CX10 avisa que fica e diz: ‘Tomara que nunca mais perguntem de 2009’

Na mira de outros clubes, meia diz que tem certeza de que cumprirá seu contrato com o Palmeiras e esquece de vez o fantasma que o assombrava desde o título perdido de 2009

Cleiton Xavier
(Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras/Divulgação)

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Cleiton Xavier passou o ano respondendo perguntas sobre o Brasileirão de 2009. A campanha que parecia caminhar para o título e de repente se transformou em pesadelo foi muito lembrada ao longo da temporada, inclusive em reuniões entre diretoria e elenco do Palmeiras. Com o título nacional confirmado, o camisa 10 tem um desejo:

- Tomara que nunca mais perguntem sobre isso, né? Já cansei de responder essas perguntas aí. Graças a Deus que passou essa fase ruim de 2009. Agora é comemorar esse título e focar em 2017.

Titular incontestável em 2009, Cleiton teve participação diferente em 2016: dependendo da estratégia de Cuca, ele começava jogando em algumas partidas e em outras ficava como opção no banco de reservas. Não significa que não tenha sido importante, já que atuou em 30 das 38 rodadas e marcou quatro gols. 

E em 2017? O armador está no radar de outros clubes, como o Vitória, mas diz que vai ficar no Palestra Itália.

- Tenho mais um ano aqui no Palmeiras, meu contrato vai até o fim de 2017 e espero que a gente consiga um título importantíssimo, quem sabe uma Libertadores, para finalizar o contrato ou renovar.

Certeza que fica, Cleiton?

- Certeza, tenho mais um ano de contrato.

Confira abaixo a entrevista completa com o camisa 10:


LANCE!: Depois de tanto responder sobre o assunto, finalmente o fantasma de 2009 ficou para trás?

Cleiton Xavier: Enfim, né? Sou campeão brasileiro, a sensação é muito boa. Ficou tão próximo em 2009, mas tudo é no tempo de Deus. Não era para ser em 2009, mas agora estamos comemorando esse título.

Qual será a sua maior lembrança deste ano?

No início do ano eu tinha me preparado para isso, para esses momentos importantes, para que eu me sentisse importante para a equipe. Acho que eu consegui, dentro das minhas possibilidades. Quando estive em campo, pude colaborar um pouco com a equipe para chegar a essa conquista. Desde o início, desde a pré-temporada que fiz com meu amigo na minha cidade, até esse último jogo, cada momento, cada detalhe foi importantíssimo.

Mas tem algum mais especial?

Cara, talvez os mais comemorados tenham sido os gols contra o Corinthians e contra o Inter, até pelo resultado, 1 a 0, jogos difíceis, mas acho que o jogo do Santa Cruz lá talvez tenha sido o mais importante pela diferença de pontos que estava. A gente não podia perder pontos, o jogo estava complicado, o campo difícil de jogar, e no finalzinho consegui dar um passe para o Róger Guedes fazer o gol. É minha principal função, municiar o ataque, então foi o mais importante.

Algum desses momentos se compara com aquele gol contra o Colo-Colo?
 
Cara, não tem como você comparar porque era uma decisão, um jogo único, a emoção foi bem maior do que contra o Santa Cruz, o Corinthians, o Inter. Mas a emoção de ser campeão não tem preço. Aquele gol foi muito importante, mas não se compara ao sabor que tem um título.

No ano passado você usou as férias para se preparar fisicamente. Neste ano, será preciso fazer isso de novo ou vai descansar?

Vai dar tempo para fazer as duas coisas, descansar um pouco, aproveitar a família, e quando estiver próximo de reapresentar sem dúvida vou dar continuidade no trabalho, porque vai ser muito importante para o ano que vem.

Você costuma olhar seus números? Você disputou 17 jogos em 2015 e aumentou o número para 35 em 2016. A meta é aumentar?

Ainda bem que tem o Serginho (Sérgio Luci, assessor de imprensa do jogador) para nos orientar e passar os dados (risos). São dados importantes. Realmente houve uma melhora do ano passado para esse e espero começar o ano bem. Não que seja uma meta, mas seria bom que os números melhorassem.

Acha que em 2017 você vai estar preparado para jogar 90 minutos mais vezes?

Sem dúvida. É ritmo de jogo, é sequência, todo jogador é assim. Não adianta você jogar um pouco e achar que já está bem fisicamente, é só com o tempo, com os jogos, minutos, que você vai adquirindo essa condição. Fazendo uma boa pré-temporada, sem dúvida vou estar apto a jogar 90 minutos mais vezes.

Como fica o Palmeiras sem Cuca e Gabriel Jesus?

É praticamente começar do zero, com uma nova comissão, alguns jogadores que vão chegar, alguns vão sair também. O mais importante é que a base será mantida, pelo menos é o que a gente tem de informação e sabe. Sair algum jogador não é novidade, é óbvio, até pela campanha que a equipe fez, mas temos que saber que vão vir outras pessoas e que elas podem ter o mesmo sucesso.

O Palmeiras já contratou Raphael Veiga e Hyoran, está perto de acertar com Guerra e tem Gustavo Scarpa na mira também. Todos são da sua posição. Como enxerga essa concorrência?

Acho que isso é bom para o elenco. A gente tem como exemplo esse ano, vários jogaram, às vezes até jogamos sem um meia. O Moisés fez bem, o Tchê Tchê, o próprio Dudu, que também executou essa função algumas vezes, eu acho que aproveitei as oportunidades que tive e pude contribuir. Isso é bom, quando a concorrência é sadia, como foi esse ano, é bom.

Quando você voltou, disse que queria títulos para se tornar ídolo da torcida. Acha que está no caminho?

Cara, a minha relação com o Palmeiras, com a torcida, sempre foi a melhor possível. Tenho um carinho muito grande por esse clube, sei que eles também têm por mim. Isso é legal, e quando você conquista títulos dá um passo muito grande para isso acontecer. Um ídolo se constrói com o passar do tempo, com conquistas. Estou em busca disso e quem sabe mais para a frente isso possa acontecer.

Você tem planos de encerrar a carreira no clube ou, depois das lesões que quase fizeram você parar, a ideia é nem pensar nisso?

Cara, é exatamente isso, estou deixando acontecer. A cada dia me preparo para o dia seguinte. O futuro a Deus pertence, entrego nas mãos dele e sigo trabalhando.

Se em 2017 estivermos fazendo uma nova entrevista de fim de ano, qual o tema você espera que seja abordado?

Espero que seja uma viagem para disputar o Mundial. Com isso, óbvio, vamos ser campeões da Libertadores e quem sabe podemos ganhar o Brasileiro também.

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