Coreia no Sul aposta na Copa-2022 para paz na região

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A candidatura sul-coreana pode ser considerada a mais ambiciosa entre os concorrentes a sede do Mundial de 2022. Sem grandes desafios em relação à organização do torneio, já que possui praticamente toda a estrutura exigida pela Fifa, o país traçou como meta utilizar o futebol para se reconciliar politicamente com a vizinha do Norte. O objetivo é exemplar, segundo a entidade, mas, por ora, continua longe de sair do papel.
A proposta sul-coreana é de levar jogos do Mundial para o país vizinho. A sede, provavelmente, seria a capital Pyongyang, que possui o maior estádio do mundo (Rungrado May Day, com capacidade para 150 mil pessoas). O passo é visto como definitivo para a paz na região.
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– Para a Coreia, a Copa do Mundo não é apenas futebol, é mais do que isso. Esse ano, na África do Sul, havia questões de segurança e estrutura. Mas tudo foi superado. O continente se tornou um só país, estava completamente unido. E, com isso, fizeram um grande evento. Na Coreia, traríamos paz e reconciliação à península – disse Dae-Won Suh, secretário-geral da candidatura sul-coreana.
No entanto, a ideia ainda carece de ações concretas. O comitê de candidatura, por exemplo, não tem qualquer perspectiva de quando se envolverá diretamente nas negociações de paz entre os países.
– Se pudermos fazer algo, vamos fazer, mas não sabemos. No momento, estamos concentrados em vencer a eleição. Se eleitos, vamos discutir com a Fifa como acontecerá. Hoje, temos apenas o plano de levar alguns jogos para o Norte – afirmou Young Dae Kwon, diretor geral de assuntos internacionais da candidatura.
Hoje, não há qualquer negociação entre os dois países. Pelo contrário: na terça-feira passada, um ataque da Coreia do Norte à ilha vizinha de Yeonpyeong matou quatro pessoas. O incidente aumentou a tensão na região. Ontem, sul-coreanos e norte-americanos realizaram manobras militares no Mar Amarelo, próximo à fronteira entre os países. Uma guerra pode acontecer antes que o futebol possa fazer algo.
Alfinetada
Suh aproveitou a iniciativa sul-coreana para compará-la à candidatura dos Estados Unidos, que também está na disputa pelo Mundial de 2022:
– Para os Estados Unidos, por exemplo, os interesses são basicamente comerciais. Seria apenas um evento comercial. Há um crescimento do futebol de lá. Mas, ainda assim, seria diferente. Na Coreia, teríamos algo extra. Um grande legado que deixaríamos.
AVALIAÇÃO DA CANDIDATURA (notas de 1 a 5):
Estádios
Dos 14 estádios propostos, 13 estão prontos, sendo que, destes, apenas três precisam de grandes reformas. Tem o menor orçamento para arenas.
NOTA: 5
Hotéis
Candidatura oferece 27 mil quartos a mais do que o exigido. No entanto, parte significante é de hotéis de duas e três estrelas, o que preocupa a Fifa.
NOTA: 4
Transporte
Tem um dos melhores sistemas de transporte público do mundo, com vasta malha aérea e ferroviária. Tráfego de carros nas maiores cidades é um problema.
NOTA: 5
Segurança
Cumpre todos os requisitos da Fifa. O país, um dos mais seguros do mundo, não é alvo em potencial de ataques terroristas.
NOTA: 5
Legado
O principal legado é a paz na região. No entanto, será difícil tirar o sonhado objetivo do país. Há consistentes projetos para o desenvolvimento do futebol local.
NOTA: 4
Política
O sul-coreano Chung Mong-Koo é vice-presidente da Fifa e um dos favoritos para suceder Joseph Blatter como mandatário da entidade. Seu apoio conta muito.
NOTA: 4
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