Zarif fatura título nas Bahamas e coroa ano de sucesso na classe Star

Velejador, que buscará vaga em Tóquio-2020 na Finn, vence Star Sailors League Finals pela primeira vez, ao lado do proeiro Pedro Trouche, ao derrotar Scheidt e Maguila na decisão

Com Zarif e Trouche, Brasil é campeão da Star Sailors League Finals nas Bahamas
Jorge Zarif e Pedro Trouche conquistaram o título da Star Sailors League Finals (Foto: Marc Rouiller/SSL)

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Um dos principais nomes da vela brasileira no momento, Jorge Zarif foi coroado pelo perfeccionismo e faturou neste sábado o título inédito da Star Sailors League Finals, em Nassau, nas Bahamas.

Ao lado do proeiro Pedro Trouche, ele confirmou a evolução que tanto buscou ao longo da semana, após um início ruim, e deixou para três um trio de veteranos. Com o feito, coroou um ano de sucesso em uma classe que não é sua prioridade, mas pode agregar lições valiosas na corrida olímpica.

Na final, que reuniu as quatro melhores equipes, Jorginho e Pedro bateram os brasileiros Robert Scheidt e Henry Boening. Foram 47m33 de regata, com 33s de vantagem sobre os segundos colocados. O italiano Diego Negri e o alemão Frithjof Kleen ficaram com o bronze, enquanto o norueguês Eivind Melleby e o americano Joshua Revkin terminaram e quarto. 

A parceria vencedora leva para casa um prêmio de US$ 40 mil (cerca de R$ 156 mil). Ao todo, o evento distribuiu US$ 200 mil (R$ 780 mil).

- Não esperávamos três vitórias seguidas. Queríamos apenas ir passando de fase. Tivemos ajuda decisiva do Bruno (Prada) e do Augie (Diaz) que regularam o mastro. Eles são especialistas e eu confio muito neles. Velejamos em alto nível. Foi uma experiência incrível para nós - disse Zarif. 

Neste ano, Jorginho correu três campeonatos de Star: além da SSL Finals, encarou o Mundial de Oxford (EUA), em que faturou o título ao lado de Guilherme de Almeida, e o Sul-Americano no Rio de Janeiro, em novembro, no qual foi terceiro colocado, com Ubiratan Matos.

O grande foco de Zarif é na corrida olímpica na classe Finn para Tóquio-2020. Nesta temporada, ele levou dois títulos em etapas da Copa do Mundo, na França. Mas a "brincadeira" na Star foi encarada com seriedade pelo velejador. Até então, a melhor colocação dele nas Bahamas havia sido um quarto lugar, em 2014.

- Minha prioridade é o Finn. O barco de Star me dá uma base tática e física muito legal para, mas meu foco é a campanha olímpica. Velejo 260 dias por ano de Finn e os 20 e poucos dias que sobram, de Star. Isso aqui é muito mais uma diversão, um privilégio. Quem olha a inscrição, fica chocado. Só tem fera - afirmou Jorginho, o brasileiro mais jovem a levar a taça, aos 26 anos.

Os campeões venceram três regatas no mesmo dia, nas quartas de final, semifinal e final. É a primeira vez que uma dupla consegue a façanha. Scheidt, que ergueu o troféu em 2013, com Bruno Prada, entrou diretamente na
decisão, já que ele e Maguila haviam fechado a primeira fase na liderança.

- Sem dúvidas, ele (Jorginho) está em seu melhor momento. Ganhou títulos no Star e no Finn, e está no caminho certo para Tóquio-2020. É jovem e tem um futuro brilhante pela frente - afirmou Scheidt, que lamentou os erros na final

- Deu para ver que o Zarif estava muito rápido. Venceu duas regatas com uma margem incrível. Não foi uma situação fácil, porque ficamos ali esperando (as regatas) e demoramos para entrar no ritmo. Não largamos bem. Tivemos uma chance de passá-los, mas eles pegaram uma rajada boa e mereceram.

A atual edição da SSL Finals foi a de maior domínio verde e amarelo até hoje. Durante a competição, os velejadores brasileiros venceram 12 regatas de um total de 14 disputadas.

Paul Cayard (EUA)/Arthur Lopes e Lars Grael/Samuel Gonçalves não passaram das quartas de final. Eles terminaram em oitavo e nono lugar, respectivamente.

* O repórter viaja a convite da Star Sailors League

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