Estratégia de defesa foi determinante para CAS não punir Cielo

A estratégia de defesa de Cesar Cielo, Henrique Barbosa, Nicholas Santos e Vinícius Waked funcionou e, ontem, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) manteve a advertência dada aos nadadores pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Waked foi o único suspenso, por um ano, por ser reincidente. Assim, Cielo nadará o Mundial de Xangai (CHN), a partir de amanhã.

Antes do julgamento, poucos achavam que os nadadores se livrariam de punições maiores, tendo em visto casos anteriores de doping com a mesma substância (furosemida). Segundo Eduardo de Rose, membro da Agência Mundial Antidopagem (Wada) e responsável pelos paineis na CBDA, o que definiu o sucesso foi a fundamentação da defesa. O americano Howard Jacobs, advogado dos nadadores, apresentou aos árbitros dois documentos que foram fundamentais para que os atletas não recebessem uma punição maior.

– Havia um laudo do Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) comprovando que a cafeína utilizada pela farmácia, e presente na cápsula do suplemento dos nadadores, estava contaminada. E um documento, assinado pela dona do estabelecimento, mostrava que, poucas horas antes de manipular o suplemento, a farmácia havia mexido com a furosemida – declarou Eduardo de Rose, ao LANCENET!.

A estratégia foi a mesma que os nadadores usaram no dia 1 de julho, no painel da CBDA, que, com a comprovação de que os atletas não tinham culpa ou sido negligentes, os advertiu. Na ocasião, a entidade também dissera que houve contaminação no suplemento. A hipótese, à época, foi negada pela farmácia Anna Terra, de Santa Bárbara D'Oeste.

A reportagem procurou Reginaldo Lante, único autorizado para falar em nome da Anna Terra. Porém, ele afirmou que nada poderia falar por não ter conversado com a proprietária do estabelecimento. Mais tarde, o estabelecimento emitiu uma nota oficial reafirmando a postura de se isentar da culpa na contaminação dos suplementos.