Dios onipresente: saiba como Lugano atuou mesmo sem jogar desde julho

Zagueiro deve ser titular neste domingo, em seu provável último jogo pelo São Paulo; mesmo sem atuar, é apontado como um dos principais responsáveis contra rebaixamento

Lugano é apontado como um dos principais responsáveis para o São Paulo não cair
Lugano é apontado como um dos principais responsáveis para o São Paulo não cair (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

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Entre os principais responsáveis para evitar o primeiro rebaixamento da história do São Paulo no Campeonato Brasileiro, um dos mais citados não entra em campo desde julho, e ainda nem jogou sob o comando de Dorival Júnior. Mas não há quem negue a influência de Diego Lugano, chamado pela torcida de Dios, e que se tornou onipresente nesta temporada cheia de maus momentos no clube.

O uruguaio não atua desde 2 de julho, quando o time sofreu a derrota por 2 a 0 para o Flamengo que culminou na demissão de Rogério Ceni. De lá para cá, foram 26 jogos, e o que mais impressionou o elenco foi que o camisa 5 fez questão de estar presente em praticamente todas essas partidas. Mesmo quando não estava relacionado ou ao menos tinha condição física para ser uma opção no banco.

O episódio de atuação nos bastidores que mais chamou atenção nos colegas foi em 11 de outubro, dia em que o time jogou (e perdeu por 1 a 0) diante do Atlético-MG. Lugano estava vetado da partida, com dor na panturrilha direita, mas embarcou para Belo Horizonte com Rodrigo Caio, que estava com a Seleção na véspera, para estar com a delegação.

- Ele fez várias coisas. Uns jogos atrás, ele estava machucado, não vinha sendo relacionado, mas, até fora de casa, ele apareceu no hotel no dia do jogo. Ninguém entendia nada. Ele chegava em um, dava instruções para outro, chegava na roda e tomava a palavra. Ele faz isso em todos os jogos. Todos param para ouvi-lo, pela experiência que tem. É um ídolo para todos nós - contou Marcos Guilherme ao LANCE!

No primeiro jogo sob o comando de Dorival Júnior, contra o Atlético-GO, no Morumbi, Lugano não foi relacionado. O técnico preferiu levar para a partida os outros cinco estrangeiros do elenco (os argentinos Buffarini, Jonatan Gomez e Pratto, o equatoriano Arboleda e o peruano Cueva), cumprindo o limite permitido. Mesmo assim, o uruguaio fez questão de ir aos vestiários, acompanhado dos filhos, para apoiar os colegas.

A participação mais indicada do camisa 5 é particular. Mesmo com seus concorrentes diretos por uma vaga no time, ele sempre fez questão de conversar individualmente, para acalmar e orientar. O atacante Brenner, de 17 anos, em sua primeira temporada como profissional, é um de seus alvos preferidos. Assim como os muitos reforços que chegaram na temporada.

- No vestiário, antes do jogo contra a Ponte Preta, quando estreei, o Lugano me deu um abraço e falou: 'Bruno, faz o que você faz no treino, faz o simples porque estamos precisando do simples'. Aquilo me aliviou bastante, saiu um peso das costas. E é um ídolo, referência no futebol mundial - lembrou o zagueiro Bruno Alves, que acabou ocupando espaços que poderiam ser de Lugano ao longo desses quase cinco meses sem o uruguaio jogar.

Em campo, Lugano fica no banco alternando posturas de torcedor ou auxiliar. Aproveita o aquecimento atrás do gol para vibrar e orientar. Até passou dos limites de participação, tanto que, mesmo sem jogar, levou cartões amarelos por exagerar na reclamação com o árbitro ou por entrar no gramado na comemoração de gols.

A expectativa é de que Lugano seja homenageado com uma chance como titular neste domingo, contra o Bahia, no Morumbi. Deve ser sua última partida pelo São Paulo, e a diretoria já o procurou para saber se ele, aos 37 anos de idade, quer ter um cargo fora de campo no clube. Os colegas só querem que ele siga presente no cotidiano do Tricolor.

- Ele ainda não falou nada. A gente fica na expectativa se ele vai sair ou não porque é um cara muito querido pelo grupo todo. Não tem atuado muito dentro de campo, mas, fora de campo, nos bastidores, tem atuado. E muito. É um cara muito respeitado por nós. Temos um carinho imenso por ele. Vamos ver o que vai ser da carreira dele, se vai continuar atuando ou não. A vontade de todos, sem dúvida, é que ele continue - falou Marcos Guilherme.

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