Conmebol denuncia Felipe Melo, os dois clubes e mais três uruguaios

Entidade aguarda a defesa de Palmeiras e Peñarol sobre a briga na arena Campeõn del Siglo, em Montevidéu, pela Copa Libertadores, na última quarta-feira

Peñarol 2x3 Palmeiras - Felipe Melo e Prass ao apito final
Cesar Greco

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A Conmebol anunciou nesta sexta-feira que abriu procedimentos disciplinares contra o volante Felipe Melo, do Palmeiras, e mais três jogadores do Peñarol envolvidos na briga da partida da última quarta, em Montevidéu. Matías Mier, Lucas Hernández e Nahitan Nandez foram os uruguaios denunciados pela entidade que organiza a Copa Libertadores. Os quatro atletas estão preventivamente suspensos por três partidas.

Os dois clubes também são alvos de denúncias e devem sofrer punições pela briga que envolveu atletas no campo e torcedores na arquibancada da arena Campeón del Siglo. As diretorias de Palmeiras e Peñarol têm até 5 de maio para apresentarem suas defesas. Nesta sexta, um advogado do Verdão já viajou para o Paraguai, onde fica a sede da Conmebol, com uma série de provas para defender o clube, que alega ter sido vítima de uma emboscada. Um vídeo feito do alto do estádio, feito pela comissão técnica do Verdão, mostra Willian sendo agredido e Melo sendo cercado por adversários ao fim do jogo.

Com as denúncias, o único jogador do Palmeiras que corre risco de gancho é mesmo Felipe Melo. O clube pode sofrer com multas de até 400 mil dólares e jogos com portões fechados, por exemplo. Após receber as defesas dos clubes, a Conmebol irá anunciar as penas para os envolvidos.

Em documento oficial da entidade, publicado pela ESPN Brasil, árbitro e delegado da partida fazem os seguintes relatos sobre a confusão:

"Ao término do jogo, Felipe Melo, do Palmeiras, faz um gesto para o céu supostamente de saudação, gerando uma reação coletiva tanto de jogadores suplentes como jogadores do campo do Peñarol. Pode-se individualizar Matías Mier, que foi com atitude provocativa perseguindo Felipe Melo. Em um certo momento, se produz uma agressão mútua entre os dois jogadores com golpes de punho, o que motiva reação das duas equipes, comissões técnicas. Foi difícil identificar pontualmente os participantes. Uma vez que a equipe do Palmeiras saiu de campo, o conflito seguiu nas tribunas com as duas torcidas. Houve lançamentos de objetos difíceis de serem identificados. Para a entrada da equipe local em campo, nos dois tempos, houve uso de sinalizadores e bombas", escreveu o árbitro Enrique Cáceres, do Paraguai, na súmula.

"A partida foi normal, sem incidentes durante o tempo regulamentar. Ao fim do jogo, Felipe Melo, do Palmeiras, se dirige a jogadores do banco do Peñarol com um gesto de saudação ao céu, provocando reação. Maties Mier agride e persegue Melo, que reage com um golpe de punho no rosto e gera reações de agressão de outros jogadores locais e visitantes, e comissões técnicas. Há uma corrida generalizada. Quando termina o conflito e o Palmeiras deixa o campo, há reações próximas às grades na torcida que separaram as torcidas de Palmeiras e Peñarol. Por falta de efetivo de segurança, há mútuas agressões entre os torcedores e lançamento de objetos por muito tempo até a chegada de policiais. No túnel de saída do campo, houve enfrentamento entre segurantes das duas equipes", escreveu o delegado da partida, paraguaio, Mario Campos.

Há também o relato de um responsável da Conmebol pela segurança da partida. Ele registra que o Palmeiras chegou ao Campeón del Siglo com 12 seguranças particulares, que tiveram autorização da organização para trabalhar no estádio desde que não entrassem em campo. Quatro deles, de acordo com o documento, entraram no gramado para retirar os jogadores brasileiros, sem participação efetiva nos incidentes.

A segurança do estádio é duramente criticada e há o registro de que bombas partindo da torcida do Peñarol foram atiradas no setor dos palmeirenses. Aos 35 minutos do primeiro tempo, foi solicitado que 60 homens fossem colocados na divisória de torcidas, algo que não aconteceu. "Os guardas presentes não tinham formação e capacidade para controlar a situação, a ponto de serem os primeiros a serem agredidos e a abandonar o local", registra o chefe de segurança, ao relatar o momento da briga após o jogo. "O incidente poderia ter sido evitado se houvesse o número necessário de guardas", diz.

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