Raulzinho usa igreja como ‘quadra’ e admite medo de voltar a jogar NBA

Armador, que completou 28 anos nesta terça-feira, pediu cautela na retomada do torneio

Raulzinho - Philadelphia 76ers
Raulzinho teme perda de competitividade devido à paralisação por causa da pandemia (Foto: Reprodução/Instagram)

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Isolado em Utah, nos Estados Unidos, o armador Raulzinho, do Philadelphia 76ers, está preocupado com um possível retorno da NBA em meio à pandemia do COVID-19. O atleta, que completou 28 anos nesta terça-feira, contou durante live do Fórum 360 que tem até uma igreja à disposição para servir de "quadra" e tentar manter o ritmo com a bola. Mas admitiu o medo de não conseguir se apresentar bem após o período confinado.

O tio da namorada do atleta é bispo e ofereceu as chaves do local, que não está recebendo eventos, para que ele pudesse se exercitar. É lá que ele vem tentando distrair a mente e matar um pouco da saudade do esporte, apesar das limitações.

- Eu até tenho acesso a uma quadra em uma igreja. Pego a chave com o bispo, bato minha bola, não tenho contato com ninguém. (Os dirigentes) me disseram que nem preciso voltar e me aconselharam a não voltar. Estou tentando me manter em forma e fazer exercícios em casa. Tento meditar que estou na quadra de basquete. Porque acabo perdendo o ritmo. As primeiras semanas foram um pouco difíceis, mas agora tenho uma rotina que me mantém mais saudável mental e fisicamente - disse o armador.

Ele alerta para as consequências da parada em um campeonato tão competitivo, uma vez que outros atletas já voltaram aos trabalhos.

- Eu até eu estou com medo de voltar a jogar. Será que eu vou voltar e estou fora de forma? Já que há outros jogadores que estão treinando. Desde os 16 anos eu nunca fiquei mais de duas semanas sem pegar na bola de basquete. E estou há dois meses sem treino, sem jogar um 2x2 ou 3x3. E fica um pouco desse medo, é difícil, fica uma dúvida na nossa cabeça - falou o jogador.

Paralisada desde o dia 11 de março, a liga americana já autorizou que as equipes retornem às atividades, caso os governos locais tenham permitido 
a reabertura dos centros de treinamento. Mas, assim como o Brasil, os Estados Unidos vivem estágios distintos da pandemia, de acordo com a região do país.

A equipe do brasileiro, por exemplo, ainda não pôde retomar os trabalhos, mas o gerente Elton Brands sinalizou que a reabertura deverá acontecer daqui a uma ou duas semanas. Mesmo assim, não haverá obrigação de voltar.

Apesar de o pico da doença já ter sido superado em algumas regiões, ele afirmou que não acredita na continuidade da competição neste momento. O estado de Nova York é o que registra o maior número de casos do COVID-19 nos Estados Unidos, com 349.214, seguido por Nova Jersey (148.039) e Illinois (96.485). O número de mortes pela infecção passou de 90 mil nesta terça-feira.

- Acho muito difícil a temporada da NBA voltar. Não tem um tempo justo para isso, mas acredito muito na intenção. O esporte hoje é um negócio e movimenta muito dinheiro e emprega muita gente. Então, se a NBA, que sempre tem posturas positivas com relação a tudo, se ela resolver voltar dentro de uma condição melhor, com segurança, acho válido. Não pode ser o negócio à frente de tudo. Este momento está provando que o que mais importa na vida é a saúde - declarou o atleta, que disputou duas edições do Jogos Olímpicos (Londres-2012 e Rio-2016).

- Tem atletas que não querem voltar a jogar. Outros que já falaram publicamente que querem, como LeBron (James) e Chris Paul. Mas a maioria está desconfortável de voltar agora, sem remédio, sem vacina. O pensamento geral é esse, e é meu pensamento também - completou Rauzinho.

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