Médico do UFC explica fiscalização para o uso do TRT no Brasil
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Se tem um assunto que tem virado polêmica no mundo do MMA é o uso da Terapia de Reposição Hormonal por inúmeros lutadores do UFC. Chael Sonnen, Dan Henderson, Vitor Belfort, Frank Mir e Forrest Griffin são apenas alguns dos nomes de atletas que utilizam ou já utilizaram o TRT. O uso acontece pelo fato de muitos lutadores não produzirem mais a quantidade normal de testosterona que um organismo necessita. O fato é que muitos atletas da própria organização têm criticado o uso e insinuado que a permissão seria injusta e que a terapia melhora a performance de alguns lutadores.
Se nos Estados Unidos o assunto já é tratado com desconfiança, no Brasil, o uso do TRT ganhou um fator agravante para o questionamento de membros do esporte. O Ladetec, único laboratório que era credenciado pela Wada (Agência Mundial Anti-Doping) no Brasil, perdeu o selo. Porém, o LANCE!Net foi atrás do Dr. Márcio Tannure, diretor médico da Comissão Atlética Brasileira para entender como é feita a fiscalização da terapia para os lutadores se apresentarem no Brasil e esclarecer que a Wada em nada influencia no método usado pela comissão.
- Apesar de seguirmos o padrão Wada, não somos afiliados ao mesmo, pois existem algumas diferenças. Cada comissão tem seu próprio protocolo. Aqui no Brasil, além dos exames e relatórios médicos que comprovem a necessidade do uso do TRT, também exigimos exames de sangue mensalmente e no dia da luta para provar que os níveis de testosterona estejam dentro dos limites da normalidade - explicou Tannure, em entrevista ao L!Net.
O médico ainda explicou o processo pelo qual passará Vitor Belfort e Dan Henderson, que se enfrentarão no UFC de Goiânia, no dia 9 de novembro. Os dois costumam fazer o uso da terapia e terão de comprovar a necessidade. Tannure explicou que a única diferença é que o americano terá de cumprir com o compromisso de enviar ao Brasil seus exames feitos nos Estados Unidos para que ele os avalie.
- Ambos deverão passar pelos mesmos procedimentos e realizar um exame de sangue mensalmente até o dia da luta e outra no dia da luta para verificar os níveis de testosterona. A única diferença é que o Dan Henderson terá de mandar seus exames e relatórios médicos que comprovem o uso. E, se for aprovado, passará por este protocolo - avaliou o profissional, que também faz parte da comissão médica do Flamengo.
Confira um bate-bola com o Dr. Márcio Tannure
O quê o Dan Henderson precisa fazer para ter o direito de fazer o tratamento para lutar no Brasil?
Ele precisa do relatório do seu medico especialista e todo seu histórico de exames que comprovem sua necessidade clínica para o uso.
Você acha que o fato do Dan Henderson também fazer o uso do TRT deve aliviar as críticas feitas em cima do Belfort?
Não estamos preocupados com isso. Nossa preocupação é que ambos atletas estejam dentro das regras e com condições iguais aos outros.
Você poderia exemplificar o passo-a-passo de como é feito o processo do exame?
O atleta tem de fazer exames de sangue mensalmente, nos três meses antes da luta para checar seus níveis de testosterona e realizar exames de sangue novamente. E no dia da luta é feito o exame através da urina.
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