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Campeões de polo no Pan de 1963 relembram conquista: ‘Dá pra repetir’

Dia 29/02/2016
23:38

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Em 1963, sob olhar de muitas crianças, dispensadas da escola para presenciar um grande feito, a Seleção brasileira de polo aquático enfrentou os Estados Unidos nos Jogos Pan-Americanos de São Paulo. Para conseguir uma medalha de ouro inédita ao Brasil, a Seleção precisava só de um empate. 52 anos depois, em cenário muito parecido, a história pode se repetir. Nesta quarta-feira, às 21h, o polo brasileiro busca mais um ouro histórico ao enfrentar novamente os americanos na final de um Pan.

- Os Estados Unidos eram os favoritos. Foi uma partida muito disputada, era uma medalha que estava em jogo. Podia ser gol do adversário em qualquer erro. Não foi tão bonita, foi mais na vontade, a responsabilidade era muito grande – lembra Ivo Carotini, defensor daquela Seleção, ao LANCE!.

O jogo, que aconteceu na sede do Palmeiras, terminou empatado em 3 a 3 e a festa foi brasileira. Apesar dos americanos terem igualado a partida no último período, o gol do título, que diminuiu a pressão dos Estados Unidos, foi marcado por Paulo Carotini, irmão de Ivo.

- Eu estava atrás do triângulo, mas numa hora deu o sentimento que eu poderia avançar. Enfrentei, fui feliz e fiz o gol. Foi o maior gol da minha vida – recorda o também defensor.

Para Ivo, a conquista foi tão grande que a considera uma de suas maiores alegrias de sua vida, influenciando até os dias atuais.

- Até hoje sinto emoção, como se estivesse ouvindo o hino outra vez. A medalha está na minha sala de visitas, exponho para me reverenciar, me sinto engrandecido. É tão psicológico que me estimula no dia a dia, principalmente quando acordo em um dia ruim, com problemas. Olho pra ela e penso: ‘Consegui aquilo, por que não o resto?’.

Apesar de aposentado das piscinas, Paulo Carotini ainda tem ligação muito forte com o polo aquático. Conhecido no esporte como Polé, o ex-defensor mantém contato com os atletas da atual geração que brigarão pelo ouro e comenta que recebeu um convite para estimular os jogadores.

- Me ligou uma pessoa de lá do Canadá para que eu falasse da decisão de 1963. Eu mantenho contato com quase todos os jogadores. Eles nos têm como uma orientação, um ponto onde eles podem se basear. No final das contas, a gente se sagrou campeão do torneio que eles estão jogando e contra o mesmo adversário – revela Carotini, fundador da Academia Polé de Natação e Polo Aquático.

Se o grande destaque da Seleção de polo atual é o croata Josip Vrlic, naquela época, o craque do Brasil também era estrangeiro: o húngaro Aladar Szabo, autor de 21 gols durante o Pan-Americano, que chegou ao País nos anos 50, após a invasão russa a Hungria.

- Ele era o Pelé do polo. Fazia coisas sensacionais, tinha o chute muito forte, técnica muito apurada. O Szabo aprimorou o polo brasileiro, ele nos fez crescer – define Ivo.

Para os campeões do polo aquático no Pan de São Paulo, a chance da história se repetir é muito grande.

- A Seleção está muito boa, de garotos jovens. Eles estão muito confiantes, unidos. Mudou um pouco enfoque porque já jogam fora, desenvolveram um polo aquático brilhante, com rapidez e ginga. Em 63, foi um conjunto de bons jogadores, vou até arriscar a dizer de estrelas, individuais que somavam o placar do jogo.  Hoje eles jogam compactamente em todas posições, é muito rápido. Espero que eles repitam nosso feito – torce Paulo Carotini.

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