Warriors e Celtics protestam contra a violência com armas de fogo antes do segundo jogo das finais

Equipes e comissões técnicas aqueceram e deram entrevistas exigindo atitudes do governo dos EUA contra episódios como o tiroteio registrado em Uvalde, no Texas, no fim de maio

Steve Kerr - Golden State Warriors
Steve Kerr tem se posicionado em relação aos casos de violência nos EUA (Foto: EZRA SHAW / AFP)

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Rivais nas finais da NBA, Boston Celtics e Golden State Warriors uniram forças para fazer um protesto antes do segundo jogo da decisão, no último domingo, em San Francisco. Jogadores e comissões técnicas das franquias entraram em quadra e deram entrevistas antes de a bola subir vestindo uma camiseta pedindo o “fim da violência com armas de fogo”.

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- Chegou a hora de as pessoas perceberem e participarem no que deveria ser um esforço do país inteiro para limitar a violência com armas de fogo. Existem maneiras de fazer isso. Temos leis esperando para serem aprovadas. A ideia de usar estas camisetas é conscientizar as pessoas de que todos podem contribuir – disse o técnico Steve Kerr, em entrevista antes do jogo dois entre Celtics e Warriors.

No fim de maio, um atirador invadiu uma escola do ensino fundamental em Uvalde, no Texas, deixando 19 crianças e dois professores mortos. No dia 25 de maio, antes da quarta partida entre Golden State Warriors e Dallas Mavericks pelas finais da Conferência Oeste, o técnico Steve Kerr fez um desabafo emocionado em sua entrevista coletiva.

- Eu não vou falar de basquete. Qualquer questão sobre basquete não importa. Quando nós vamos fazer alguma coisa? Estou cansado de oferecer minhas condolências a tantas famílias devastadas, estou cansado de homenageá-los com minutos de silêncio – discursou o técnico dos Warriors na ocasião.

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Kerr cobrou o Senado dos Estados Unidos para aprovar uma lei que exigiria uma investigação de antecedentes antes de vender armas no país.

- Temos 50 senadores nos fazendo de reféns. 90% dos americanos querem a investigação de antecedentes e estamos sendo feito de reféns por 50 senadores em Washington que se recusam a votar a lei por que querem poder. Isso é patético. Eu cansei – criticou.

Ime Udoka, técnico do Boston Celtics, também apareceu em sua entrevista coletiva usando a camiseta e falou sobre a importância do movimento para reduzir a violência com armas de fogo nos EUA.

- No nosso esporte, se você ganha você se sente muito bem, e se você perde fica devastado por um tempo. Mas é isso, não é uma questão de vida ou morte, você continua vivendo. Precisamos nos conscientizar sobre coisas que continuam acontecendo em nossa comunidade. Eles estão devastados, as famílias estão devastadas e nós seguimos nossa vida normalmente. Precisamos ter consciência de que as coisas precisam mudar e estamos todos na mesma página em relação a isso – declarou o treinador dos Celtics.

Tragédia familiar

Em 18 de janeiro de 1984, Steve Kerr viveu um episódio traumático relacionado à violência com armas de fogo. Naquele dia, o pai do treinador e ex-jogador da NBA, Malcolm Kerr, foi assassinado a tiros no Líbano, onde trabalhava como presidente da Universidade Americana, em Beirute. O episódio inclusive é retratado no seriado “The Last Dance”, da Netflix, que conta a trajetória de Michael Jordan na NBA.

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