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Marmelada da Ferrari na Áustria completa dez anos

Barrichello superou Schumacher em todo o fim de semana na Áustria, em 2002 (Foto: Ferrari/Divulgação)
imagem cameraBarrichello superou Schumacher em todo o fim de semana na Áustria, em 2002 (Foto: Ferrari/Divulgação)
Dia 28/10/2015
03:21

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“Uma derrota histórica da Ferrari, que jamais será esquecida”, disse Reginaldo Leme quando Rubens Barrichello foi obrigado pela Ferrari a ceder a vitória a Michael Schumacher no GP da Áustria, há exatos dez anos. De fato, a marmelada ainda é lembrada como o jogo de equipe mais acintoso da história da F-1.

Naquele 2002, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu as inversões de posições mas a própria Ferrari, na Alemanha-2010,
repetiu a “façanha” numa ordem cifrada a Felipe Massa, que abriu para Fernando Alonso – a própria FIA reviu a regra, alegando ser difícil
fiscalizá-la.

Mas a atitude de Barrichello ao dar passagem a Schumi a poucos metros da bandeirada segue um marco. O brasileiro, que já disse ter se arrependido de ter feito isso, admite que ao menos o episódio serviu para provocar uma discussão mundial sobre as ordens de equipe, que
sempre existiram na F-1 mas nunca de forma tão descarada.


Rubinho superou Schumi em todo o fim de semana (Foto: Ferrari)

– É a única coisa positiva que a gente tem de tirar de um evento feio. Foi essencial para toda a F-1 e para meus fãs conhecerem uma coisa que
acontecia havia algum tempo já e mudou uma regra antiga e fez com que a gente pudesse ter uma F-1 mais verdadeira, menos atordoada, com
menos ordens. Essa sempre foi a minha luta e aquele dia serviu para isso – opinou ao LANCENET! Rubinho, que reafirmou ter relutado em deixar Schumacher ultrapassá-lo, mas que o fez por ter sido ameaçado pela Ferrari:

– Foram oito voltas de discussão séria, de gritaria mesmo. Fui até a última curva, mas eles fizeram uma ameaça. Não era sobre contrato, mas
algo mais amplo.

Se Barrichello fala do episódio sem problemas, o mesmo não se aplica à Ferrari e a Schumi. Na sexta-feira, o LANCENET! procurou o time, que, no entanto, não quis se pronunciar. Da mesma forma, o alemão não fala sobre o tema. Mas é fato que ninguém esquece dele.


OS PASSOS DA MARMELADA

Treinos
Com um melhor acerto de sua Ferrari F2002, Barrichello faz a pole com 0s622 de frente para Schumacher, terceiro.

Largada
Rubinho larga bem e mantém a ponta, enquanto Schumi ultrapassa o irmão Ralf para ficar em segundo lugar.

Primeira parte
O brasileiro abre vantagem tranquila para o alemão, entre dois e quatro segundos. Rubinho faz a melhor volta oito vezes até o primeiro pit stop, na volta 24, quando o safety car entra.

Segunda parte
Por mais de 20 voltas, Schumi fica atrás de Ralf, que adota estratégia diferente, de só um pit stop. Com isso, Barrichello fica ainda mais tranquilo na ponta. O alemão só sobe para segundo a 24 voltas do fim.

Parte final
A oito voltas do fim, quando Rubinho tinha quatro segundos de frente, sai a ordem de Jean Todt. Na última curva da última volta, o brasileiro dá passagem.

Pós-corrida
Ferrari é multada em R$ 2 milhões não pela ordem, mas por quebrar o protocolo no pódio, pois Schumi deu o troféu da vitória a Rubinho e o
puxou para o topo.


BATE-BOLA
Rubens Barrichello
Em entrevista ao LANCENET!

LANCENET!: Como você lida com o polêmico episódio do Grande Prêmio da Áustria dez anos depois?
Rubens Barrichello: O troféu da vitória está lá na minha casa (N.R. Michael Schumacher o entregou para Barrichello no pódio), os pontos (por uma vitória) foram pagos pela equipe e, enfim, para mim é uma página virada na minha carreira.

LNET!: E hoje em dia o que aquele dia representa para você?
RB: Não é um dia para a gente ter um bolo de aniversário e nem é uma data festiva. Mas eu tenho orgulho de ter participado de uma coisa que
projetou um mundo melhor para a Fórmula 1.

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