Referência do tênis brasileiro, Thomaz Bellucci se aposentará no Rio Open: ‘Missão cumprida’

Ao L!, tenista de 35 anos fala sobre despedida das quadras na competição em solo nacional; Bellucci é um dos maiores nomes brasileiros da modalidade pós-Guga

Thomaz Bellucci
Ao longo da carreira, Thomaz Bellucci se destacou no simples masculino (Jorge Rodrigues/Eleven/Lancepress!)

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Despedidas nunca são fáceis. Referência do tênis no Brasil, Thomaz Bellucci se aposentará como atleta profissional no Rio Open 2023, que ocorre entre os dias 18 e 26 de fevereiro, com a sensação de dever cumprido. O brasileiro, que marcou época no cenário nacional como o grande nome da modalidade pós-Guga, conversou com o LANCE! sobre o mix de emoções que envolvem a competição e o seu futuro após encerrar a carreira.

- Uma decisão difícil. Joguei tênis a vida inteira, então deixar uma coisa que fez parte da minha vida por muitos anos é uma sensação um pouco triste, de deixar de fazer o que eu amo, mas também é uma sensação de missão cumprida. Me dediquei, dei sempre o meu máximo e acredito que seja o momento correto de fazer outras coisas. Uma mistura de felicidade com tristeza, mas mais felicidade de ter alcançado o que eu alcancei - comentou.

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Belluci revelou que as lesões em sequência foram determinantes para a decisão da aposentadoria. Aos 35 anos, o tenista destacou que tem sido difícil exercer a sua profissão por conta dos problemas físicos frequentes, mas demorou para definir o encerramento da carreira por se tratar de uma grande paixão em sua vida.

- Não é uma decisão do dia para o outro. Uma decisão que eu já estava matutando há um ano, mais ou menos, quando comecei a ter muitas lesões, aí comecei a pensar. Minha qualidade de vida já estava bem comprometida, não conseguia trabalhar por conta do meu corpo - avaliou o tenista.

Ao longo de sua carreira, Belluci chegou ao número 21 do ranking mundial de ATP e duelou com nomes como Djokovic, atual campeão do Australian Open. Além disso, conquistou quatro títulos de ATP 250 simples: Gstaad (2009 e 2012), Santiago (2010) e Genebra (2015).

Thomaz Bellucci e Novak Djokovic se cumprimentam após jogo histórico
Belluci (dir.) cumprimenta Djokovic (esq.) após semifinal dos Masters 1000 de Madrid (Arquivo)

Jogar em solo brasileiro também foi especial. Bellucci estreou em 2005, três anos antes da aposentadoria de Gustavo Kuerten, o Guga, e se tornou a grande esperança de conquistas do tênis brasileiro na categoria simples masculino. Dessa forma, sempre teve a torcida ao seu lado.

- Alguns momentos foram bem marcantes. Meu primeiro título, em Gstaad, em 2009. Foi muito marcante, me realizei como profissional. Depois, joguei, em quadras centrais, contra grandes tenistas como Nadal, Federer, Djokovic e Murray. Enfrentar esses grandes jogadores é um sonho realizado, sempre tive Federer e Nadal como ídolos. E jogar no Brasil também, Copa Davis, Rio Open, com a torcida à favor, com minha família, meus amigos. Difícil dizer um momento só - celebrou.

Os projetos para o futuro de Belluci fora das quadras ainda não saíram do papel. Porém, o atleta não pretende deixar o esporte. Existe um plano, ainda em curso, de montar uma academia para formação de tenistas no Brasil.

- Tenho um plano de montar um espaço meu, uma academia, onde eu possa desenvolver atletas de alto rendimento. Um projeto avançado, preciso montar a minha equipe primeiro, mas não é o meu foco principal agora. Estou focado em me despedir da melhor maneira possível como atleta. (...) Mas gostaria de continuar no tênis - revelou.

Preparando-se para o Rio Open 2023, o tenista abriu o jogo e destacou que considera improvável chegar longe na competição, mas fará de tudo para seguir em frente jogo após jogo. Agora, ele pensa em se divertir em quadra com muita dedicação e, se tudo der certo, inspiração.

Thomaz Bellucci vibra após derrotar Pablo Cuevas no Rio
Thomaz Bellucci representando o Brasil em quadra (Luis Acosta/AFP)

- Acho que hoje em dia não estou tão preparado, mas nunca se sabe. É um torneio forte, mas quando você entra na quadra, você não quer perder. Por mais que eu esteja me aposentando e esteja em outro estágio da minha carreira, eu vou entrar em quadra, dar o meu melhor e lutar para vencer. Num dia de sorte, inspirado, posso vencer, quem sabe - declarou Bellucci.

O Rio Open começa no dia 18 de fevereiro e se encerra no dia 26 deste mês. O piso do evento é o saibro, terreno típico do Roland Garros, especialidade de Thomaz Bellucci e, no início dos anos 2000, de Guga Kuerten - que dá nome à quadra central.

A competição é disputada no modelo eliminatório e vale 500 pontos para o ranking ATP. Dessa forma, ao lado dos ATP's de Barcelona e Hamburgo, é o único local do torneio de 500 pontos realizado no saibro.

- Não estou criando muitas expectativas, acho que é difícil antever. Sou um cara muito emotivo, mas transpareço pouco. Muita gente falava que eu não tinha emoção, vontade de ganhar o jogo, mas por dentro sou muito emotivo. Não sei se meus sentimentos vão aflorar na despedida, vamos ver o que vai acontecer... - finalizou Bellucci, em preparação para o ATP do Rio de Janeiro.

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