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Justiça Desportiva deixa brecha no ‘caso’ Bolívar

Torcida do Vasco faz fila por ingressos contra o Flamengo 2 (Foto: Cleber Mendes)
imagem cameraTorcida do Vasco faz fila por ingressos contra o Flamengo 2 (Foto: Cleber Mendes)
Dia 28/10/2015
03:27

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A punição dada pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ao zagueiro Bolívar pode ter aberto um grande precedente no futebol brasileiro, mas ainda deixou questões em aberto, como por exemplo, a impunidade ao árbitro. No lance, Paulo César de Oliveira não marcou sequer falta, assinalando apenas jogo perigoso.

O promotor do STJD, Paulo Schmitt, que pediu a punição ao zagueiro também requereu punição ao árbitro, mas não foi atendida.

– O árbitro também foi denunciado na Primeira Instância, mas foi absolvido. É provável que eu ainda recorra dessa decisão – afirmou Schmitt, ao LANCENET!.

Em episódio semelhante, ocorrido em julho de 2010, o atacante William, do Santo André, foi atingido duramente por Júlio César, do Guaratinguetá e o zagueiro foi punido por seis meses. Na ocasião, o árbitro Rodrigo Braghetto também foi punido, por 30 dias. Diferentemente de Paulo César de Oliveira

O procurador não quis comentar se o caso teve caráter educativo, afim de evitar outros lances semelhantes.

– Prefiro não entrar nessa questão. O fato é que toda vez que acho que a pena tem de ser dada, eu entro com uma ação – explicou. Apesar de Bolívar ficar fora dos gramados pelo mesmo período em que Dodô estiver se recuperando, o tempo máximo que um jogador pode pegar de gancho é de seis meses, mesmoque o lesionado fique impossibilitado de voltar a jogar.

– Não há nenhuma lei que aumente a pena, dentro da esfera desportiva. O que pode acontecer é ser levado para a esfera criminal, o que não é o caso do Bolívar - disse Luiz Felipe Santoro, especialista em direito desportivo.

As decisões

1 – Árbitro
No lance que resultou na lesão do lateral-esquerdo Dodô, o árbitro Paulo César Oliveira sequer marcou falta, dando apenas jogo perigoso. Apesar disso, o juiz não foi punido pelo STJD.

2 – Afastamento
Embora Bolívar fique fora pelo mesmo tempo que Dodô, a punição máxima é de seis meses. Se Dodô ficasse impossibilitado de voltar a jogar, o agressor só cumprirá os 180 dias.

3 – Prêmio
O zagueiro Bolívar protagonizou o lance mais violento do Campeonato Brasileiro ao atingir Dodô. Antes da jogada teve seu nome indicado ao prêmio de melhor zagueiro da competição.

Presidente do Inter diz que lance foi normal

O Internacional quer que sentença dada a Bolívar seja revista, e o presidente Giovanni Luigi já se antecipou e deu sua opinião sobre o lance. Para ele, o atleta não teve a intenção de machucar o lateral Dodô, do Bahia.

Embora Dodô tenha sofrido um rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e tenha de ficar fora dos gramados por seis meses, o dirigente classificou o lance como "normal".

– Foi uma jogada normal, onde o Bolívar cometeu um erro – disse o presidente à Rádio Gaúcha.

O dirigente colorado ainda defendeu a índole do atleta. Na época do lance, o próprio Bolívar disse ter ficado chateado com as acusações de que a entrada teria sido criminosa e de que era bandido.

– Ele tem uma história no futebol, jamais entraria com o objetivo de prejudicar um colega de profissão – garantiu Luigi.

A assessoria do Internacional informou que, por enquanto, Bolívar não vai se pronunciar a respeito da punição recebida por orientação dos advogados.

Aguardando a decisão do efeito suspensivo, o zagueiro se reapresentou nesta terça-feira à tarde e treinou normalmente com o grupo colorado

Com a palavra
Luiz Felipe Santoro
Especialista em direito desportivo ao LANCENET!

O caso abre um grande precedente

O árbitro até pode ser punido, mas para isso a procuradoria terá que recorrer. O atleta foi punido com base nas imagens de televisão e o árbitro alegou que não viu o lance, às vezes acontece. Os auditores não o puniram com base nos argumentos que ele utilizou. Aconteceu o mesmo com o árbitro da partida entre Flamengo e Corinthians, no lance em que o zagueiro Gustavo deu um soco no Liedson.

Tenho certeza que o caso vai abrir um grande precedente no futebol. É difícil julgar se o Bolívar teve intenção ou não, acredito que ele não tivesse. O caráter da punição foi pedagógico para os jogadores.

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