Aidar diz que executivo ‘mente’ e atribui demissão à ‘perda de confiança’
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O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, rebateu nesta quarta-feira declarações do ex-CEO Alexandre Bourgeois de que sofria boicote no clube. O dirigente tricolor afirmou que o executivo 'mente' ao dizer que não tinha acesso a informações internas e ainda o acusou de atuar politicamente, o que o desagradou. As declarações de Aidar foram feitas em evento de lançamento de aviões personalizados do clube pela patrocinadora Copa Airlines, no Panamá.
- Ele mente quando diz que não tinha acesso ás informações. Ele tinha todos os contratos, tudo disponível. Abrimos tudo para ele ter condição de analisar e oferece caminhos ao São Paulo. Mas ele escolheu um caminho que não me agradou. Chegaram ao meu conhecimento notícias bem desagradáveis sobre o comportamento dele. Reuniões com empresários, reuniões com atletas. E o acompanhamento de pessoas à presença do Abílio (Diniz, empresário oposicionista de Aidar) sem meu conhecimento. Isso fez com que eu perdesse a confiança nele - afirmou Aidar, referindo-se a Abílio Diniz, empresário que indicou Borgeois ao Tricolor e a quem também deu respostas nesta quarta.
Aidar abraça Paulo Ricardo Oliveira, novo CEO do clube (Foto: Fernando Nunes / São Paulo FC)
Aidar ficou irritado quando soube que Alex se encontrou com Carlos Augusto de Barros Silva, o Leco, presidente do Conselho Deliberativo. O encontro, admitido pelo ex-CEO, foi feito para articular a saída de Aidar, na visão do presidente. O executivo acabou 'desmascarado" por um assessor do assessor do presidente, na reunião que culminou na demissão. Paulo Ricardo Oliveira, ex-presidente da Penalty, foi contratado para a função e, segundo Aidar, já fez mais que o antecessor em dois dias.
- Ele (Paulo Ricardo) chegou no São Paulo e a primeira coisa que fez foi se reunir com os vice-presidentes, foi nos funcionários chaves, que era isso que eu esperava do Alex. Ele (Alex) se trancou numa sala la no fundo, chamou dois diretores, ficavam ali conversando. Eu dizia, você já foi na social? Já foi no portão 7? Você sabe como sócio entra no clube? Você não é CEO da diretoria, tem de ver o clube como um todo. Em compensação o Paulo Ricardo em dois dias, falei com ele agora, fez muito mais do que o Alex em dois meses e meio - afirmou Aidar.
- Então perdi a confiança no Alex, não queria mais ele, ficou nítido que ele mentiu pra gente e isso não tolero. Tolero oposição, crítica, dentro do limite até ofensa. E fui eu que demiti, ninguém ameaçou sair no tapa, todos os vice-presidentes estavam nessa reunião, o Sabino (Marcos, assessor da presidência) e o Olivério (assessor de Sabino). O Olivério desmascarou o Alex, disse que ele não tinha ido encontrar empresas e acabou encontrando o Leco. Ele acusou o Olivério de muitas coisas. Foi muito baixo nível. Então falei que ele não precisa mais ir no clube, ele levantou e foi embora - completou.
Aidar também aproveitou a entrevista no Panamá para abrir fogo contra Leco, presidente do Conselho Deliberativo. Em em entrevista ao Blog do Menon, no Uol, Leco disse que o São Paulo corre o risco de não ter dinheiro para pagar salários a partir do mês que vem.
- O que me parece que o Leco fez, na verdade, foi repercutir uma coisa que o Alex havia dito. O São Paulo tem dinheiro. É verdade, tivemos atrasos no passado, mas isso acabou. O grande problema do Leco, do Roberto Natel, esses dois principalmente, é que no dia que o Juvenal apontou pra mim e disse "Carlos Miguel é o candidato" à presidência, os dois ficaram frustrados - disse Aidar.
- Os dois se prostraram ao longo de oito anos como possíveis sucessores. Eles esperavam ser candidatos ao fim dos cinco anos de Juvenal, quando houve a manobra que vocês bem conhecem. Ficou mais três, e quando chega no fim dos oito anos, que todos eles esperavam, o dedo é apontado para mim. Deu uma frustração. Eu ainda acomodei o Leco na presidência do Conselho. Fui eu que chamei o Leco para ser presidente do Conselho, quase como um prêmio de consolação - completou.
O presidente permanece no Panamá até esta quinta-feira, dia da cerimônica de lançamento dos aviões da Copa Airlines. A empresa virou parceira do clube nas redes sociais e vai lançar três aeronaves envelopadas com as cores e o símbolo do Tricolor. O objetivo é expandir a marca e atingir maior público principalmente no mercado brasileiro.
*O repórter viaja a convite da Copa Airlines.
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