EUA, na Holanda. Acho que essas viagens foram essenciais para adquirir experiência e para chegar no profissional bem e tranquilo para jogar.

L! Você tem passagens pelas Seleções Brasileiras de base?
Fui convocado no início deste ano, pelo Ney Franco. Nós fomos para torneios na Espanha (Copa do Mediterrâneo, em Barcelona) e no Catar (um quadrangular amistoso). Foi minha primeira convocação. Foi uma experiência sensacional, muito boa. Comecei como reserva e tive participações como titular em Barcelona. No Catar, eu entrei durante o primeiro jogo e fui titular nos dois últimos, onde deixei uma boa impressão.

L! Como foi a subida para o profissional?
Assim que voltei da Seleção (em maio) fui promovido para o profissional. Bateu aquela ansiedade, sobre como seria. Mas, quando cheguei, fui muito bem recebido. Na época, ainda era o (Vágner) Mancini, que me ajudou muito, assim como os outros jogadores. Rapidamente procurei me ambientar, para poder jogar quando surgisse a oportunidade. Ficou ainda mais tranquilo com as presenças do Elber e do Diego Renan, que eram jogadores da base, que me ajudaram a me juntar mais ao grupo. Depois, comecei a treinar naturalmente e fui me soltando.

L! Além de Elber e Diego Renan, você tem algum ‘mentor’ dentro do time?
Não tem apenas um. Além do Elber e do Diego Renan, que me ajudam muito na ambientação, tem o Tinga, que me dá bons toques sobre treinamento, posicionamento. O Montillo também me deu muito apoio. Então, não teve alguém específico. Foram vários jogadores, me dando vários toques para me deixar mais tranquilo para jogar. A experiência deles me deixou muito tranquilo para jogar, seus conselhos me ajudaram muito dentro de campo.

L! Você estreou no profissional contra a Portuguesa, na décima rodada. Como foi a estreia? Ficou muito nervoso?
Ali o (Celso) Roth tinha conversado comigo durante a semana, me perguntando se eu estava pronto para jogar e eu disse que sim. Ele me testou como titular nos treinamentos, mas optou por me deixar no banco. No intervalo, ele me perguntou se eu estava pronto, pois iria precisar de mim. Enquanto eu me aquecia, eu imaginei que ele me colocaria quando fizéssemos um gol, para fechar um pouco mais o time. Mas ele me chamou quando ainda estava 0 a 0 e foi aí que bateu uma grande ansiedade, as pernas tremeram um pouco. Mas eu dei a sorte de a torcida do Cruzeiro que estava atrás de nós me incentivar quando eu fui chamado. Os outros jogadores também me apoiaram bastante, inclusive o Tinga, quem eu substituí. Depois disso, eu entrei um pouco mais tranquilo, mas só consegui me soltar depois do primeiro passe. Não tem jeito, a ansiedade bate muito forte.

L! Qual tem sido o papel de Celso Roth no seu processo de entrada na equipe?
Nesses jogos em que eu seria mais utilizado, ele sempre conversou muito comigo, me orientou a ter uma marcação muito forte, ganhar as divididas, uma coisa que ele fala bastante com os volantes e principalmente comigo, que estou começando. Disse que quando for jogar, para ficar à vontade, jogar e se soltar, mas não esquecer da marcação, por ser volante, pois é essencial.

L! O Cruzeiro vive um momento de muitas irregularidades, ganhando muito, mas perdendo muito. Isso te atrapalha?
Acho que para opinar agora é complicado, mas acho que entrei na hora certa, bem tranquilo para poder jogar. Essa instabilidade do Cruzeiro é ruim, pois gera confiança em um momento e desconfiança logo em seguida. O torcedor não sabe se o time vai engrenar ou não. Mas o Roth está procurando manter uma constância. Mesmo não vencendo os jogos, ele nos cobra para manter um padrão de jogo, jogar bem, para que o resultado chegue o mais perto possível de uma vitória. Mas não acho que teria um momento melhor do que este para poder jogar, pois estou bem tranquilo e motivado. Independente de estar lá em cima ou lá em baixo, este era o momento certo.

L! Roth disse, em entrevista após o jogo contra o Bahia, que poderia te dar sequência no time. Como você encara isso?
Estou bem tranquilo. Quero jogar, quero seguir como titular, mas quem decide é o Roth. O que ele decidir, seja jogar ou me manter no banco, eu vou acatar da melhor maneira possível e vou estar sempre disposto a ajudar o Cruzeiro.

L! O que você projeta para seu futuro dentro do Cruzeiro? Há algum jogador que você gostaria de se assemelhar?
Aqui no Cruzeiro, eu sempre gostei muito do estilo de jogo do Fabrício, que tem uma característica parecida um pouco com a minha, de marcar e atacar bem. Eu espero fazer história no Cruzeiro, me manter como titular, ser visado pelo mundo e, claro, um dia chegar à Seleção Brasileira e jogar na Europa. Todo jogador sonha em um dia jogar na Europa e comigo não é diferente. Mas tem muita coisa a acontecer e, para poder jogar lá, eu tenho que estar bem aqui no Cruzeiro. Espero manter uma sequência e fazer história aqui também.

L! Há algum jogador que foi para a Europa e em quem você se inspira para ter uma carreira semelhante?
Um jogador que é meu ídolo e em quem eu me espelho muito é o Juninho Pernambucano. Eu me inspiro muito nele. Quando ele foi para a Europa, se tornou ainda mais respeitado, não só dentro de campo, e fez história no Lyon, sendo capitão e ganhando muitos títulos.

L! Se você pudesse mandar um recado ao torcedor cruzeirense, o que ele deve esperar do Cruzeiro neste ano?
O torcedor pode ficar tranquilo, porque vontade e raça não vão faltar ao Cruzeiro hora nenhuma. Se o futebol bonito do Cruzeiro ainda não está acontecendo, procuramos sempre vencer os jogos primeiro, para depois jogar bonito. De mim, ele pode esperar que eu darei tudo de mim para jogar e ajudar o Cruzeiro sempre. Se Deus quiser, vamos conseguir alguma coisa boa neste brasileiro.

  • Matéria
  • Mais Notícias