Bronze em 1983, ‘ex-último’ arqueiro medalhista em Pan diz que quase ficou sem medalha
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Nesta sexta-feira, o trio brasileiro do tiro com arco conquistou o bronze na categoria por equipes e acabou com um jejum de 32 anos sem medalhas na modalidade. O último arqueiro brasileiro que havia subido ao pódio em Jogos Pan-Americanos foi Renato Emílio. Em Caracas-1983, o arqueiro conquistou medalhas de bronze no individual geral e nos 70 metros. Mas quase ficou sem uma delas...
- Nesse Pan, eu não recebi duas medalhas. Só quatro anos depois, em Indianapolis, um representante de Caracas foi lá e me entregou. Eu nem cobrei porque achei que não dessem para o geral - lembra Renatinho, ao LANCE!, sobre as medalhas que deixa guardadas em sua casa no Rio de Janeiro.
Filho de Renato Emílio - outra lenda do esporte -, Renatinho disputou cinco Jogos Pan-Americanos entre 1979 e 1995. Para o arqueiro, a competição é muito importante e difícil, já que os atletas estão em forte preparação para os Jogos Olímpicos que são tradicionalmente disputados no ano seguinte.
- Costumo brincar que em Olimpíadas e Pan-Americanos não tem comedor de mel, tem comedor de abelha. São vinte pessoas querendo a sua medalha. Na hora que a bandeira sobe, não tem coração que resista, a gente fica emocionado. É um reconhecimento do trabalho, de todo esforço. A sensação dos meninos hoje é a mesma de 1983 - recorda o arqueiro, que atualmente administra uma escola de arqueiros no Rio de Janeiro.
Experiente no esporte, Renatinho não pode ver a conquista ao vivo dos brasileiros no tiro com arco, porém afirmou que foi muito importante ao esporte e que está ansioso para ver a reprise da final.
- Fiquei muito feliz com a conquista dos meninos. É uma geração muito empenhada. Recordes são feitos para serem batidos. Seria muita mesquinharia torcer para eles não vencerem para eu continuar sendo o último - afirma Renatinho.
A estreia de Renatinho em Olimpíadas poderia ter ocorrido em Montreal-1976, porém a Federação Brasileira de Tiro com Arco decidiu não levar atletas ao Canadá por não ter firmado acordo com a organização internacional do esporte, o que frustrou muito o arqueiro.
- Trabalhei quatro horas durante quatro anos para ir a Montreal. Tinha índice, mas a federação me tirou dos Jogos. Quando fiquei sabendo, cheguei em casa e, como todo macho faz, entrei no banheiro e chorei muito. Decidi que treinaria ainda mais, por isso fui pra Berlim em 1980. Espero que essa conquista dos meninos não suba à cabeça e deixem de treinar. Eles estão na metade do processo, ainda falta muito - completa Renatinho, que participou de quatro Jogos Olímpicos.
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