Diretor do São Paulo marca território com demissão de Milton Cruz

Luiz Antonio da Cunha decidiu pela saída do coordenador técnico mesmo com o presidente Leco sendo contra. Assim, ele já muda ideia de manter o trabalho feito

Luiz Antonio Cunha
Luiz Antonio da Cunha, novo diretor de futebol do São Paulo 

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Diretor de futebol do São Paulo desde a última segunda-feira, Luiz Antonio da Cunha disse em sua primeira entrevista que iria manter o trabalho de seu antecessor, Ataíde Gil Guerreiro. A frase gerou críticas até da torcida, pois trouxe a impressão de que não haveria mudança. Falsa impressão. Nesta quinta-feira, o dirigente anunciou a demissão de Milton Cruz, profissional que estava há 22 anos no clube. Foi uma decisão exclusivamente dele.

– Quando o Leco (presidente) me convidou, disse a ele quais seriam minhas ideias e uma delas era a saída do Milton. O Leco não queria, mas consegui convencê-lo. É uma coisa lógica e está feita – declarou o dirigente.

Na visão de Cunha o coordenador técnico havia ficado mal aproveitado quando saiu da comissão técnica para chefiar o recém-criado departamento de análise de desempenho, a contragosto, e não dava mais para empurrar a situação com a barriga. O coordenador estava insatisfeito na função, pois passou a ficar afastado das decisões do campo e jogos.

– Infelizmente, algumas vezes a gente tem de cortar na própria carne. Pelas circunstâncias e pelo momento, fomos obrigado a fazer. Conversamos com o Milton, falamos que ele é um profissional extremamente bem-sucedido no São Paulo, mas estava sub-utilizado e achamos mais justo e honesto conversarmos francamente. Também atendemos ao momento de restrição econômica e financeira de todo o Brasil – disse.

Milton chegou ao São Paulo em 1994 e subiu ao posto de coordenador da comissão técnica fixa, além do time em diversas ocasiões. Em 2003, em parceria com o ex-goleiro Roberto Rojas, classificou o time à Libertadores depois de dez anos. Foi fundamental para montar o time campeão de tudo em 2005, com a confiança do ex-presidente Juvenal Juvêncio.

Nos últimos tempos, porém, passou a sofrer críticas na indicação de reforços. Também pesou a proximidade com o empresário Abilio Diniz, hoje oposição da atual diretoria. O profissional também nunca teve ideias alinhadas com o diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira. Este ano, nem sequer participou das indicações de atletas. 

Na visão dos dirigentes, Milton também já mantinha mais o bom relacionamento com os atletas. Nos últimos tempos, alguns até se manifestaram contra. E a falta de reação do elenco é uma das deficiências diagnosticada pelos cartolas e por isso é possível que um ex-jogador seja contratado para dar uma "chacoalhada" no grupo.  

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