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Luiz Gomes: ‘O que Abel Ferreira precisa entender antes de assumir o Palmeiras’

Colunista do LANCE! avalia que treinador português vai precisar ter uma aula sobre o Verdão e o futebol brasileiro antes de começar a trabalhar

Abel Ferreira
imagem cameraVisão de futebol de Abel Ferreira pode não ser bem compreendida no Brasil (Foto: Divulgação/PAOK)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 01/11/2020
08:58

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O que mais se repetiu na mídia, desde que o interesse do Palmeiras pelo português Abel Ferreira se tornou público foi uma entrevista do treinador ao site do The Coaches Voice em que ele resumia sua visão do futebol. "Se você enfrentar alguém do mesmo nível que você, tudo bem, você ataca. Mas se você ataca uma montanha, precisa ser diferente. Em alguns jogos você será protagonista, vai dominar a bola. Mas em outros precisa admitir que seu adversário é mais forte. E, neste caso, você precisa ser balanceado”.

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Definitivamente Ferreira vai precisar ter uma aula de Palmeiras e de futebol brasileiro antes de começar a trabalhar. Alguém terá de contar para ele que num clube com o Verdão não existe essa história de achar que o outro é mais forte e ser balanceado. O que se cobra, o que a torcida alviverde exige, o que a diretoria vai querer, ainda mais às vésperas de um ano eleitoral, é que seja sempre o vencedor, o protagonista. E que dê resultados.

Nessa matemática, o que menos importa é se o time é bom ou ruim, se tem um elenco capaz de enfrentar as bizarrices do calendário nacional, ainda mais agravadas pela pandemia, se os investimentos foram corretos ou apenas uma gastança sem critério em gestões anteriores. O que importa é simplesmente vencer. Dá para imaginar um técnico antes de um clássico ou de um jogo decisivo dizendo “Hoje o Palmeiras vai jogar balanceado porque o adversário tem um time mais forte do nosso”?

Abel Ferreira já chega pressionado. Antes mesmo de desembarcar em Cumbica. O Palmeiras tem o Brasileirão, a Copa do Brasil, a Libertadores pela frente. Nesses dois últimos vai ter de enfrentar já, já, jogos de mata-mata. Serão os primeiros desafios do português. Se o time for bem, passar de fase, não terá feito mais do que a obrigação. Mas se cair, o novo treinador vai se ver no meio de um furacão. E o fato de ter chegado no meio de três competições importantes, com jogos a cada três ou quatro dias e sem nenhuma chance de treinar, será apenas um detalhe irrelevante nessa história.

Por muito menos, Jesualdo Ferreira, de que, aliás Abel se diz seguidor, teve a cabeça decepada no Santos. Por muito menos ainda, Domènec Torrent e Eduardo Coudet estiveram com a cabeça a prêmio no Flamengo e no Internacional. Conseguiram dar a volta por cima – sabe-se lá por quanto tempo, é verdade – e hoje disputam ponto a ponto a liderança do Brasileirão. E são capazes de proporcionar espetáculos irretocáveis como foi o Flamengo x Inter do domingo passado, um jogo como não se via desde que a bola voltou a rolar depois da paralisação pela quarentena da Covid 19.


A contratação de Abel Ferreira pelo Palmeiras é bem-vinda. Toda renovação é bem-vinda. Ele chega em um momento especialmente animador, um momento em que três estrangeiros como ele – além de Dome e Coudet, o argentino Sampaoli no Atlético-MG - e mais Rogério Ceni no Fortaleza, injetam novos ares no futebol tupiniquim. Intensidade, ofensividade, toque de bola, verticalidade, talento, sobram palavras para definir o que, cada a seu estilo e com suas crenças tem feito em favor do jogo bonito, do jeito que a gente gosta de ver.

Tomara que tudo dê certo. Que Abel Ferreira entenda como a banda toca por aqui, tenha vida longa. Quem sabe, uma pandemia de bom futebol, não contagie de vez o futebol brasileiro.

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