Funcionários e torcedores do Flu protestam contra a Procuradoria
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Cerca de 100 pessoas, entre funcionários e torcedores do Fluminense, compareceram à sede da Procuradoria Geral da Fazenda, no Centro do Rio de Janeiro, para protestar por isonomia de tratamento em relação a outros clubes. Três dos manifestantes foram escolhidos para entregar pessoalmente um abaixo assinado para o procurador Agostinho Neto, com a reivindicação (o documento tem mais de 1400 assinaturas).
Além de um carro de som, os protestantes levaram faixas com palavras de ordem e uma delas dizia o seguinte: "650 empregados esperando por esse acordo". Os salários de funcionários que recebem menos de R$ 2 mil estão sendo pagos em dia, enquanto que os que têm vencimentos acima desse valor estão há quase dois meses sem receber. O clube ainda não sabe como irá fazer para lidar com a questão em setembro.
- É uma situação muito complexa, as pessoas com os salários mais baixos tem recebido em dia, com muito esforço. Só que eles não sabem se vão receber no mês que vem por conta desse problema. Se não tiver uma solução, o clube fica engessado. O empregado que fica três meses sem receber vira uma catástrofe a vida da pessoa - disse Ricardo Conceição, que é gerente administrativo e trabalha no clube há quatro anos. Ele foi um dos que entregou o abaixo assinado para a Procuradoria
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Ricardo também falou sobre a situação de outros funcionários que estão sofrendo com o problema salarial. O gerente administrativo disse que todos no clube estão se virando da maneira que podem para tentar deixar as contas em dia.
- Tem colegas meus que a esposa também trabalha no clube, é uma única fonte de renda para familia, se secar a fonte, acabou. Tem funcionários que pedem ajuda à família ou a outros funcionários do clube. Tem colegas meus que falam que não conseguem dormir, o filho está sem transporte para escola. É uma situação muito, muito constrangedora mesmo - completou.
ENTENDA O CASO
Asfixiado financeiramente e sem conseguir chegar a uma composição com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional sobre o parcelamento da dívida fiscal, o Fluminense irá à Justiça buscar os direitos do clube, já que, segundo ele, estaria sendo tratado de forma desigual em relação aos rivais, o que fere o princípio constitucional da isonomia. Um acerto com a PGFN ocasionaria a reinclusão na Timemanie a a consequente liberação das penhoras.
Em fevereiro deste ano, o Flamengo, que tem uma dívida tributária de R$ 394 milhões, concluiu uma negociação com a Procuradoria da Fazenda do Rio na qual se comprometeu a pagar R$ 500 mil por mês à União. O valor do parcelamento irá se elevando gradativamente até agosto de 2016. O clube ainda se prontificou a dar R$ 40 milhões de entrada, referente ao patrocínio da adidas e cedeu o CT do Ninho do Urubú como garantia. O acordo propiciou ao Rubro-Negro a Certidão Negativa de Débito que faltava para acertar patrocínio com a Caixa Econômica Federal.
Diferentemente do rival, o Fluminense vinha pagando a dívida fiscal nos últimos anos. Por consequência, tinha um passivo de apenas R$ 32,2 milhões e propôs o pagamento de R$ 1,127 milhão mensal à Receita. Neste cenário, o montante seria quitado em 2014. Entretanto, a proposta foi rejeitada e o clube foi impedido de receber 9 milhões de euros da venda de Wellington Nem. Pouco depois, o clube foi excluído da Timemania e viu o passivo tributário saltar para R$ 105 milhões, o que criou um cenário que deixou a questão insustentável.
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