Rival do São Paulo na Libertadores, Binacional superou a morte de um jogador para ser campeão peruano

Clube tem apenas nove anos de existência, dois na primeira divisão do país e já se tornou campeão peruano. Um dos principais trunfos do time será a altitude de quase 4 mil metros

Alianza Lima x Binacional
Entre outras virtudes, o Binacional contará com a altitude como trunfo na Libertadores (Foto: Divulgação/Binacional)

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O São Paulo conheceu, na última terça-feira, seus adversários na fase de grupos da Copa Libertadores de 2020. Dois deles são clubes tradicionais e que já enfrentaram o Tricolor: River Plate-ARG e LDU-EQU, já o terceiro é desconhecido dos torcedores brasileiros e jovem no cenário sul-americano. Trata-se do Binacional, atual campeão peruano, que superou, entre outras coisas, a morte de um de seus principais jogadores antes de levantar a taça.

O título do campeonato peruano veio com a vitória sobre o Alianza Lima na decisão, por um resultado agregado de 4 a 3. O clube, que tem apenas nove anos de existência, disputou pela segunda vez a primeira divisão do país e tem escrito sua jovem história de forma brilhante em âmbito nacional e agora quer começar sua caminhada internacionalmente.

Para conhecer um pouco mais sobre o adversário da estreia são-paulina na Liberta do ano que vem, o LANCE! conversou com o repórter Rodolfo Huamán, do diário peruano Líbero, que contou como o Binacional teve de superar problemas dentro e fora de campo para poder alcançar o título peruano.

- 'O Poderoso do Sul', como é conhecido, teve um 2019 muito duríssimo no aspecto futebolístico e emocional, com a abrupta saída do técnico Javier Arce e principalmente, com a precoce partida de Juan Pablo Vergara, um dos jogadores mais talentosos do futebol peruano, que morreu em decorrência de um acidente de carro poucos dias antes de disputar o primeiro jogo da final contra o Alianza Lima - explicou o jornalista.

Mesmo com esses duros golpes, o jovem clube conseguiu seguir em frente e conquistar o campeonato do Peru. Para a Copa Libertadores de 2020, o Binacional perdeu duas peças importantes: o colombiano Donald Millán, que foi para o Universitario-PER, e Edson Aubert, que foi para o Melgar-PER. Ainda assim ganhou os reforços de Sebastián Gularte, do Unión Comercio e do goleiro Steven Rivadeneyra, do Municipal-PER.

Além das contratações, o Binacional promete ter um trunfo contra os rivais que forem até o Peru: o mando de campo. Isso porque o estádio em que deve receber os seus jogos como mandante fica a mais de 3,8 mil metros, algo que foi parada dura inclusive para os rivais locais no campeonato nacional, que só arrancaram duas vitórias por lá durante o ano de 2019. Mas não é só: torcedores e elenco creem que estarão protegidos pelo saudoso Vergara.

- Ainda não está confirmado se o Binacional jogará no estádio Guillermo Briceño Rosamedina (3.824 metros de atitude), em Juliaca, um local em que poucas equipes peruanas conseguiram somar pontos. Assim, a altitude é um fator chave nesse tipo de duelo. O que é certo é que "O Poderoso do Sul" pretende fazer história em sua primeira participação em uma Copa Libertadores e chegar o mais longe possível. Juan Pablo Vergara, do céu, iluminará o grupo dirigido por Roberto Mosquera - concluiu o Huamán.

Binacional e São Paulo se encontram no início de março de 2020 pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores. Ambos os clubes estão no Grupo D da competição ao lado do River Plate-ARG e da LDU-EQU. Os dois melhores se classificam para as oitavas de final do torneio continental.

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