Papo com Helio Castroneves: ‘Nossa segunda vitória consecutiva’

Piloto escreve sobre seu triunfo ao lado de Ricky Taylor nas 6 Horas de Road Atlanta

Helio Castroneves (Foto: LAT Images/IMSA)
Helio Castroneves escreve ao LANCE! às quartas-feiras (Foto: LAT Images/IMSA)

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Oi amigos, tudo bem?

É sempre uma alegria especial vir aqui, na minha coluna no LANCE!, contar para vocês sobre uma vitória. Claro que todas são marcantes e merecem destaque, mas quando se trata de uma conquista como essa que o Ricky Taylor e eu obtivemos sábado agora, dia 5 de setembro em Road Atlanta, tudo fica mais legal ainda.

Digo isso porque, para ser honesto, foi uma corrida bem tensa e teve uma hora que tudo pareceu perdido. Mas é justamente aí que a gente tem de manter a cabeça fria e colocar a razão na frente da emoção. Foi assim que agimos. Prevaleceu a força do Acura Team Penske e a nossa disposição de nunca desistir, de sempre acreditar, por mais que as circunstâncias da corrida possam dizer o contrário.

Para nossos objetivos de título no IMSA WeatherTech SportsCar Championship, foi uma vitória muito importante, a segunda consecutiva, e reafirmou a competitividade do Acura ARX-05 DPi #7. Apesar de eu e o Ricky continuarmos em sexto lugar na classificação, a diferença entre para os ponteiros é de apenas 10 pontos. E se considerarmos que há ainda quatro corridas e 140 pontos em jogo, é sinal de que tudo está bem embolado.

Nosso triunfo começou a ser construído na sexta-feira, quando fiz a pole position. Mantive a liderança na largada e estava com o controle da corrida, apesar da presença dos adversários da Cadillac e Mazda no meu encalço. A situação começou a mudar na volta 17, quando fiz minha primeira parada para trocar pneus e reabastecer. O trabalho da equipe, como sempre, foi bastante eficiente. E como praticamente todo mundo parou por estarmos em bandeira amarela, consegui voltar ainda na liderança.

Mas bastou voltar para a pista e recebi pelo rádio a informação que tinha sido punido. Não uma, mas duas vezes! A primeira foi por excesso de velocidade nos pits e a outra, mais grave, por ter voltado ainda com luz vermelha no final dos pits. Por mais que tenha ficado contrariado, a culpa foi minha. Explico.

É praticamente impossível controlar no pedal do acelerador a velocidade do carro nos pits. É por esse motivo que temos um limitador instalado para nos ajudar nessa tarefa. Só que, para ele funcionar, a gente precisa entrar nos boxes em primeira marcha. Eu acabei entrando em segunda marcha e não acionou o dispositivo.

Na saída, acabei me distraindo, e não prestei atenção na sinalização. Eu estava falando com o time pelo rádio sobre a nossa estratégia e, realmente, não vi a luz vermelha piscando.

Como esse tipo de punição a gente só pode pagar em bandeira verde, tive de esperar a corrida reiniciar na volta 20 e parei nas duas seguintes, pagando os pênaltis, um de cada vez. Na primeira, cumpri o drive through, que é quando a gente passa lentamente pelos pits. Na outra, foi um stop & go, quando o carro fica parado até ser liberado pelo fiscal. Depois disso tudo, cheguei a cair para 18º na geral na volta 23.

Como não adianta chorar sobre o leite derramado, tratei de acelerar tudo o que podia e passar os carros mais lentos sem perder tempo. Levei três voltas para ganhar 10 posições e entreguei o carro em 7º quando o Ricky assumiu o volante na 52ª volta. Ele fez ótimo trabalho e estávamos estabelecidos no 6º lugar quando reassumi na volta 109.

No novo stint, entreguei o carro para ele em 5º na 168ª volta e já estávamos lutando pela liderança quando voltei ao volante para o stint final. Ufa, né? Que nada, vinha mais confusão pela frente.

Como já havia acontecido em Road America, novamente surgiu uma bandeira amarela nas voltas finais, quando eu estava na frente. A nova bandeira verde foi acionada faltando duas voltas.

Essa é uma situação muito tensa, principalmente numa corrida de seis horas, como a de Road Atlanta, pois todo o esforço acaba sendo colocado à prova nos oito quilômetros finais. Você precisa se livrar de retardatários e impedir os ataques de quem vem babando atrás. Mas, graças a Deus, deu tudo certo e pudemos comemorar mais uma vitória.

Nesse próximo fim de semana eu não corro, mas no outro, de 25 a 27 de setembro, a sexta etapa do campeonato será disputada em Mid-Ohio. Mas, sobre isso, falamos semana que vem.

Forte abraço a todos, muito obrigado pela torcida e vamos que vamos!

* Helio Castroneves é piloto do Acura Team Penske no IMSA WeatherTech SportsCar Championship e do Chevrolet Team Penske na Indy 500.

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