‘O Brasil perdeu um herói nacional’, Hill destaca lado humanitário de Senna
Britânico dividiu os boxes com o brasileiro em três finais de semana
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Antes de se tornar campeão de Fórmula 1 em 1996, Damon Hill teve a chance de dividir os boxes com Ayrton Senna por três finais de semana em 1994. E, assim como muitos que conviveram com o brasileiro, ainda que por um curto período, lembra-se com nitidez do quão apaixonado Senna era pelo que fazia.
Na ocasião, o inglês, filho do bicampeão Graham Hill, vinha em sua terceira temporada na principal categoria do automobilismo mundial, mas ter alguém do calibre de Ayrton ao lado não era novidade. No ano anterior, Damon foi companheiro de equipe de ninguém menos que Alain Prost, francês considerado o maior rival que Senna teve em toda a carreira na F1.
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Em 1993, aliás, Prost conquistou o quarto título na F1 e deixou a categoria de vez, abrindo lugar justamente para Senna enfim experimentar o carro mais desejado da época, a Williams. O início de temporada, porém, foi totalmente o contrário do que o tricampeão imaginou, tendo muita dificuldade para se adaptar ao carro.
Em dois GPs disputados em 1994 — Brasil e Pacífico —, Senna via a ascensão de um jovem ousado e que possuía a mesma essência que ele conhecia: Michael Schumacher. Já eram dois abandonos seguidos, portanto Ayrton chegou em Ímola determinado a mudar o curso da temporada.
Só que aquele final de semana na Itália já tinha um roteiro certo, trágico, mas que trouxe muitas mudanças para a F1.
- O que eu me lembro daquele fim de semana é o que todos que estavam lá nunca vão esquecer: aqueles terríveis acontecimentos que afetaram a todos e mudaram as coisas - disse Hill à revista Warm Up nos 20 anos da morte de Senna.
- A primeira coisa que vem à minha mente é que ele era alguém muito apaixonado pelo que fazia, que costumava correr com essa paixão. Ele era completamente comprometido em ir até o limite, talvez de um jeito que ninguém mais tenha feito - acrescentou.
O funeral de Senna parou o Brasil e reuniu inúmeras personalidades do esporte a motor, e Hill acompanhou o que Ayrton representava para o país. Isso ficou gravado em sua memória.
- Não pude ir ao funeral dele, mas essa é uma das coisas que acontecem na vida e você percebe quanto poder uma pessoa pode ter. O Brasil perdeu um grande herói esportivo nacional, um grande humanitário, que fazia campanhas para melhorar as vidas das pessoas e tinha muita paixão por isso. Foi uma das grandes experiências da minha vida - concluiu.
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