Wada cobra explicações da Rússia e país pode ficar fora de Tóquio-2020

Agência Mundial Antidoping dá três semanas para os europeus explicarem o sumiço de amostras com resultados analíticos adversos. Nação está vetada do Mundial de atletismo

Rune Andersen
Rune Andersen, chefe da força-tarefa da Iaaf, defendeu o veto à Rússia do Mundial de atletismo (Foto: AFP)

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A Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês) abriu nesta segunda-feira um procedimento para apurar suposta manipulação de amostras com resultados positivos por parte da Agência Antidoping da Rússia (Rusada). O país terá três semanas para responder sobre as suspeitas de alterações de dados do Laboratório de Moscou e corre o risco de ficar fora dos Jogos de Tóquio-2020.

A Rusada foi recredenciada em setembro do ano passado de forma polêmica.  A medida foi tomada após uma suspensão de quase três anos do país, devido a um esquema sistemático de doping, com participação de atletas, técnicos e agentes do governo, entre 2011 e 2015. 

O ministro do Esporte, Pavel Kolobkov, afirmou à agência oficial de notícias estatal russa TASS que os problemas encontrados serão resolvidos.

- De nossa parte, continuaremos a oferecer toda a assistência possível. Essas inconsistências e a que elas estão relacionadas serão esclarecidas por especialistas no campo da tecnologia digital de ambos os lados, que já estão cooperando - afirmou Kolobkov.

A determinação da Wada para ter acesso aos dados armazenados no Laboratório de Moscou estava entre as principais condições para o fim da suspensão da Rusada, mas as promessas não foram cumpridas.

O prazo para os europeus liberarem as informações expirou no dia 31 de dezembro, mas a Wada extraiu os dados dez dias depois. O país evitou qualquer sanção, apesar de não ter cumprido o cronograma previsto. A decisão do órgão máximo recredenciar a agência russa foi muito criticada por organizações e atletas antidopagem pelo mundo.

Em janeiro, os russos entregaram 2.262 amostras. Elas passaram por uma reanálise, que identificou 47 casos de dopagem, já em julgamento. Outras amostras apresentaram inconsistências e levantaram desconfianças.

Em junho deste ano, a Wada anunciou que 298 atletas haviam sido identificados com as amostras mais suspeitas.

A Rússia foi impedida de competir no Mundial de atletismo de 2017 e nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. Na Rio 2016, o atletismo foi barrado. Somente atletas que comprovaram serem limpos puderam disputar o megaevento, sob a bandeira neutra do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf) pediu que Rússia fique fora do Mundial de atletismo de Doha, que terá início nesta sexta-feira. Ao menos 29 atletas do país foram inscritos como neutros na competição.

- Estamos cientes das alegações de manipulação dos dados e que uma investigação está em andamento. A força-tarefa recomendou que a Rusaf (federação atlética russa) não seja readmitida, e o conselho da Iaaf concordou por unanimidade - disse Rune Andersen, chefe da força-tarefa da Iaaf.

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