Fora de reencontro, Betão minimiza crise do Corinthians: ‘Pressão natural’
- Matéria
- Mais Notícias
De volta ao Brasil desde agosto, Betão não terá a chance de enfrentar o Corinthians, clube que o revelou para o futebol. Aos 29 anos, admite viver um mau momento técnico e, por isso, não participou das últimas três rodadas para poder fazer uma espécie de pré-temporada particular na Ponte Preta.
Por conta de falhas nas derrotas para Grêmio (1 a 0) e Internacional (3 a 1), passou a receber críticas da torcida. Com autocrítica, porém, o zagueiro que atuou por quatro temporadas no Dínamo de Kiev (UCR) e depois mais alguns meses no Evien (FRA) lamenta a demora na readaptação.
- Achei que minha adaptação seria mais fácil, que teria menos dificuldades na parte tática principalmente. Mas resumindo estou feliz por ter voltado - disse ele.
Sobre o Timão, adversário da Macaca nessa quarta e time que não vence há quatro rodadas, o ex-jogador minimizou o atual momento e disse que não se trata de uma crise. Rebaixado com o clube em 2007, o defensor fala com bastante conhecimento de causa.
- Trabalhei no Corinthians e sei que só de espirrar em campo já é motivo de crise (risos). Mas não vejo uma crise agora. É claro que não estou vivendo lá, mas vejo como só um momento de pressão natural, de um clube que vem de anos de vitórias, ganhando tudo, e que é natural que quando haja uma oscilação começam a especular crise, dizer que jogador não presta, que a diretoria está errada...Essas coisas vão existir, mas só há pressão para voltar a vencer.
Confira abaixo a entrevista com o jogador:
LANCE!Net: Quais as principais dificuldades que você encontrou?
BETÃO: Da maneira de jogar, de se postar em campo. Lá (Europa) não se joga com sobra, aqui se cobre lateral o tempo todo. Acho que aqui se joga mais exposto, tinha me desacostumado.
LANCE!Net: Por isso cometeu as falhas?
B: Não fiz pré-temporada este ano. Em janeiro, quando fui para a França, nem no meio, ao chegar aqui no Brasil. Cheguei lá e joguei em uma semana e aqui cheguei e joguei em oito dias. Minha última partida havia sido a final da Copa da França, em julho, então fiquei dois meses parado. No começo a experiência ajuda bastante, em algumas partidas não senti tanto, mas depois só a experiência não vai. Tinha que me adaptar ao jeito técnico. Conversei com o Jorginho e dei uma pausa para chegar próximo ao nível dos demais.
LANCE!Net: A Ponte Preta vai conseguir ficar na Série A?
B: Tenho um mês e pocuo aqui, não vou ser hipócrita de falar que nosso elenco é igual ao do Corinthians, Internacional ou Cruzeiro, mas é qualificado, tem jogadores de qualidade. O ambiente é muito melhor que muitos clubes aí e acredtio que a Ponte tem condições de sair dessa situação. Vemos os exemplos do Criciuma e do Atlético-PR, que estavam lá embaixo, mas que conseguiram três ou quatro vitórias e se recuperaram. Temos de usar o fator casa, no Brasileiro de pontos corridos você tem de fazer a lição de casa, e fora sempre procurar pontuar.
LANCE!Net: A torcida do Corinthians tem cobrado vontade do time. Como isso influencia no elenco?
B: Trabalhei com vários tipos de personalidade, isso vai de jogador para jogador. Tem um que diz: "Pô, vamos reverter isso aí". Vai ter outro que vai ficar bravo e dizer: "Nós já ganhamos tudo e temos que ganhar de novo?" E tem uns que vão se abater. Acho que todo tipo de cobrança é válida até que se chegue na parte de agressão física. Pode vaiar, cobrar, pedir mais vontade, cada um tem a sua leitura, até que se atinja a integridade física.
LANCE!Net: No tempo que jogou no Corinthians, chegou a ser agredido alguma vez?
B: Não, sempre chegavam com conversas, algumas mais quentes, mas nunca agressão.
- Matéria
- Mais Notícias