Moyá faz análise completa do pupilo: ‘A meta de Raonic é ser número 1 do Mundo’

Ex número um mundial quer fazer seu pupilo, ex top 10, chegar aonde ele chegou

Milos Raonic
Milos Raonic (Crédito: Tennis Australia)

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O espanhol Carlos Moyá, ex líder do ranking mundial, campeão de Roland Garros em 1998 e atual treinador do canadense Milos Raonic, 12º da ATP, afirmou que a meta de seu pupilo é chegar ao posto ocupado, hoje, pelo sérvio Novak Djokovic.

Raonic termina o primeiro trimestre do ano como número 2 na Corrida dos Campeões, ou seja, o ranking que contabiliza os pontos ganhos somente neste ano. A regularidade, comprovada pelo fato de ele não ter caído em torneio algum da temporada antes das quartas de final, tem como um dos segredos a contratação de Moyá para sua equipe técnica. Ao site espanhol ‘Planeta Tênis’, o ex tenista, natural de Mallorca, assim como Rafael Nadal, falou sobre o trabalho com Milos.

“Um bom trimestre, muito bom. Foram só três meses, mas é um indicativo do que vem pela frente, ainda que falte muita coisa. Sua meta seria estar no ATP Finals, em Londres [torneio que reúne os oito melhores tenistas da temporada], e é óbvio que começar assim dá muita confiança”.

“Campeão em Brisbane, semifinal no Australian Open, finalista em Indian Wells e, agora, quartas em Miami... isso é uma mostra da regularidade que ele está tendo e comprova que a segunda posição na Corrida dos Campeões é totalmente merecida”, declarou.

Carlos falou sobre os primeiros dias do relacionamento entre os dois. “Começamos oficialmente no fim de dezembro, mas já estávamos juntos no IPTL, que ele e eu jogamos. Tivemos boas conversas sobre como víamos seu tênis, as metas a serem cumpridas, aspectos a melhorar. Ainda mais importante que melhorar algo específico, pensava que o principal era impor um padrão de jogo claro, melhorar em certos pontos e não ser um kamikaze como antes fora, baseando-se bastante no saque para chegar a tiebreaks, onde era franco favorito. Dessa forma, seu jogo não estava sendo desenvolvido como ideal”.

“Tenho tentado convencê-lo, sublinhando que suas principais armas são o saque e a direita, de que é um jogador com muito mais talento do que a maioria das pessoas pode pensar. Ele pode jogar muito bem no fundo da quadra, como vem provando, conseguindo muitas quebras de saque”, disse, otimista em relação ao futuro de seu comandado.

“Tenho que admitir, também, que sou muito sortudo por termos começado a trabalhar neste momento, de pleno amadurecimento. Os 25 anos de hoje são os 18 ou 19 de uma década atrás. Raonic está totalmente convencido do potencial que tem e sabe que possui uma ótima equipe ao seu lado. Viajo só quinze semanas com ele, mas tanto Ricardo Piatti [o outro técnico do canadense], quanto seu preparador físico, fisioterapeuta ou médico estão fazendo um grande trabalho”.

Carlos Moyá também falou sobre ter conhecido melhor Milos Raonic, ressaltando as dificuldades enfrentadas pelo pupilo e rasgando elogios a sua força de vontade. “Eu via seus jogos e o admirava, mas não o conhecia. Logo no início, percebi sua ambição e vontade sem limites. É um jogador que teve de superar muitas adversidades na juventude, imigrando para um país completamente diferente quando bem novo [Milos é Montenegrino de nascimento, mas mudou-se para o Canadá ainda muito jovem], treinando de 6 às 8 da manhã ou a partir das 23, porque as quadras custam mais barato nestes horários. Essas coisas te fazem ver que ele será um jogador totalmente dedicado a conquistar seus objetivos, tentando chegar ao número um e vencer Grand Slams. Conviver um dia que ele lhe mostra sua dedicação para evoluir, cuidar de seu corpo e melhorar seu tênis. Essa entrega não é vista em todos os jogadores”, alegou o espanhol.

Ele também respondeu sobre o jeitão ‘frio’ de Raonic, ressaltando que ele é muito aplicado e lutador, embora pareça indiferente visto da televisão e, mais uma vez, ratificou a meta de seu jogador.

“É o jeito das pessoas da antiga Iugoslávia [Montenegro é um dos países formados a partir da desintegração dela], muito mais introvertidos, oposto à forma dos latinos ou espanhóis. Mas ele está completamente decidido a ser número um e alcançar essa meta. Ele leva toda sua personalidade internamente. Ainda que possa parecer apático pela televisão, garanto que ele é extremamente lutador. Talvez, ele ainda não tenha aprendido a canalizar toda essa luta e vontade em situações críticas, como pode ser numa final”.

Concluindo, Moyá avaliou o desempenho do 12º do ranking no saibro, piso em que ele era especialista e será usado no circuito até o final de Roland Garros, no início de junho. “Para mim, ele pode melhorar nas superfícies mais lentas, ainda que não sejam suas prediletas. Seu saque será tão difícil de ser parado no saibro quanto o é nas quadras rápidas, ou ao menos parecido. Ele já fez quartas de final em Roland Garros, quartas Monte Carlo e em Madri, semifinais em Roma e Barcelona... não é uma superfície desconhecida para ele. E, também, da forma como estão os pisos hoje em dia, todos os jogadores são capazes de se adaptar a qualquer lugar”.

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