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Membro da Wada, De Rose descarta punição a Carvalho

Dia 27/10/2015
22:21

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Membro da Wada (Agência Mundial Anti-Doping) e diretor do programa antidoping do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), o médico Eduardo De Rose descarta que o atacante do Palmeiras, Daniel Carvalho, possa sofrer algum tipo de punição por conta de ter revelado nesta segunda-feira que usou anabolizantes quando ainda defendia o CSKA Moscou (RUS).

- Para qualquer atleta sofrer uma punição, o codigo da Wada é claro: ele tem que ter sido flagrado usando uma substância proibida ou se negar a fazer controle, ou ainda portar e traficar alguma substância ilícita, mas não é o caso. A substância é proibida em todo o mundo, mas se não é feito o controle, não há como punir - afirma.

Fisiologista comenta efeitos dos anabolizantes em Daniel Carvalho

Em entrevista ao LANCENET!, o médico ainda apontou a falta de regulamentação de doping na Rússia até recentemente, discordou de Daniel Carvalho quanto à questão do biotipo, mas concordou quanto ao fato de o percentual de gordura do meia estar longe do ideal.

Bate-bola - Eduardo De Rose, médico, membro da Wada (Agência Mundial Anti-Doping) e diretor do programa antidoping do COB (Comitê Olímpico Brasileiro)

LANCENET!: Uso de anabolizantes leva a aumento de peso? Este aumento é só de massa muscular, ou também de massa adiposa?

EDUARDO DE ROSE: Todo uso de anabolizante, leva a um aumento de massa muscular e consequentemente a um aumento de peso. Por vezes, esse ganho de massa ocorre nesses padrões apontados pelo Daniel (Nota da Redação: o atacante diz ter ganho cerca de oito quilos na rússia). Também existe uma retenção hídrica que ocorre com o uso de anabolizante. A massa de tecido adiposo não tem nada a ver com esse aumento, então ele não ganha esse tipo de massa só tomando anabolizantes. Certos tipos de aumentos, adiposos pode ser um aumento da massa visceral. Não que esse seja o caso.

LNET!: O fato de Daniel ter assumido o doping agora, pode render punição?

EDR: Não. Para qualquer atleta sofrer uma punição, o codigo da Wada é claro. Ele tem que ter uma substância proibida ou se negar a fazer controle, ou portar e traficar substância, mas não é o caso. A substância é proibida em todo o mundo, mas se não é feito o controle, não há como punir. Só se ele desse alguma declaração, mas punir por declaração é muito complicado, ele teria que fazer um depoimento disso, falar sobre esse caso a autoridades, mas não teria como se provar que a substância foi de fato ministrada a ele naquela época. Sem registro, não há como fazer isso. Como não foi feito controle na época, e o caso aconteceu há vários anos, acho complicado render algum tipo de punição.

LNET!: Os 11% de gordura que o Daniel diz estar agora estão longe do que é considerado ideal?

EDR: No tempo em que eu trabalhava em futebol, a gente trabalhava com cerca de 9%, 10%. Para um jogador de futebol, creio que o ideal é de cerca de 8%. Então ele está com um percentual um pouco acima do ideal sim.

LNET!: Como membro da Wada, o que o senhor pode dizer sobre o controle de doping na Rússia?

EDR: Em torno dos anos 2000 e um pouco mais, era uma situação difícil em termos de doping na Rússia. Pouco se sabia sobre o que os jogadores usavam, como as comissões técnicas vinham submetendo eles a tratamento, pois não havia controle. Se tinha uma dificuldade de se entrar lá e sair com relatórios sobre doping, com amostragens concretas. Isso está mudando com a Wada e o COI, que estão aumentando o controle de uns dois anos para cá. Quando os Jogos de Inverno de 2014 foram para lá, além da Copa do Mundo a situação mudou um pouco. A agencia nacional russa está trabalhando bastante em cima disso nessa questão da regulamentação do doping para se adequar a padrões internacionais. Mas na época dele, de fato a situação era outra.

LNET!: Um tratamento desses leva a ganho de peso, mas chega a mudar sua dificuldade para perdê-lo?

EDR: Isso é uma questão de biotipo. O sujeito engorda e emagrece, mas o biotipo permanece o mesmo. Não creio que um tratamento desses mude o biotipo dele.

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