COM A PALAVRA: Por um maior equilíbrio das cotas dos direitos de transmissão no futebol brasileiro
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Para que o futebol brasileiro possa ser mais próspero e sadio, é necessário que as cotas de televisão rateadas pelos clubes tenham maior equilíbrio. A situação atual, em que Flamengo e Corínthians ganham com direitos de transmissão dos jogos muito mais do que os outros clubes grandes tende a gerar um desequilíbrio esportivo que pode comprometer, ao longo dos anos, a atratividade do Campeonato Brasileiro de Futebol.
Pelos valores a vigorar a partir de 2.016, as cotas anuais pelos direitos de transmissão ficarão desta forma: Flamengo – 170 milhões; Corínthians – 170 milhões; São Paulo – 110 milhões; Palmeiras – 100 milhões; Vasco da Gama – 100 milhões; Santos – 80 milhões; Atlético Mineiro – 60 milhões; Cruzeiro – 60 milhões; Fluminense – 60 milhões; Botafogo – 60 milhões; Grêmio – 60 milhões; Internacional – 60 milhões; Outros Clubes – 35 milhões.
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A situação beira o absurdo, em termos de desequilíbrio. Alguns exemplos: Flamengo ganhando quase o triplo de Fluminense e Botafogo; Corínthians ganhando quase o triplo do Internacional; Cruzeiro ganhando muito mais que Atlético Paranaense.
Essa maneira irracional de dividir a verba de transmissão pode fazer muito mal ao futebol brasileiro. Inclusive para Corínthians e Flamengo. É só raciocinar: com muito mais dinheiro que os outros, Flamengo e Corínthians começam a levar a maioria dos títulos em disputa; ao acontecer isso, os certames deixam de ser equilibrados; ao deixarem de ser equilibrados, a atratividade cai, a indústria não prospera, e todos os clubes são afetados, também Flamengo e Corínthians.
Qual a solução? Uma divisão mais igualitária da verba de transmissão dos jogos, nos seguintes termos:
* Ao invés de cada clube receber individualmente um valor pré determinado, os clubes receberão a partir de critérios, esses sim predeterminados.
* Um dos critérios é que 50 % da verba deve ser dividida por igual entre todos os clubes.
* Outro critério é que 10 % da verba deve ser dividida de acordo com o resultado do Campeonato Brasileiro da temporada anterior.
* Outro critério é que 10 % da verba deve ser dividida de acordo com as médias de público do Campeonato Brasileiro da temporada anterior.
* Outro critério é que 10 % da verba deve ser dividida de acordo com as médias de renda do Campeonato Brasileiro da temporada anterior.
* Outro critério é que 10 % da verba deve ser dividida de acordo com o ranking de sócios dos programas sócio torcedor de cada clube na temporada anterior.
* Outro critério é que 10 % da verba deve ser dividida de acordo com o tamanho das torcidas de cada clube.
* O método de divisão de recursos propiciará que o clube que receber mais ganhe, no máximo, 8 % do valor total, enquanto os clubes que receberem menos ganhem, no mínimo, 4 % do valor total. Em outros termos: um clube receberá, no máximo, o dobro do que outro recebe, no universo dos 20 clubes da Série A.
A longo dos próximos seis textos, este signatário mostrará como essa divisão de verba pode ser feita, de forma esmiuçada, de modo que haja maior equilíbrio na divisão das verbas entre os clubes. Este equilíbrio é necessário, para o bem do futebol brasileiro.
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