LANCE! Espresso: De Diniz a Villas-Boas, São Paulo busca sua identidade

O técnico português André Villas-Boas pediu demissão do Olympique de Marselha e está livre no mercado. O motivo foi inusitado. Ele deixou a equipe, que joga hoje pelo Campeonato Francês, após discordar da contratação do meia Olivier Ntcham.

A notícia logo chegou ao Brasil e animou os torcedores do São Paulo, ansiosos para saber quem substituirá Fernando Diniz. Villas-Boas, inclusive, chegou a ficar perto de comandar o Tricolor em 2012. Em antiga entrevista ao FoxSports, o português disse que tinha tudo acertado, que faria uma série de mudanças na estrutura, métodos de treinos, gestão de elenco, mas que o acordo se desfez após o clube indicar que o trabalho precisaria ser iniciado ainda no estadual. "Esse sonho acabou por não se realizar", disse à época.

Apesar dos sucessos recentes de Jorge Jesus e Abel Ferreira por aqui, não basta simplesmente escolher um técnico português que tenha status na Europa. O São Paulo precisa antes decidir antes qual sua maior dor, depois de quase uma década de fracassos em campo. A torcida não parece disposta a esperar que uma nova filosofia vingue se não for acompanhada de algum título. Villa-Boas, com passagem por Porto, Internazionale e Chelsea, é um bom nome entre os cotados, mas não pode ser visto como um salvador. Vide o caso de Jorge Sampaoli, que coleciona bons trabalhos por Santos e Atlético-MG, mas tudo o que conseguiu foi um título mineiro.

O termômetro das redes sociais também não pode avalizar a decisão. Cada passo será analisado como uma lupa. Os técnicos estrangeiros seduzem, mas, antes, o São Paulo precisa redescobrir sua própria identidade.

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